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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O Jejum:uma oração poderosa e tranformadora.






A quaresma é tempo de conversão, dentro dos exercícios espirituais, a oração, o Jejum e a esmola, tempo rico onde o Espírito Santo trabalha a nossa santificação. Uma pratica excelente de vida espiritual é o Jejum. Ele nos ajuda a rezar com o corpo e nos dá o dom da temperança, do domínio de si, para controlar os nossos apetites desregrados. Serve para o amadurecimento espiritual e para os combates que travamos todos os dias. “O jejum que me agrada porventura consiste em o homem mortificar-se por um dia? Curvar a cabeça como um junco, deitar sobre o saco e a cinza? Podeis chamar isso um jejum, um dia agradável ao Senhor?” (Isaías 58,5)


Fiquei pensando nestas passagens da liturgia da quarta-feira de cinzas, que o jejum que agrada a Deus vai muito mais além das praticas de mortificação ou abstinência. O verdadeiro jejum deve partir do coração, deve provocar libertação e mudança de vida, ou seja, de comportamento, se não vale de nada, mesmo porque a maior prova da vida de oração e jejum é o bem comum, atingi aqueles que eu provoco escravidão, o jejum precisa mudar o meu comportamento com Deus e com os meus irmãos. De que adianta rezar tanto se meu comportamento não muda, continuo maltratando as pessoas, trabalhando desonestamente e mantendo os outros escravos do meu homem velho.


“Sabeis qual é o jejum que eu aprecio? - diz o Senhor Deus: É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo”. (Isaías 58,6)


Muitas vezes associamos o jejum somente a privar-se de comer algo, muitas pessoas pensam em até emagrecer com o jejum. Existem muitas formas interessantes de ajudar nosso corpo a rezar: Já pensou em fazer jejum de silêncio, porque falamos demais e muitas veszes machucamos e cometemos erros. Já pensou em fazer jejum do consumismo e durante toda quaresma só comprar o estritamente necessário; não humilhar as pessoas, fazer um exercício de perdão, sempre dar o primeiro passo, jejuar do orgulho e da vaidade. Teve um ano que eu fiz jejum dos olhos, não vi TV durante quarenta dias e vigiei para não pecar pelo olhar: “os olhos são a janela da alma”.


“Jesus respondeu-lhes: Por causa de vossa falta de fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé, como um grão de mostarda, direis a esta montanha: Transporta-te daqui para lá, e ela irá; e nada vos será impossível. Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum”. (São Mateus 17,20)


O jejum é uma grande força espiritual, “pois não lutamos contra homens de carne e sangue, mas com os espíritos malignos espalhados pelos ares”. Os Santos sempre fizeram do jejum uma arma contra as forças do mal e como Jesus disse aos seus discípulos a oração e o jejum são armas fortes contra o demônio. A fé exige atos práticos, que revelem os frutos de minha conversão. O próprio Jesus é mestre, ele orou e jejuou durante quarenta dias antes de começar sua missão pública, daí revestido do Espírito Santo pode realizar a sua missão salvadora.


Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”. (São Mateus 4,4)


Deus abençoe o seu Jejum.
Minha benção fraterna.
Pe Luizinho,CN.



Para conhecer os tipos de jejum, baseado no livro "Práticas de Jejum" do Monsenhor Jonas Abib, clique aqui

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Sou Católico Parte II

Recebi alguns retornos sobre o texto que publiquei ontem... e concordo com vários dos que me mandaram e-mails, por isso, gostaria de explicar melhor.

Quando eu falava sobre o não concordar, me referia àqueles que simplesmente saem reclamando da Igreja, sem ao menos saber do que estão falando. E àqueles que querem a aprovação da Igreja para coisas que jamais serão aprovadas, já que vão contra os ensinamentos de Cristo, e da Bíblia.
Entretanto, como cristãos, temos o direito e dever de fazer o nosso possível para melhorar a cada dia nossa Igreja, rezar pelo Papa, Padres e Religiosos, que dão sua vida a esse serviço, sugerir mudanças, criar novos movimentos e pastorais, atuar nos já existentes, colocar nossas novas idéias em prática, pois o Espírito Santo continua inspirando-nos a cada dia. As reformas são muito importantes, e não é contra elas que eu falava. Fazer nossa parte não é sair reclamando, mas agir, como Jesus o fez!
Concordo que existe muito a ser mudado e melhorado em nossa Igreja, em nossa Paróquia, em nossa sociedade. Costumamos ouvir que esta é Santa e Pecadora, pois tem como cabeça o Cristo e como membros nós, homens, tão limitados... Façamos nossa parte para que, mesmo em nossas limitações, possamos trazer o Reino de Deus para mais perto de nós e de nossos irmãos!
Grande Abraço em Cristo!
Ecclesiae Dei

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

SOU CATÓLICO


Quando alguém te pergunta: "Qual a sua religião?" Qual é sua resposta?

Para a maior parte da população brasileira, a resposta automática é: "sou católico".


Pois é... só que não é essa maioria que vive os ensinamentos católicos. Nesse ponto, vejo que nossos irmãos evangélicos são muito mais coerentes que a grande maioria católica, que se diz católica e não segue os ensinamentos da Santa Igreja. Eles, os evangélicos, seguem o que sua congregação diz.


As tais "católicas pelo direito de decidir" são um exemplo muito conhecido disso... como assim direito de decidir? Todos o têm, ninguém é obrigado a ser católico. Podem decidir sim, sobre matar ou não seu filho (que é o que elas pleiteiam), mas... então não se denomine católico, porque O CATÓLICO NÃO MATA. Não só porque é católico, mas qualquer religião não mata, pois é bíblico o mandamento do "Não matar".


Ah... sou católico mas não concordo com isso... com aquilo... não vou à missa... não concordo com o Papa... então, meu caro, você não é católico, e não há mal nenhum em assumir isso - você tem o direito constitucional de escolher sua religião, mas convenhamos, não permaneça naquilo que não acredita, somente para atrapalhar quem acredita. Você tem o direito de ter suas opiniões contrárias, então vá viver sua vida. Assim como você tem o direito de não concordar com o pensamento católico, eu tenho o direito de viver esse pensamento.


Quantas vezes ouvimos que a Igreja é retrógrada, ultrapassada, e tal... quando o Papa Bento veio ao Brasil, o Movimento Gay foi fazer passeada... acho engraçado, se a Igreja é ultrapassada, deixe-a ser ultrapassada, qual o interesse dos gays terem a aprovação do Vaticano? Se a Igreja é tão ultrapassada, então viva sua vida, sem se preocupar com a posição dela a respeito.


Posso estar sendo duro nas palavras, mas é a mais pura verdade. Tem gente que nunca pisou numa igreja, que faz tudo ao contrário do que está no Catecismo, e diz que é católico. Parece até um título... todo mundo usa, independente de como vive, independente de seus conceitos e história de vida.



Convido a cada um a repensar seus conceitos, sua religião, aquilo que acredita. Você é Católico porque alguém da sua família era e por tradição te batizaram quando você nasceu? Ou você ama e segue os ensinamentos da Santa Igreja?


Deixemos a hipocrisia de lado, e sejamos verdadeiros e coerentes.


Desculpem o desabafo!


Paz e Bem


Ecclesiae Dei

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Qual é a minha parte?



Existe uma pequena parábola muito antiga, e gostaria de partilhar com vocês o sentimento que ela me traz.



Estava acontecendo um grande incêndio na floresta, os animais fugiam, menos um: um pássaro, que voava até o rio, enchia seu biquinho de água, e ia até as chamas para derramar o líquido. Um animal que o viu fazendo isso, disse que ele estava perdendo tempo, jamais conseguiria apagar o incêndio com tão pouca água, ao que ele respondeu: estou fazendo a minha parte. Se cada um fizer sua parte, conseguiremos apagar as chamas.






Lembrei-me dessa historinha e comecei a pensar, será que faço a minha parte? Num mundo que pede pelo aborto, que mata, que corrompe, que se esquece de Deus, qual é a minha parte? Quantas vezes não fazemos nada, como os animais da história, pensando que não adianta, e simplesmente fugimos, ou deixamos que as coisas aconteçam.



Decidi que quero ser como o passarinho! Quem você quer ser?




Grande abraço


Ecclesiae Dei



segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Canção Nova





Aos que, como eu, amam a Canção Nova, segue o link para colaborar com a Evangelização!


Visite o site "Ser Canção Nova é Bom Demais" e divulgue essa bênção!










sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Um exemplo de Madre Teresa

Queria partilhar com vocês uma passagem de um livro que estou lendo que me tocou muito:


"No último dia do Congresso internacional de Bombaim, em 1964, Madre Teresa e suas irmãs saíram do Convento em Vie Parle onde eu era capelão e estavam a caminho do Oval, onde o Papa Paulo VI ia celebrar a Eucaristia.

De repente, elas se depararam com um indigente moribundo abandonado na rua. Madre Teresa parou, ergueu-o e levou-o de volta para a casa delas. Neste dia, elas não viram o Papa, representante de Cristo na Terra, mas encontraram alguém maior - o próprio Cristo, na pessoa do indigente."


Pe. Rufus Pereira

Livro Jesus: um Mestre ao alcance de todos. Editora Canção Nova.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

ATO DE FÉ
Eu creio firmemente que há um só Deus, em três pessoas, realmente distintas:
Pai, Filho e Espírito Santo, que dá o céu aos bons e o inferno aos maus, para sempre.
Creio que o Filho de Deus se fez homem, padeceu e morreu na cruz para nos salvar, e que ao terceiro dia ressuscitou.
Creio tudo o mais que ensina a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana, porque Deus, verdade infalível, lho revelou.
E nesta crença, quero viver e morrer.
Amém.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Convicção e Autenticidade

Convicção e Autenticidade


Somos convictos de nossa fé, de nosso amor por Jesus? Ou falamos uma coisa e vivemos outra. Comecei a pensar nisso, após uma postagem da amiga Maria João em seu blog "Deus em tudo sempre", e encontrei esse texto que falava do mesmo assunto. Nós cristãos precisamos buscar essa autenticidade, e não simplesmente falar de Deus.


Boa leitura!



“Se fordes o que deveis ser, incendiareis o mundo inteiro...”


O que significa viver segundo suas próprias convicções e ser uma pessoa autêntica?
Disse, então, Jesus aos judeus que nele haviam crido: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (Jo. 8, 31-32).


Vivemos, atualmente, em uma sociedade que perdeu o sentido da verdade objetiva. Esta deixou de ser um parâmetro para se tornar algo que cada pessoa pode manipular segundo seus próprios interesses. Tudo é relativo, não existem leis estáveis: “Eu pessoalmente não faria um aborto, mas se você acha que o aborto é o melhor para você, sem problemas”, “porque não deixar que os homossexuais se casem e tenham filhos? O que importa é a felicidade”, “eu adoraria casar na igreja, mas se não der, Deus vai entender...”, “não é pecado faltar à missa aos domingos quando não se está com vontade de ir, o importante é não ser uma pessoa hipócrita...”.


Fala-se muito de tolerância, como sendo um valor primordial, quando os princípios fundamentais do homem passam para um segundo plano. Acima da verdade estão os sentimentos, os estados de espírito, as paixões, os modismos, o desejo de ser aceito a qualquer custo, e por isto vendemos tudo, inclusive nós mesmos.


(...)

Este estilo de vida nos afasta do Evangelho porque Cristo é muito claro, Ele é exigente, não dá “tapinhas nas costas”. Jesus Cristo nos diz no Evangelho: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. Ele nos diz que é o detentor da verdade, Ele é a Verdade e por esta razão, quem não a vive, está fora do Evangelho. Seguir Cristo implica em fazer uma opção pela verdade, crer em Cristo exige uma vida norteada pelo Evangelho.


No entanto, este estilo de vida “light” que parece nos deslumbrar, nunca nos trará a felicidade. Jesus Cristo, em contrapartida, nos mostra um caminho, que apesar de ser bastante exigente, é o único capaz de nos levar à autêntica felicidade. Quem conhece Cristo não pode deixar de amá-Lo, não pode deixar de ver toda a sua beleza e bondade, não pode ficar indiferente.

(...)


Deus se tornou para muitas pessoas uma espécie de recurso mágico. Caso precisem de algum consolo divino, ou quando se sentem impotentes perante um problema, elas se aproximam d’Ele, e ainda se atrevem a ficar chateados com Ele caso não recebam o que pediram; mas quando estão bem, se esquecem de que Deus existe. Porquê? Porque não o conhecem, porque não têm fé.
(...)

“Não tenhais medo! Abri, de par em par, as portas a Cristo! Não tenhais medo! Cristo sabe o que está dentro do homem. Só Ele o sabe!” Permiti, pois, eu vos peço, eu vos imploro com humildade e confiança – permiti que Cristo fale com o homem. “Apenas Ele tem palavras de vida, sim, de vida eterna.” (João Paulo II)

(
...)

Temos consciência de que a autenticidade na vida de uma pessoa arrebata e deixa uma marca permanente, indelével. A sua vida não é como a das outras pessoas: passageira e fugaz, ou seja, a vida de uma pessoa autêntica transcende, mas porquê? Porque uma pessoa autêntica tem um sentido na vida, e esta vida está sustentada por princípios sólidos e íntegros.
Por esta razão, uma vida autêntica finca suas raízes em convicções bem profundas.

(...)

Uma convicção é uma certeza de amor que se acredita e pela qual se opta livremente. Desta forma, as convicções: orientam, impulsionam, inspiram e sustentam a vida de acordo com a verdade revelada com Cristo e em Cristo através da Igreja.
Ter uma certeza absoluta significa conhecer algo em profundidade, com interesse, com segurança, a tal ponto que esta certeza se transforma em uma idéia própria à qual me incorporo... já não existe mais as minhas crenças de um lado e o meu modo de viver do outro. A certeza une crença e ação.


Mas, qual é o elo de ligação entre crença e ação? O amor, a diferença está no fato de que esta certeza é amada e por esta razão orienta tudo o que sou.


(...)

Texto retirado do Site Virgem Peregrina


Vivamos nossa vida de forma coerente!


Paz e bem.

Ecclesiae Dei

Para ler o texto na íntegra, clique aqui

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Católico Pelo Direito de NÃO Decidir

Esse texto diz tudo!
Boa leitura!!
Ecclesiae Dei
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Católico Pelo Direito de NÃO Decidir
Por Carlos Eduardo Maculan

"Deus não fez a morte, nem se alegra que pereçam os vivos » (Sab. 1, 13). É certo que Deus criou seres que não têm senão uma duração limitada e que a morte física não pode estar ausente do mundo dos viventes corporais. Mas, aquilo que é querido, antes de mais nada, é a vida; e, no universo visível, tudo foi feito em vista do homem, imagem de Deus e coroamento do mundo (cfr. Gén. 1, 26-28).
No plano humano, foi « por inveja do demónio que a morte entrou no mundo" (Congregação para a Doutrina da Fé - Declaração Sobre o Aborto) Eu quero meus direitos, e como vivo num país democrático (jargão muito usado por aqueles que pensam ser a democracia uma simples regra matemática), quero dizer que eu decido pelo meu direito de não decidir.
Eu não quero decidir sobre o aborto, porque algumas coisas não se decidem no voto, e entre elas figura a dignidade do ser humano, seu exercício livre e constante, bem como sua proteção e resguardo de todos os direitos possíveis de serem exercidos desde a concepção. Sabendo que o hedonismo e a libertinagem deram saltos meteóricos na década de 1970, não posso decidir pela cultura do "corpo livre", porque eu não consigo imaginar que eu possa colocar o sexo e sua praticidade acima da vida humana.
São valores separados por um universo de distância, pois enquanto o sexo pode ser disposto livremente e usado com as conveniências morais e imorais de cada filho de Deus, por sua vez a vida não se insere no que se pode usar e desusar.
Eu não quero decidir sobre a pílula do dia seguinte, porque dela não cabe decisão em qualquer foro ou instância. Dela podemos simplesmente dizer que é uma roleta russa, pois se brinca com um projétil dentro do tambor de um revólver, e para cada seis tiros possíveis, somente um é verdadeiro, e esse único tiro é capaz de matar. Com as pílulas o mesmo resultado é realizável, porque sendo abortivas, podem interromper a gravidez ainda que a possibilidade de concepção seja ínfima, e assim, há o risco real de morte do embrião. No mesmo malogro moral, sua finalidade ainda é contraceptiva, atuando como fator determinante para que a lei natural não seja realizada uniformemente.
Eu não quero ir para as urnas, e não desejo usar de uma falsa isenção de consciência para justificar um "sim" em benefício da cultura da morte, afirmando que não sei quando a vida começa, por isso, posso matar aquele embrião no corpo de uma mulher que eu nunca vi, sequer conheci, e da qual jamais terei notícias. Deus nunca me deu o direito de decidir pelo outro no que se refere ao seu corpo, e muito menos sobre o meu próprio corpo, e a lógica é simples: - eu não posso transferir e adquirir direitos que não tenho, e como eu não tenho direito sobre meu corpo e nem mesmo sobre o corpo alheio, evidentemente que tais direitos por mim não serão adquiridos e nem transferidos, seja por qualquer título, oneroso ou gratuito, por ato entre vivos ou mortis causa.
Eu não quero decidir porque qualquer jurista que se valha, e que tenha estudado em qualquer universidade brasileira, sabe (e como sabe) que a vida é indisponível, inalienável, intransmissível, imprescritível, pelo motivo simples e óbvio de sua alta dignificação, e que dela resulta todo o poder soberano - fruto do senso de humanidade que tanto permeia as ditas constituições modernas -, que o insere no rol de direitos fundamentais; com isso, a vida, seu exercício e livre gozo é característica estrutural e primeiro imperativo do Estado, o que legitima seu fruir, tornando-o oponível contra qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, para só assim ser característica do Estado Democrático de Direito.
Sabemos que a vida intra-uterina está ligada e dependente do corpo materno, mas dele não é propriedade, pelo fato de que não existe uma vida em dois corpos diferentes, mas dois corpos e cada qual com sua própria vida autônoma.
Eu não quero e não vou decidir por nada que se refere ao aborto, porque os direitos naturais são irrevogáveis, e só Deus pode mudar a ordem natural. A crise da filosofia não pode impedir que estejamos unidos aos valores perenes da vida, e muito menos condicionar a humanidade no pensamento que estamos destituídos de qualquer senso moral, sancionando que a religião é fruto de um período negro da humanidade, e que dela não resulta a liberdade.
No entanto, é notório que não podemos falar de liberdade quando muitos estão escravizados por um pensamento linear e falacioso, que se constrói sob a base da falta de ética para com o próximo que está por nascer, principalmente porque esse próximo é vida em plenitude, completa e indisponível.
Proclamar que "todos são iguais perante a lei" não está, de forma alguma, violando situações que visam desigualar os iguais quando eles se desigualam, ou seja, quando entre os iguais existe o mais fraco, aquele que não pode decidir, que é indefeso e não pode se opor às decisões que tomam no lugar dele. Certamente que a igualdade tem que ser quebrada em benefício daquele que é frágil, para que este possa estar no mesmo nível dos demais, então, entre a força de decisão de um ser humano já nascido, que usa da linguagem para se expressar e do seu intelecto para avaliar a realidade (logo o mais forte), e um ser humano que vive intra-uterinamente, que não fala, não escolhe, não faz cognições (logo, mais fraco), para que exista justiça, o mais forte não pode jamais exercer seu poderio em detrimento daquele que na sua fragilidade não tem a possibilidade fática de decidir.
Não estabelecer uma justa medida de desigualdade legal do forte em benefício do fraco é arruinar a dita "democracia", principalmente quando o homônimo se diz protetor da vida humana. O Estado não existe por si, mas por aqueles que o reconhecem como poder soberano, que são seus cidadãos; afinal, todo poder emana do povo.
Eu não quero decidir sobre o aborto, porque a vida sempre será protegida na sua dupla acepção, mesmo que após o parto sua sustentabilidade seja mínima. Nenhum jurista é capaz de contrariar a lógica constitucional, e se dela não podemos garantir a perpetuidade, ante a revogação natural dos textos normativos, então nos valemos do que é irrevogável em si, logo, é importante ressaltar que a proteção jurídica da vida engloba a sua forma geral, ou seja, intra ou extra-uterina.
Não por outra lógica, é afirmado que: “o embrião ou feto representa um ser individualizado, com uma carga genética própria, que não se confunde nem com a do pai, nem com a da mãe, sendo inexato afirmar que a vida do embrião ou do feto está englobada pela vida da mãe” (Lluziá, Botella in Bittar, Carlos Alberto. O Direito de Família e a Constituição de 1988. São Paulo: Saraiva, 1989. P. 41).
Não é possível que presenciemos todos os dias a relativização de valores absolutos, que nas instâncias de representatividade popular são colocados sob a capa de interesses políticos, de bandeiras partidárias, e programas e diretrizes estatutárias de correntes esquerdistas que pregam o absurdo igualitarismo. Ainda se crê que a democracia é uma simples regra aritmética, para que a maioria vença a minoria, esquecendo que existem outras manifestações da democracia igualmente legítimas e tão verdadeiras quanto o sistema majoritário.
Não podemos dizer que um Estado Democrático é somente aquele que permite o voto, e quem votou em maior número é o vencedor. O governo do povo, pelo povo e para o povo também é feito de forma que todos os poderes do Estado, concretizados no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, sejam ouvintes e interessados pelos cidadãos.
Chamando, então, a filosofia para fundamentar minhas posições, provo a verdade através do seguinte silogismo:Premissa maior: Os brasileiros e estrangeiros residentes no país têm garantido a inviolabilidade do direito à vida (Constituição Federal, art. 5º caput), porque são seres humanos, estão sob proteção jurídica, têm a vida sob a guarda constitucional;Premissa menor: A Constituição estabelece que a dignidade da pessoa humana é princípio fundamental da República (Constituição Federal, art. 1º, II), o que a torna um Estado Democrático de Direito
Conclusão: Logo, o Estado por ser Democrático, por ter como fundamental princípio a dignidade humana, por tornar inviolável o direito à vida, não pode permitir que o aborto seja decidido - assim estaria rompendo com a própria estrutura do Estado -, e como ele não existe sem carta constitucional - porque é ela que dá autoridade emanada do povo -, então o povo já decidiu, como cláusula imutável, que não se pode tornar lícito o aborto.
Eu não quero decidir, finalmente, porque eu não posso modificar o que já foi deliberado pela Igreja de Cristo, que é Una, Santa e Católica. Como católico, estou submetido totalmente e por livre vontade ao Primado dos Papas e ao Magistério Petrino. Toda a minha vida é vivida de forma que o Supremo Doutor na fé e na moral seja ouvido por todos, e creio por direito que a verdadeira filosofia é a cristã, e que qualquer outro caminho filosófico é apenas uma semente da grande árvore que é o pensamento cristão, e que esta semente só se torna perfeita quando for um ramo enxertado na verdadeira videira, ou então correremos o risco de mais e mais sistemas que pretensamente desejam ser filosóficos, acabem por dar poderes aos homens que eles não têm e jamais terão.
© Copyright Sociedade Católica
http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=92
Para citar este artigo:
MACULAN, Carlos Eduardo. Apostolado Veritatis Splendor: Católico Pelo Direito de NÃO Decidir. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/4765. Desde 14/2/2008

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

"A sociedade quis me matar e hoje eu sou doutor"

Não Matar: Vale a pena ler esse texto, em tempo de Campanha da Fraternidade pela "Vida"...
Boa leitura.
Ecclesiae Dei


Um dos momentos que marcaram a tarde desta quinta-feira, 07, no I Congresso Internacional em Defesa da Vida, foi o testemunho do doutor Mauro Figueiroa. Confira a transcrição, na íntegra:


“Fala-se hoje sobre a defesa da vida. Falo sobre isso há mais de 50 anos. Nasci em maio de 1940 em Machu Pichu. Cheguei ao mundo com 20 centímetros e com 900 gramas. Não conheci as minhas mãos. Não conheci meus pés. Meus pais a princípio ficaram muito emocionados e choraram muito, preocupados com o que seria do meu futuro, um dia. Mas, mesmo assim, eles me deram calor humano paterno e materno.


Tenho sete irmãos, todos perfeitos e normais. Deus iluminou o coração dos meus pais para que me amassem e não me desprezassem. A imprensa peruana falou muito mal do meu nascimento, dando notícias exageradas, como “Nasce criança de três cabeças”.15 dias após meu nascimento, meus pais receberam quase 100 pessoas que foram em minha casa para me visitar.


Pessoas vestidas de cordeiro, mas que na verdade eram lobos. Eram preconceituosos. Aqueles que se julgavam poderosos e importantes na sociedade, que julgavam a pessoa pelo tamanho e pelo físico e não pelo espírito foram pedir a minha mãe que me mostrasse a elas. Minha mãe questionava o porquê de tanta gente. E os preconceituosos diziam que, simplesmente, queriam me conhecer, dizendo: “Trouxemos presentes para esta criança”.


Ela com muito cuidado me levantou do berço e me conduziu para a sala onde estavam as pessoas. Enquanto olhavam para mim, uma mulher que estava ao meu lado cuspiu no meu rosto. Nessa hora minha mãe me levou de volta para o quarto e voltou para a sala de visita para pedir uma explicação. Dirigiu-se à pessoa que fez isto e, chorando, perguntou: “Por que a senhora fez isto com a criança? Por que você cuspiu no rosto do meu filho?”.


Já estavam todos combinados e uma só voz falava: “Nós viemos aqui, em nome da sociedade peruana para pedir que você mate seu filho. Ele é um deficiente inútil para a sociedade. Quem vai tomar conta desta criança?”. Mamãe chorava. Mãe é mãe quando é verdadeira mãe. Mamãe nunca me desprezou, nunca negou seu amor. E, implorando, falou: “Não me importa a sociedade, Deus deu vida a esta criança e eu vou tomar conta dele, por favor, não me peçam para matar meu filho”. E a multidão então falou: “Deixe-nos entrar no quarto dele, dê licença, saia da porta”. E minha mãe disse: “Não sairei da porta do quarto do meu filho. Se vocês querem matá-lo, terão que passar por cima do meu cadáver”.


Os preconceituosos desistiram e minha mãe fugiu comigo para outra cidade, onde me criei.


Eu digo nesta tarde, não era a sociedade peruana que queria minha morte, mas um grupo de egoístas. Passaram-se 67 anos e quem sou agora? Será que sou um parasita? Será que sou um mendigo, um inútil ou um mercenário? Hoje sou um doutor, advogado criminalista. Sou professor da Universidade de Lima, sou escritor literário e defensor de Direitos Humanos.


Todos temos o direito de viver. Todos temos o direito de nascer. A mãe não deve abortar, não deve ser tão egoísta. A mãe deve amar seu filho como Nossa Senhora amou Jesus. Para encerrar, pergunto à humanidade: “Se a mãe de Bento XVI tivesse cometido a prática do aborto existiria Bento XVI para o mundo? E quantos “Bentos XVI” as mães matam, jogam pela janela, no lixo e no rio? Quantos seres importantes deixaram de vir ao mundo?”


Danusa Rego Canção Nova Notícias, Aparecida (SP) Robson Siqueira

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=251551
Figura: http://img.cancaonova.com/noticias/noticia/251551.jpg

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Recebi uma sugestão de falar um pouco sobre abstinência, e sua diferença do jejum. Como estamos em tempo de quaresma, é um tema muito propício.
Então vamos lá:
Jejum
Jejum, Jejum é ato que consiste em abster-se de comida ou bebida, total ou parcialmente, durante algum tempo. Na Sagrada Escritura, entendia-se por Jejum, não comer ou beber (e abster-se da vida conjugal) por determinado período.
O que a Sagrada Escritura pretendia positivamente era fazer as pessoas admitir que as necessidades humanas estavam dependentes de Deus. Isto significa que o Jejum não consiste em parar com uma coisa que é automática (autocontrole), e esperar por Deus.

A sensação da fome atua como uma constante lembrança de que se deve ouvir a voz de Deus, na prática de orações litúrgicas e através de celebrações e leituras da Sagrada Escritura :- Ele fez-te sofrer e passar fome; depois, alimentou-te com esse maná que tu não conhecias e que os teus pais também não conheceram, para te ensinar que o homem não vive somente de pão mas de tudo o que sai da boca do Senhor. (Deut. 8,3).

Portanto Jejuar não é apenas estar disposto a enfrentar e aceitar a fome como renúncia às provisões, mas sobretudo a aceitar a vontade e soberania do Provedor; Jejuar é como uma parábola viva ou uma "linguagem personificada" de quem torna visível ou exterioriza uma necessidade interior da Providência de Deus.
Dias de Jejum:

Segundo a lei da Igreja são estes os dias de Jejum obrigatório :
- Quarta-Feira de Cinzas e Sexta-Feira da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Cân. 1251).
Entretanto, durante todo o ano, somos convidados a jejuar, mas especialmente na quaresma.

Abstinência:
O preceito da Abstinência refere-se privar-se de um alimento específico (normalmente carne) nos dias determinados pela Igreja. A Abstinência pode ser de comida (carne, doce, etc), bebida (bebidas alcoolicas, refrigerantes, etc) ou de atividade (assistir TV, etc...) Virtude que se relaciona com a temperança e que regula de forma racional a privação voluntária de certos alimentos.
Importante lembrar que a Igreja nos pede:
  • às sextas feiras (durante todo o ano, exceto que coincidam com alguma solenidade da Igreja) é dia de abstinência, penitência ou obra de caridade. (Cân.1251.)
  • na quaresma, a Igreja pede abstinência durante os quarenta dias (de carne ou escolha), bem como a de carne às quartas e sextas.
  • ainda na quaresma, a Igreja pede jejum e abstinência de carne na Sexta feira da paixão e quarta feira de cinzas.

Alguns dados importantes, retirados do Site da CNBB:

Cân. 1249. - Todos os fiéis, cada um a seu modo, por lei divina têm obrigação de fazer penitência; para que todos se unam entre si em alguma observância comum de penitência, prescrevem-se os dias de penitência em que os fiéis de modo especial se dediquem à oração, exercitem obras de piedade e de caridade, se abneguem a si mesmos, cumprindo mais fielmente as próprias obrigações e sobretudo observando o jejum e a abstinência, segundo as normas dos Cânones...

A Legislação complementar da CNBB quanto aos cânones 1251 e 1253 do Código de Direito Canônico prescreve:"Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os maiores de idade (quem completou 18 anos) até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de almas e pais cuidem para que sejam formados para o genuíno sentido da penitência também os que não estão obrigados à lei do jejum e da abstinência, em razão da pouca idade (cf. Cân. 1252).

“No Brasil, toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade. "

"A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nesses dias na Sagrada Liturgia”

Uma Santa quaresma a todos nós!
Fontes bibliográficas:

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Jejum

Jejum


A Quaresma é um tempo propício para a prática do Jejum, apesar de sabermos que durante todo o ano o sacrifício é bem vindo. Mas nem todos sabemos como fazê-lo. Seguem abaixo algumas dicas valiosas do Monsenhor Jonas Abib sobre essa prática indispensável para todo católico.
Importante lembrar que as abstinências ou mortificações que fazemos (deixar de comer um doce, carne, refrigerante, assistir TV, etc) não são jejum, apesar de serem muito importantes também nessa caminhada.
A Igreja nos convida à esses sacrifícios de mortificações durante o tempo da quaresma, bem como ao Jejum, à Esmola e a Oração.



Práticas de Jejum




Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou estejam cansados ou doentes; sejam gestantes, mães que amamentam, jovens ou adultos. todos podem jejuar sem que isso lhe faça mal, mas, pelo contrário, lhes faça bem.

Muitas pessoas não jejuam porque não sabem fazê-lo. Imaginam que jejuar seja uma coisa muito difícil e dolorosa que elas não vão conseguir fazer.

Abordamos aqui o aspecto prático do jejum. Existem várias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderão ser de grande proveito para você.

Jejum da Igreja


Assim é chamado o tipo de jejum prescrito para toda a Igreja e que, por isso, é extremamente simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.

Alguém poderia pensar que esse seja um jejum relaxado ou que nem seja realmente jejum, porque ele é muito fácil. Mas não é bem assim.

Esse modo de jejuar vem da Tradição da Igreja e pode ser praticado por todos sem exceção, sendo esse o motivo porque é prescrito a toda a Igreja.

O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.

Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.

O conceito de jejum não exige que você passe fome. Em suas aparições em Medjurgorje, a própria Nossa Senhora o repetiu várias vezes. Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer.

O importante, e aí está a essência do jejum, é a disciplina, e é você não comer nada além dessas três refeições. O que interessa é cortar de vez o hábito de "beliscar", de abrir a geladeira várias vezes ao dia para comer "uma coisinha". Evitar completamente, nesse dia, as balas, os doces, os chocolates e os biscoitos. Deixar de lado os refrigerantes, as bebidas e os cafezinhos.

Para quem é disciplinado - e muitos de nós o somos -, isso é um jejum, e dos "bravos"! Nesse tipo de jejum, não se passa fome. Mas como "a gente" se disciplina; como refreia a gula! E é esta a finalidade do jejum.

Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de jejum, mesmo os doentes, porque água e remédios não quebram jejum. Se for necessário leite para tomar os remédios, o jejum não é quebrado, pois a disciplina fica mantida. Para o doente e para o idoso, disciplina mesmo talvez seja tomar os remédios e tomar corretamente.


Jejum a pão e água


Nesse segundo tipo de jejum, deve-se comer pão quando se tem fome e beber água quando se tem sede. Apenas isso e nada mais.

Não se trata de comer pão e beber água ao mesmo tempo. Pelo contrato: é preciso evitar isso. Nosso tipo de pão, quando comido com água, geralmente fermenta no estômago, provocando dor de cabeça.

É melhor ir comendo aos poucos durante todo o jejum. Você vai perceber que, nesse dia, o pão adquire um novo sabor. Também se deve beber água várias vezes no decorrer do dia. O organismo precisa de água. Por isso, tome água, mesmo que você não tenha sede.

O principal desse tipo de jejum é que você só coma pão e beba apenas água.



Jejum à base de líquidos


O terceiro tipo de jejum requer que você passe o dia sem comer nada, limitando-se a tomar líquidos. Ou seja, durante todo o seu dia de jejum, você se alimenta somente com líquidos. Essa é uma modalidade muito boa de jejum, que refreia a nossa gula e garante a nossa disciplina. Tratando-se de líquidos, temos uma grande variedade de opções e de combinações possíveis; todas elas nos mantêm alimentados e bem dispostos sem a quebra do jejum.

É recomendável passar o dia tomando chá. Existem vários tipos de chá, podendo-se escolher. Desde que seja quente e com um pouco de açúcar ou mel, o chá alimenta e mantém o estômago aquecido, o que é muito bom. Quem não puder usar açúcar nem mel, pode usar adoçante ou tomar chá puro; fazendo assim estará se privando da glicose, que é alimentícia, mas conservará as vantagens do chá e do calor. Mas, se preferir, você poderá tomá-lo frio ou gelado, especialmente no verão.

Laranjada, limonada e sucos de fruta também são indicados para esse dia. O mesmo acontece com os sucos de legumes, como cenoura e beterraba, e de verduras. Veja bem: tome suco, não vitamina. Combinando-se frutas, legumes e verduras, as possibilidades aumentam bastante. Os vários sucos, adoçados ou não com açúcar, mel ou adoçante, são sempre alimentícios, deixando o corpo leve para a oração e para as outras atividades intelectuais ou físicas.

Outra boa opção para esse tipo de jejum é a água de coco, que é completa, jé tendo tudo para nos manter hidratados e alimentados. Especialmente para quem tem a sorte de viver nos lugares onde há coqueiros, um jejum a base de água de coco é excelente. Não existe melhor hidratante.

Qualquer pessoa, mas em especial os idosos e os doentes, pode fazer um jejum muito saudavél à base de caldos. Tal como os sucos, os caldos também apresentam um grande variedade. Observe, no entanto, que estou me referindo a caldos, e não a sopas e canjas, embora se possa fazer caldo de frango e até de carne. O que importa é que o caldo é líquido e tem como vantagens ser nutritivo e quente, além de conter sal.

Especialmente em dias frios, os caldos são uma ótima maneira de fazer jejum, pois com eles temos garantida a ingestão das calorias necessárias às nossas atividades, espirituais em particular.



O Jejum completo


Nesse quarto tipo de jejum, não se come coisa alguma e só se bebe água.

É recomendável que, antes de experimentar essa forma de jejum, você já tenha feito o jejum a pão e água e o jejum à base de líquidos, que podem servir de treino.

No jejum completo, é fundamental beber várias vezes ao dia. Não é bom fazer jejum a seco, isto é, sem tomar água, especialmente quando não se tem um bom treinamento.

Mas é possível fazer jejum sem ingerir mesmo água? Sim, como eu já disse, é possível. Porém só as pessoas bem experientes devem tentar fazê-lo.


É fundamental ter em mente que não estamos nos submetendo a um teste de resistência. Não precisamos provar nada a ninguém: nem a nós, nem ao Senhor. O objetivo do jejum é nos encontrar com Deus, favorecer a oração e nos disciplinar. Ele serve para nos abrir à Graça da contemplação, da intercessão a da Unção do Espírito Santo.


Como dissemos acima, nosso organismo precisa de água. Ele necessita estar bem hidratado para agir e reagir no campo espiritual. E como o nosso jejum se destina a combatentes que batalham por Deus na dimensão espiritual, tome água várias vezes ao dia quando praticar o jejum completo.

Quanto a hora de terminar o jejum, principalmente o jejum completo, Nossa Senhora de Medjugorje fala em encerrá-lo às quatro da tarde. Você pode terminá-lo às cinco, às seis ou às oito horas da noite. O importante é ser comedido e agir com sabedoria. Nossa intenção não é bancar os heróis.


Repito: não temos de provar nada a ninguém, nem a nós e nem mesmo ao Senhor.



Observações Finais


Um erro muito comum que as pessoas cometem consiste em fazer um dia de jejum sem tomar café da manhã. Agindo assim, elas na verdade começam a jejuar a partir da última refeição que fizeram, na véspera, e não pela manhã.

Essas pessoas mal-informadas acabam ficando com dor de cabeça, que em geral; começa bem cedo. Ora, dor de cabeça não é o objetivo do jejum. Além disso, trata-se de uma coisa que deixa a pessoa indisposta o resto do dia, que a torna irritadiça e sempre pronta a perder a paciência. E isso é totalmente oposto ao que se espera conseguir jejuando.

É bom que você tome tranqüilamente seu café da manhã, como se faz todos os dias, e, a partir daí, inicie o jejum. Agindo dessa maneira, você fica livre dos ácidos do estômago, da dor de cabeça, da irritabilidade e da indisposição. E isso custa muito pouco: basta tomar café da manhã como nos outros dias.

Se você não quer mesmo comer nada, ou é daqueles que não fazem uma refeição pela manhã, ao menos beba alguma coisa, de preferência quente. Isso vai fazer bem ao seu aparelho digestivo, preparando-o para o dia de jejum.

O jejum é uma riqueza que precisamos reconquistar. É uma forte expressão da comunidade que decidiu fazer uma conversão, começar uma vida nova.

Você provavelmente é uma das muitas pessoas que não conheciam o que acabei de apresentar e que por esse motivo não jejuava. Agora, com uma nova compreensão do jejum, comece a praticá-lo, pois isso seguramente trará benefícios a você e ao Corpo de Cristo.

Deus abençoe o seu jejum!

Essa matéria foi tirada do livro "Práticas de Jejum" escrito pelo Pe. Jonas Abib!!!

Isso é apenas uma introdução... vale a pena ler o livro, que pode ser adquirido na Canção Nova ou em livrarias Cristãs.
http://www.cancaonova.com/cnova/dicas_fe/jejum.html

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Nossa Senhora de Lourdes


Hoje celebramos o dia de Nossa Senhora de Lourdes. Vamos conhecer um pouco da história dessa aparição de Nossa Senhora.


Lourdes é uma cidade situada no Sudeste da França, pertencente à diocese de Tarbes; dos santuários marianos, um dos mais freqüentados.

Segundo as declarações de Bernadete Soubirous, menina de 14 anos, filha de pobre moleiro do lugar, teve ela na gruta de Massabielle 18 aparições de Nossa Senhora, das quais a primeira foi em 11 de fevereiro de 1858 e a última em 16 de julho do mesmo ano.
Na terceira aparição, em 16 de fevereiro, Maria Santíssima ordenou-lhe que, durante uma quinzena, viesse à gruta diariamente; em 25 do mesmo mês recebeu a ordem de beber água e de se lavar na fonte, que não existia, mas que imediatamente brotou, a princípio muito fraca, avolumando-se continuamente, até fornecer, como hoje fornece: 122.000 litros por dia.

Em repetidas aparições a Santíssima Virgem insistiu na necessidade de penitência e da oração pelos pecadores. Manifestou seu desejo de no lugar ver erguida uma igreja, a qual fosse visitada por procissões dos fiéis católicos. Em 25 de março, perguntada por Bernadete, quem era, a dama de aparência sobrenatural respondeu: "Eu sou a Imaculada Conceição". A fama das aparições, das curas, de todo extraordinárias, verificadas na gruta, os favores obtidos por meio de orações dirigidas a Maria Santíssima encheu toda a França e se estendeu aos países vizinhos.

O Bispo de Tarbes, em 28 de julho de 1858, nomeou uma Comissão que, durante 3 anos, examinou minuciosamente todos os fenômenos observados na gruta de Massabielle. Esta mesma comissão sujeitou Bernadete a rigorosas interrogações; estudou escrupulosamente todos os casos que havia de curas maravilhosas, de que se dizia, terem se dado em Lourdes. Os próprios médicos dos doentes favorecidos eram convidados para fazer as suas observações profissionais e se externar a respeito do restabelecimento, dito miraculoso pelos clientes.

No seu relatório, publicado em janeiro de 1882 Monsenhor Laurence, Bispo de Tarbes, reconheceu o caráter sobrenatural das aparições e autorizou o culto público da SS. Virgem na gruta de Massabielle. Aos 04 de abril de 1864 foi colocada na gruta uma estátua da Imaculada Conceição e em 02 de julho de 1876 sagrou-se a igreja construída no lugar indicado por Nossa Senhora. À mesma igreja o Papa Pio IX concedeu o título de Basílica, a qual enriqueceu muitos privilégios.

Mais tarde, em 1886, começaram as obras da grandiosa Igreja do Rosário, que apresenta uma vasta rotunda com cúpula de 15 capelas. Cinco anos se trabalhou na construção deste santuário que, em 1910, foi sagrado e inaugurado.

Em 1891 foi estabelecida e autorizada a festa da Aparição da Imaculada Conceição na província eclesiástica de Auch, de que a diocese de Tarbes é sufragânea.

Em 13 de novembro de 1907 foi ela estendida à toda Igreja. Desde então começaram a afluir a Lourdes as procissões não só de todas as regiões da França, mas também da Bélgica, da Holanda, da Alemanha, enfim de todos os países da Europa e de todo o mundo. Já em 1903 chegaram a Lourdes as procissões não só de todas as regiões da França, mas também da Bélgica, da Holanda, da Alemanha, enfim de todos os países da Europa e de todo o mundo. Neste mesmo ano chegaram a Lourdes 4.271 comboios, dos quais 292 do estrangeiro, trazendo 3.817.000 romeiros. A afluência dos devotos, longe de no correr dos anos diminuir, aumentou continuamente. Contam as centenas de milhares, quiçá a milhões de pessoas que em Lourdes encontraram a paz da sua alma, alívio em seus sofrimentos corporais, espirituais, cura dos seus males.

Embora a Igreja Católica não obrigue a ninguém a dar crédito à realidade das aparições e ao caráter sobrenatural das mesmas, racionalmente elas não podem ser postas em dúvida.
Bernadete era uma menina simples do povo. Vestígios de histeria, de mania ou suscetibilidade religiosa nela não existiam. As suas declarações sempre ela as fez sem titubeação alguma e nunca se emaranhou em contradições. No leito da morte (12-12-1878) confirmou tudo com a mesma simplicidade e firmeza. Em seus relatos fala de coisas que ela mesma não compreendia, por exemplo: "Eu sou a Imaculada Conceição" (ou como ouviu Nossa Senhora textualmente falar: "Que Soy era Immaculada Concepciou"). Predisse uma série de aparições; insistia na existência de uma fonte oculta, que depois de fato apareceu. As autoridades eclesiásticas acompanharam tudo com muita atenção e máxima reserva. As curas milagrosas estão sob o controle de uma comissão de médicos, acessível a todos os facultativos sem distinção de credos ou mentalidades.

Esta comissão se ocupa detidamente a cada caso de cura milagrosa, e devem os doentes se sujeitar a um exame médico anterior, logo depois de sua chegada em Lourdes, e depois da cura que julgarem ter experimentado. Desde 1858 até 1904 a comissão oficial de médicos constatara a autenticidade de 3.353 curas, que se subtraíram à explicação natural e científica. Daquela data até hoje as curas milagrosas observadas em Lourdes se tornaram inumeráveis. A água da fonte que os doentes bebem e em que tomam banho de imersão, quimicamente analisada, que foi, não acusou existência de nenhuma substância mineral curativa. Sabe-se quanta influência a sugestão pode influir sobre certas doenças nervosas; mas quando se trata de cancro, de tuberculose, de cegueira ou fratura de ossos, a sugestão não pode ser tomada em consideração como fator restaurador da saúde.

Bernadete, em 1865 se fez religiosa da Congregação das irmãs de Caridade e do Ensino Cristão. Entrou no Convento de Nevers, onde professou votos em 22 de setembro de 1878. Muito sofreu, mas o meio dos sofrimentos físicos e morais, conservou sempre a simplicidade, a mansidão e a humildade, virtudes que sempre a caracterizavam. Faleceu no Convento de Nevers aos 16 de abril de 1879.

O Papa Pio XI em 14 de julho de 1925, inseriu o nome da Irmã Maria Bernarda no catálogo dos Bem-aventurados e canonizou-a em 02 de julho de 1933.
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Fonte: Página Oriente
Referência bibliográfica: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1959.