Agora são Horas e Minutos - Este blog está sendo encerrado! Pesquise os temas que tiver interesse ainda aqui mas visite-nos no novo blog: catolicosomos.blogspot.com, esperamos por você lá! Todas as publicações serão aos poucos transferidas para o novo blog.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Leigos

Olha o que a Igreja fala para nós leigos:

"Incumbe, portanto, a todos os leigos a magnífica tarefa de trabalhar para que o desígnio de salvação atinja cada vez mais os homens de todos os tempos e lugares. Esteja-lhes, pois, amplamente aberto o caminho, a fim de que, segundo as próprias forças e as necessidades dos tempos, também eles participem com ardor na ação salvadora da Igreja." (Lumen Gentium, 33).
Continuemos evangelizando cada vez mais!!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Santa Monica






Hoje é o dia de Santa Monica. Vamos conhecer um pouco da vida dessa Grande Santa, e pedir a Deus a graça de copiar um pouco dessa fé e perseverança, nessa semana que comemoramos as vocações leigas.






Um ótimo dia!






*****************






Santa Mônica nasceu em Tagaste, África, por volta do ano 331. Foi a mãe do célebre doutor da Igreja, Santo Agostinho. Jovem, ainda, ela casou com Patrício e teve filhos, um dos quais foi Agostinho de Hipona, convertido ao cristianismo, graças às suas orações e lágrimas.






Foi uma mulher de intensa oração e de virtudes comprovadas. Em seu livro, Confissões, Santo Agostinho fala de sua mãe com grande estima e veneração: Superou infidelidades conjugais, sem jamais hostilizar, demonstrar ressentimento contra o marido, por isso. Esperava que tua misericórdia descesse sobre ele, para que tivesse fé em ti e se tornasse casto.






Embora de coração afetuoso, ele se encolerizava facilmente. Minha mãe havia aprendido a não o contrariar com atos ou palavras, quando o via irado. Depois que ele se refazia e acalmava, ela procurava o momento oportuno para mostrar-lhe como se tinha irritado sem refletir ...






Sempre que havia discórdia entre pessoas, ela procurava, quando possível, mostrar-se conciliadora, a ponto de nada referir de uma à outra, senão o que podia levá-las a se reconciliarem ...






Educara os filhos, gerando-os de novo tantas vezes quantas os visse afastarem-se de ti. Enfim, ainda antes de adormecer para sempre no Senhor, quando já vivíamos em comunidades depois de ter recebido a graça do batismo (...), ela cuidou de todos, como se nos tivesse gerado a todos, servindo a todos nós, como se fosse filha de cada um (Confissões, Ed. Paulinas, p. 234).






sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nossa Senhora Mãe Rainha


Hoje é o dia em que celebramos a festa de Nossa Senhora, Rainha do Céu e da terra.
Façamos essa oração:


Maria Santíssima, Rainha do Céu e da terra,

foi sempre à vencedora de todas as batalhas de Deus:

Voltem-se os governantes do mundo para Ela e o Seu cetro fará triunfar a causa do bem,

com o triunfo da Igreja e do Reino de Deus!

Reze com devoção e confiança esta oração:

OH Maria sem pecado concebida!

A mais Preciosa Menina, Rainha das Maravilhas.

Ajuda-me neste dia a ser sempre teu verdadeiro filho,

para chegar um dia ao Deus da Vida.


És Rainha do Céu e da Terra, gloriosa e digna Rainha do Universoa quem podemos invocar de dia e de noite,

não só com o doce nome de Mãe,

mas também com o de Rainha, como te saúdam no Céu com alegria e amor todos os Anjos e Santos.


Nossa Senhora Rainha, Celeste Aurora, enviai a luz divina do Universo para me ajudar a resolver estes problemas (descrever resumidamente as suas intençoes).

Amém.



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O Sacramento da Ordem

Continuando a falar sobre a bela vocação ao sacerdócio, segue um texto do prof. Felipe Aquino sobre o Sacramento da Ordem.

Abraços e uma ótima quarta feira para você!

------------------------------------

O sacramento da ordem
Este é o Sacramento que constitui os Ministros do Senhor. Ele pode ser ministrado em três Ordens: episcopado, presbiterado e diaconato.
No Antigo Testamento, Deus escolheu a tribo de Levi para dela saírem os sacerdotes da antiga aliança. Eram muitos os sacerdotes, os ritos e os sacrifícios (Nm 3,11-13; Lv 1,27-34).
Jesus veio para com o seu sacrifício levar à plenitude os sacrifícios da Antiga Aliança; por isso, Ele aboliu o sacerdócio levítico e fez-se Ele mesmo o Único Sacerdote da Nova e Eterna Aliança, de acordo com Melquisedec, Rei e Sacerdote (Hb 7,1-10; 10,4-10). Como único Sacerdote ofereceu um Único sacrifício, oblação perfeita da sua vida da sua vontade, entregues ao Pai. O seu Sim, inspirado no amor a nós, apagou o Não dito pelo primeiro homem por falta de amor ao Pai.
Até que Ele volte Cristo quer continuar o seu sacerdócio para aplicar os frutos da Redenção aos homens, através dos ministros que Ele escolheu e escolhe. Estes participam do único e mesmo sacerdócio de Jesus e oferecem o único sacrifício do Senhor na cruz; agem como se fossem a mão e o braço de Jesus estendido através de todos os séculos, para salvar todos os homens. Jesus escolheu os Doze Apóstolos para dar início à Igreja, porque quis que ela não fosse um povo sem forma, ao contrário, a quis estruturada em uma hierarquia definida, como mostram os Evangelhos: “Ele escolheu Doze para estarem com Jesus” (Mc 3, 13-16).
Jesus lhes deu ordem e poder de agirem como se fosse Ele mesmo: “Quem vos ouve, a mim ouve; que vos rejeita a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc 10,16).
Segundo o Concílio de Trento, os Apóstolos foram constituídos sacerdotes na última Ceia. (DS, 1752[949]).
Além dos Doze, Jesus chamou mais 72 colaboradores, com missão análoga à dos Apóstolos. Os Atos dos Apóstolos mostram que Pedro e Paulo iam instituindo presbíteros (epískopoi em grego) onde passavam (At 14,23; 15,2-6; 11,30; Tt 1,5; 1Tm 4,14; 5,17; 1Pd5,1), para que esses dirigissem a comunidade.
Não havia igrejas independentes dos Apóstolos, como muitas são hoje criadas. Os Apóstolos também instituíram diáconos que ocupavam um lugar abaixo dos presbíteros (At 6,1-6; 1Tm 3,8-13).
Enquanto os Apóstolos eram vivos, eles eram os responsáveis pelas comunidades cristãs, abaixo deles havia um colegiado de anciãos (presbyteroi em grego) ou episkopoi (superintendente), e mais abaixo os diáconos. No fim da vida dos Apóstolos, foi surgindo o “episcopado monárquico”, sendo escolhido um presbítero que se tornava o pastor estável da comunidade, com o título exclusivo de episkopos (= bispo), enquanto os demais ficavam com o título e presbíteros. Assim, os bispos são os sucessores dos Apóstolos. Cada um tem jurisdição apenas sobre a sua diocese, enquanto o bispo de Roma, o Papa, que é sucessor direto de São Pedro, tem jurisdição sobre a Igreja toda.
A plenitude do sacerdócio de Cristo é conferida ao bispo. Ele pode consagrar a Eucaristia e ordenar presbíteros. Esses não podem ordenar outros presbíteros.
Nos primeiros séculos da Igreja houve as diaconisas, mulheres encarregadas da catequese e outras funções, mas não recebiam o sacramento da Ordem, apenas uma bênção (sacramental) para exercer o ministério.
O SACRAMENTO DA ORDEM NO CATECISMO
O Catecismo da Igreja ensina os pontos mais importantes do Sacramento da Ordem.
§ 1536 – A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo a seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos; é, portanto, o sacramento do ministério apostólico.
Comporta três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.
(...)
§ 1539 – O povo eleito foi constituído por Deus como “um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,6) (Cf. Is 61,6). Mas, dentro do povo de Israel, Deus escolheu uma das doze tribos, a de Levi, reservando-a para o serviço litúrgico (Cf. Nm 1,48-53), Deus mesmo é sua herança (Cf. Js 13,33). Um rito próprio consagrou as origens do sacerdócio da antiga aliança (Cf. Ex 29,1-30; Lv 8).
Os sacerdotes são aí “constituídos para intervir em favor dos homens em suas relações com Deus, a fim de oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Cf. Hb 5,1).
§ 1540 – Instituído para anunciar a palavra de Deus (Cf. Ml 2,7-9) e para restabelecer a comunhão com Deus pelos sacrifícios e pela oração, esse sacerdócio continua, não obstante, impotente para operar a salvação. Precisa, por isso, repetir sem cessar os sacrifícios, e não é capaz de levar à santificação definitiva (Cf. Hb 5,3.7,27; 10,1-4), que só o sacrifício de Cristo deveria operar.
(...)
O Único sacerdócio de Cristo
§ 1544 – Todas as prefigurações do sacerdócio da antiga aliança encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, “único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5). Melquisedec, “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14,18), é considerado pela Tradição cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único “sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedec” (Hb 5,10;6,20), santo, inocente, imaculado” (Hb 7,16), que “com uma única oferenda levou à perfeição, e para sempre, os que ele santifica” (Hb 10,14), isto é, pelo único sacrifício de sua Cruz.
§ 1545 – O sacrifício redentor de Cristo é único, realizado uma vez por todas. Não obstante, torna-se presente no sacrifício eucarístico da Igreja. O mesmo acontece com o único sacerdócio de Cristo: torna-se presente pelo sacerdócio ministerial, sem diminuir em nada a unicidade do sacerdócio de Cristo. “Por isso, somente Cristo é o verdadeiro sacerdote; os outros são meus ministros.” (Sto. Tomás de Aquino, Hebr., 7,4).
(...)
§ 1547 – O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis, embora “ambos participem, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo” (LG 10), diferem, entretanto, essencialmente, mesmo sendo “ordenados um ao outro” (LG 10). Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da graça batismal, vida de fé, de esperança e de caridade, vida segundo o Espírito, o sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio comum, refere-se ao desenvolvimento da graça batismal de todos os cristãos.
É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e de conduzir sua Igreja. Por isso, é transmitido por um sacramento próprio, o sacramento da Ordem.“In persona Christi Capitis” (Na pessoa de Cristo Cabeça...)
§ 1548 – No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da verdade. A Igreja o expressa dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age “in persona Christi Capitis” (na pessoa de Cristo Cabeça) ( Cf. LG 10; 28; SC 33; CD 11; PO 2; 6).
Na verdade, o ministro faz as vezes do próprio Sacerdote, Cristo Jesus. Se, na verdade, o ministro é assimilado ao Sumo Sacerdote por causa da consagração sacerdotal que recebeu, goza do poder de agir pela força do próprio Cristo que representa (“Virtute ac persona ipsius Christi”) ( Pio XII, enc. Mediator Dei).“Cristo é a origem de todo sacerdócio: pois o sacerdote da [Antiga] Lei era figura dele, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa.”(Sto. Tomás de Aquino, S. Th III, 22,4).
(...)
§ 1550 – Esta presença de Cristo no ministro não deve ser compreendida como se estivesse imune a todas as fraquezas humanas, ao espírito de dominação, aos erros e até aos pecados. A força do Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos dos ministros. Enquanto nos sacramentos esta garantia é assegurada, de tal forma que mesmo o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça, há muitos outros atos em que a conduta humana do ministro deixa traços que nem sempre são sinal de fidelidade apostólica da Igreja.
§ 1556 – Para desempenhar sua missão, “os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com especial efusão do Espírito Santo, que desceu sobre eles. E eles mesmos transmitiram a seus colaboradores, mediante a imposição das mãos, este dom espiritual que chegou até nós pela sagração episcopal” (LG 21).
(...)
§ 1558 – “A sagração episcopal, juntamente com o múnus de santificar, confere também os de ensinar e de reger... De fato, mediante a imposição das mãos e as palavras da sagração, é concedida a graça do Espírito Santo e impresso o caráter sagrado, de tal modo que os Bispos, de maneira eminente e visível, fazem as vezes do próprio Cristo, Mestre, Pastor e Pontífice, e agem em seu nome (“in eius persona agant”)” (Ibid). “Os Bispos, portanto, pelo Espírito Santo que lhes foi dado, foram constituídos como verdadeiros e autênticos mestres da fé, pontífices e pastores”(CD. 2).
(...)
Do livro OS SETE SACRAMENTOS
Do Prof. Felipe Aquino

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Celibato Sacerdotal

Nessa semana, recordamos a vocação à vida consagrada: religiosos, religiosas, consagradas e consagrados nos institutos e comunidade de vida apostólica e nas novas comunidades.
Essa recordação é feita porque no dia 15 celebramos o Dia da Assunção de Maria aos céus - que comemoramos ontem na Liturgia. Maria, como mulher modelo de consagração a Deus dá o tom da comemoração do dia da vocação à vida consagrada.
Segue um documento do cardeal Claudio Hummes sobre o tema tão comentado que é o celibato sacerdotal. Importante que nós católicos, conheçamos os motivos e necessidades desse dom que é o celibato, que Deus concede aos nossos queridos sacerdotes e religiosos.
A nós, leigos que não somos celibatários, a mesma castidade nos é requerida, mas de uma outra forma, pela é a fidelidade à esposa/esposo. A eles (os padres e religiosos), o chamado vai além, por isso, exige vocação diferente da nossa, um amor superior a Jesus, a formação, e dedicação total à Jesus e ao Reino de Deus.
Uma ótima semana a todos e boa leitura.
Oremos sempre pela santificação de nossos queridos padres, religiosos e religiosas, para que possam assumir com amor e santidade essa bela vocação que receberam de Jesus.
*************


REFLEXÕES DO CARDEAL CLAÚDIO HUMMES
POR OCASIÃO DO XL ANIVERSÁRIO DA CARTA ENCÍCLICA
«SACERDOTALIS CAELIBATUS»
DO PAPA PAULO VI



A importância do celibato sacerdotal


Entrando no XL aniversário da publicação da Encíclica "Sacerdotalis caelibatus" de Sua Santidade Paulo VI, a Congregação para o Clero considera oportuno recordar o ensinamento magisterial deste importante documento pontifício.


Verdadeiramente, o celibato sacerdotal é um dom precioso de Cristo à sua Igreja, um dom sobre o qual é necessário meditar e revigorar sempre de novo, sobretudo no mundo de hoje profundamente secularizado.


De fato os estudiosos indicam que as origens do celibato sacerdotal nos fazem remontar aos tempos apostólicos. Ignace de la Potterie escreve: "Há uma geral sintonia entre os estudiosos para dizer que a obrigação do celibato ou pelo menos da continência se tornou lei canônica desde o século IV. [...]. Mas é importante observar que os legisladores do IV ou V século afirmavam que esta disposição canônica se baseava numa tradição apostólica. Dizia por exemplo o Concílio de Cartagena (de 390): "Convém que aqueles que estão ao serviço dos mistérios divinos sejam perfeitamente continentes (continentes esse in omnibus) para que aquilo que os apóstolos ensinaram e a própria antiguidade manteve, o observemos nós também"(1). No mesmo sentido, A. M. Stickler fala de assuntos bíblicos em favor do celibato de inspiração apostólica (2).


Desenvolvimento histórico


O Magistério solene da Igreja recorda ininterruptamente as disposições sobre o celibato eclesiástico. O Sínodo de Elvira (300-303?) no Cânone 27 prescreve: "Um Bispo, como qualquer outro clérigo, tenha consigo unicamente ou uma irmã ou uma virgem consagrada; estabeleceu-se que não deva absolutamente ter uma estranha"; e no cânone 33: "Decidiu-se amplamente a seguinte proibição aos Bispos, aos presbíteros e aos diáconos, assim como a todos os clérigos que exercem um ministério: abstenham-se das suas esposas e não gerem filhos; quem o fizer deverá ser afastado do estado clerical"(3).

Também o Papa Cirício (384-399), na carta ao Bispo Imério de Tarragona de 10 de Fevereiro de 385, afirma: "O Senhor Jesus [...] quis que a figura da Igreja, da qual é o esposo, emane o esplendor da castidade [...] pela lei indissolúvel destas disposições todos nós sacerdotes estamos ligados [...] para que desde o dia da nossa ordenação entreguemos quer os nossos corações quer os nossos corpos à sobriedade e à castidade, para agradar ao Senhor nosso Deus nos sacrifícios que oferecemos todos os dias" (4).


No Concílio Ecumênico Lateranense I de 1123, no Cânone 3, lemos: "Proibimos do modo mais absoluto aos sacerdotes, diáconos, subdiáconos, de viver com as concubinas ou com as esposas e de coabitar com mulheres diversas das que o Concílio de Nicéia (325) permitiu que se viva"(5). Assim também na sessão XXIV do Concílio de Trento, no Cânone 9, se recorda a absoluta impossibilidade de contrair matrimônio aos clérigos constituídos nas ordens sagradas ou aos religiosos que fizeram profissão solene de castidade; com ela a nulidade do próprio matrimônio, juntamente com o dever de pedir a Deus o dom da castidade com intenção reta(6).

Em tempos mais recentes o Concílio Vaticano II recordou na declaração "Presbyterorum ordinis", 7 o vínculo estreito entre celibato e Reino de Deus, vendo no primeiro um sinal que anuncia de modo radioso o segundo, um início de vida nova, a cujo serviço o ministro da Igreja é consagrado.

Com a encíclica de 24 de Junho de 1967, Paulo VI manteve uma promessa feita aos Padres conciliares dois anos antes. Ele examina as objeções apresentadas em relação à disciplina do celibato e, ressaltando os seus fundamentos cristológicos e fazendo apelo à história e ao que os documentos dos primeiros séculos nos ensinam a propósito das origens do celibato-continência, confirma plenamente o seu valor.

O Sínodo dos Bispos de 1971, quer no esquema pré-sinodal Mysterium presbyterorum (15 de Fevereiro), quer no documento final Ultimis temporibus (30 de Novembro), afirma a necessidade de conservar o celibato na Igreja latina, iluminando o seu fundamento, a convergência dos motivos e as condições que o favorecem(8).

A nova codificação da Igreja latina de 1983 reafirma a tradição de sempre: "Os clérigos são obrigados a observar a continência perfeita e perpétua pelo Reino dos céus; por isso são obrigados ao celibato, que é um dom especial de Deus, pelo qual os ministros sagrados podem mais facilmente unir-se a Cristo de coração indiviso e dedicar-se mais livremente ao serviço de Deus e dos homens"(9).

Na mesma linha se move o Sínodo de 1990, do qual surgiu a exortação apostólica do Servo de Deus o Papa João Paulo II Pastores dabo vobis, na qual o Pontífice apresenta o celibato como uma exigência de radicalismo evangélico, que favorece de modo especial o estilo de vida esponsal e que brota da configuração do sacerdote com Jesus Cristo, através do Sacramento da Ordem(10).

O Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992 e que recolhe os primeiros frutos do grande acontecimento do Concílio Ecumênico Vaticano II, reafirma a mesma doutrina: "Todos os ministros ordenados na Igreja Latina, à exceção dos diáconos permanentes, são normalmente escolhidos entre os homens crentes que vivem celibatários e têm vontade de guardar o celibato "por amor do Reino dos Céus""(11).

No mesmo recentíssimo Sínodo sobre a Eucaristia, segundo a publicação provisória, oficiosa e não oficial das suas proposições finais, concedida pelo Papa Bento XVI, na proposição n. 11, sobre a escassez de clero em algumas partes do mundo e sobre a "fome eucarística" do povo de Deus, reconhece-se "a importância do dom inestimável do celibato eclesiástico na prática da Igreja latina".
Com referência ao Magistério, particularmente ao Concílio Ecumênico Vaticano II e aos últimos pontífices, os padres pediram que fossem ilustradas adequadamente as razões da relação entre celibato e ordenação sacerdotal, no pleno respeito da tradição das Igrejas Orientais. Houve quem fizesse referência à questão dos viri probati, mas a hipótese foi avaliada como um caminho que não se deve percorrer.


Só no passado dia 16 de Novembro de 2006 o Papa Bento XVI presidiu no Palácio Apostólico a uma das periódicas reuniões dos Chefes de Congregações da Cúria Romana. Naquela sede foi reafirmado o valor da opção do celibato sacerdotal segundo a ininterrupta tradição católica e foi reafirmada a exigência de uma sólida formação humana e cristã quer para os seminaristas quer para os sacerdotes já ordenados.


As razões do Sagrado Celibato


Na Encíclica "Sacerdotalis caelibatus", Paulo VI apresenta inicialmente a situação em que se encontrava naquele tempo a questão do celibato sacerdotal, quer sob o ponto de vista do seu apreço quer das objeções.
As suas primeiras palavras são determinantes e ainda atuais: "O celibato sacerdotal, que a Igreja guarda desde há séculos como brilhante pedra preciosa, conserva todo o seu valor mesmo nos nossos tempos, caracterizados por uma transformação profunda na mentalidade e nas estruturas"(12).
Paulo VI revela o que ele mesmo meditou, interrogando-se sobre o assunto para poder responder às objeções, e conclui: "Julgamos portanto que a lei vigente do celibato consagrado deve ainda hoje, acompanhar firmemente o ministério eclesiástico; deve tornar possível ao ministro a sua escolha exclusiva, perene e total do amor único de Deus e ao serviço da Igreja, e deve ser característica do seu estado de vida, tanto na comunidade dos fiéis como na profana"(13).

"É certo", acrescenta o Papa, "conforme declarou o Concílio Ecumênico Vaticano II, a virgindade não é requerida pela própria natureza do sacerdócio, como se conclui da prática da Igreja primitiva e da tradição das Igrejas Orientais ( "Presb. Ord", 16). Mas o mesmo Sagrado Concílio não hesitou em confirmar solenemente a antiga, sagrada e providencial lei vigente do celibato sacerdotal, expondo também os motivos que a justificam aos olhos de quem sabe apreciar com espírito de fé e com íntimo e generoso fervor os dons divinos"(14).

É verdade. O celibato é um dom que Cristo oferece a quantos são chamados ao sacerdócio. Este dom deve ser acolhido com amor, alegria e gratidão. Assim, será fonte de felicidade e de santidade.

As razões do celibato sagrado, expostas por Paulo VI, são três: o seu significado cristológico, o significado eclesiológico e o escatológico.

Comecemos com o significado cristológico.
Cristo é novidade. Realiza uma nova criação. O seu sacerdócio é novo. Ele renova todas as coisas. Jesus, o Filho unigênito do Pai, enviado ao mundo, "fez-se homem para que a humanidade sujeita ao pecado e à morte, fosse regenerada e, por meio dum nascimento novo, entrasse no Reino dos céus.
Consagrando-se inteiramente à vontade do Pai, Jesus realizou, por meio do seu mistério pascal, esta nova criação, introduzindo no tempo e no mundo uma forma de vida, sublime e divina, que transforma a própria condição terrena da humanidade"(15).

O próprio matrimônio natural, abençoado por Deus desde a criação, mas ferido pelo pecado, foi renovado por Cristo, que "o elevou à dignidade de sacramento e de sinal misterioso da sua união com a Igreja. [...]
Mas Cristo, Mediador de um Testamento mais excelente (cf. Hb 8, 6), abriu também um novo caminho, em que a criatura humana, unindo-se total e diretamente ao Senhor, e preocupada apenas com Ele e com as coisas que Lhe dizem respeito, manifesta de maneira mais clara e completa a realidade profundamente inovadora do Novo Testamento"(16).

Esta novidade, este novo caminho, é a vida na virgindade, que o próprio Jesus viveu, em harmonia com o seu ser mediador entre o céu e a terra, entre o Pai e o gênero humano. "Em plena harmonia com esta missão, Cristo manteve-se toda a vida no estado de virgindade, o que significa a sua dedicação total ao serviço de Deus e dos homens"(17). Serviço de Deus e dos homens significa amor total e sem reservas, que marcou o viver de Jesus entre nós. Virgindade por amor do Reino de Deus!

Mas, Cristo, chamando os seus sacerdotes a serem ministros da salvação, isto é, da nova criação, chama-os a ser e a viver em novidade de vida, unidos e semelhantes a Ele na forma mais perfeita possível. Disto deriva o dom do sagrado celibato, como configuração mais plena com o Senhor Jesus e profecia da nova criação.
Os seus apóstolos foram por Ele chamados "amigos". Chamou-os a segui-lo muito de perto, em tudo, até à cruz. E a cruz os levará à ressurreição, à nova criação realizada.
Por isso sabemos que segui-lo com fidelidade na virgindade, que inclui uma imolação, nos conduzirá à felicidade. Deus não chama à infelicidade, mas à felicidade. A felicidade, contudo, conjuga-se sempre com a fidelidade. Disse-o o saudoso Papa João Paulo II aos esposos reunidos com ele no II Encontro Mundial das Famílias, no Rio de Janeiro.

Assim emerge o tema do significado escatológico do celibato, enquanto sinal e profecia da nova criação, ou seja, do Reino definitivo de Deus na Parusia, quando todos ressuscitarem da morte.

"Deste Reino, a Igreja constitui na terra o germe e o início", como nos ensina o Concílio Vaticano II(18). Nestes "últimos tempos", a virgindade, vivida por amor do Reino de Deus, constitui um sinal particular, porque o Senhor anunciou que "com a ressurreição [...] não se tem nem esposa nem marido, mas somos como anjos de Deus no céu" (19).

Num mundo como o nosso, mundo do espetáculo e dos prazeres fáceis, profundamente fascinado pelas coisas terrenas, sobretudo pelo progresso das ciências e das tecnologias recordamos as ciências biológicas e as biotecnologias o anúncio de um além, ou seja, de um mundo futuro, de uma parusia, como acontecimento definitivo de uma nova criação, é determinante e ao mesmo tempo liberta da ambigüidade das aporias, das vozearias, dos sofrimentos e contradições, em relação aos verdadeiros bens e aos novos conhecimentos profundos que o progresso humano atual traz consigo.

Finalmente, o significado eclesiológico do celibato conduz-nos mais diretamente à atividade pastoral do sacerdote.

Afirma a Encíclica: "A virgindade consagrada dos sacerdotes manifesta, de fato, o amor virginal de Cristo pela sua Igreja e a fecundidade virginal e sobrenatural desta união"(20). Semelhante a Cristo e em Cristo, o sacerdote desposa-se misticamente com a Igreja, ama a Igreja com amor exclusivo.

Assim, dedicando-se totalmente às coisas de Cristo e do seu Corpo Místico, o sacerdote goza de uma ampla liberdade espiritual para estar ao serviço amoroso e total de todos os homens, sem distinção.

"Assim o sacerdote, na morte quotidiana de si mesmo, na renúncia ao amor legítimo de uma própria família por amor de Cristo e do seu Reino, encontrará a glória de uma vida em Cristo pleníssima e fecunda, porque como Ele e n'Ele ama e se entrega a todos os filhos de Deus"(21).

A Encíclica acrescenta ainda como o celibato faça crescer a idoneidade do sacerdote à escuta da Palavra de Deus e à oração, assim como o habilita para colocar totalmente no altar a própria vida, que traz os sinais do sacrifício(22).


Valor da castidade e do celibato


O celibato, antes de ser uma disposição canônica, é um dom de Deus à sua Igreja, é uma questão ligada à dedicação total ao Senhor. Mesmo na distinção entre a disciplina celibatária dos seculares e a experiência religiosa da consagração e da emissão dos votos, está fora de questão que não há outra interpretação nem justificação possível do celibato eclesiástico fora da dedicação total ao Senhor, numa relação que seja, também sob o ponto de vista afetivo, exclusiva; isto pressupõe uma forte relação pessoal e comunitária com Cristo, que transforma os corações dos Seus discípulos.

A opção celibatária da Igreja Católica de rito latino desenvolveu-se, desde os tempos apostólicos, precisamente no seguimento da relação do sacerdote com o seu Senhor, tendo como grande ícone o "Amas-me mais do que estes?" (23)que Jesus Ressuscitado dirige a Pedro.

As razões cristológicas, eclesiológicas e escatológicas do celibato, todas radicadas na comunhão especial com Cristo à qual o sacerdote é chamado, são portanto declináveis em diversos modos segundo quanto é afirmado expressamente pela "Sacerdotalis caelibatus".


Antes de tudo o celibato é "sinal e estímulo da caridade pastoral"(24). Ela é o critério supremo para julgar a vida cristã em todos os seus aspectos; o celibato é um caminho de amor, mesmo se o próprio Jesus, como refere o Evangelho segundo Mateus, afirma que nem todos podem compreender esta realidade: "Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado"(25).


Esta caridade declina-se no clássico dúplice aspecto de amor a Deus e aos irmãos: "Com a virgindade ou o celibato observado pelo Reino dos céus os presbíteros consagram-se a Deus com um novo e excelso título, aderem mais facilmente a Ele com coração indiviso"(26).
São Paulo, num trecho ao qual aqui se alude, apresenta o celibato e a virgindade como "caminho para agradar a Deus" sem divisões(27): por outras palavras, um "caminho do amor" que certamente pressupõe uma vocação particular, e neste sentido é um carisma, e que é em si mesmo excelente quer para o cristão quer para o sacerdote.

O amor radical para com Deus torna-se através da caridade pastoral amor para com os irmãos. Na "Presbyterorum ordinis" lemos que os sacerdotes "se dedicam mais livremente a ele e para ele ao serviço de Deus e dos homens, servem com maior eficiência o seu Reino e a sua obra de regeneração divina e deste modo se dispõem melhor para receber uma paternidade mais ampla em Cristo"(28).
A experiência comum confirma como seja mais simples abrir o coração aos irmãos plenamente e sem reservas para quem não está ligado a outros afetos, por muito legítimos ou santos que sejam, além do de Cristo.

O celibato é o exemplo que o próprio Cristo nos deixou. Ele quis ser celibatário. Explica ainda a Encíclica: "Cristo permaneceu por toda a sua vida no estado de virgindade, o que significa a sua total dedicação ao serviço de Deus e dos homens. Esta profunda relação entre a virgindade e o sacerdócio de Cristo reflete-se em quantos têm o privilégio de participar da dignidade e da missão do Mediador e Sacerdote eterno, e esta participação será tanto mais perfeita, quanto mais o sagrado ministério estiver livre de vínculos de carne e de sangue"(29).


A existência histórica de Jesus Cristo é o sinal mais evidente de que a castidade assumida de modo voluntário por Deus é uma vocação solidamente fundada quer a nível cristão quer da comum racionalidade humana.


Se a vida cristã comum não pode ser legitimamente considerada tal excluindo a dimensão da Cruz, tanto mais a existência sacerdotal seria ininteligível prescindindo da óptica do Crucificado. O sofrimento, por vezes a fadiga e o tédio, até o impasse, têm o seu lugar na existência de um sacerdote, que, contudo, não é por eles definitivamente determinada.
Escolhendo seguir Cristo, desde o primeiro momento, comprometemo-nos a segui-lo até ao Calvário, recordando-nos que é a assunção da própria cruz o elemento que qualifica a radicalidade do seguimento.


Por fim, como foi dito, o celibato é um sinal escatológico. Na Igreja, está presente desde agora o Reino futuro: ela não só o anuncia, mas realiza-o sacramentalmente contribuindo para a "criação nova", enquanto a Sua glória não se manifestar plenamente.


Enquanto o sacramento do matrimônio enraíza a Igreja no presente, imergindo-a totalmente na ordem terrena, a qual se torna ela mesma possível lugar de santificação, a virgindade remete imediatamente para o futuro, para aquela perfeição da criação que será levada a pleno cumprimento somente no final dos tempos.


Meios para ser fiéis ao celibato


A sabedoria bimilenária da Igreja, perita em humanidade, tem indicado constantemente ao longo dos tempos alguns elementos fundamentais e irrenunciáveis para favorecer a fidelidade dos seus filhos ao carisma sobrenatural do celibato.

Entre eles, sobressai, também no recente magistério, a importância da formação espiritual do sacerdote chamado a ser "testemunha do Absoluto". Afirma a Pastores dabo vobis: "Formar-se para o sacerdócio significa habituar-se a dar uma resposta pessoal à questão fundamental de Cristo: "Tu amas-me?". A resposta, para o futuro sacerdote, não pode ser senão o dom total da sua própria vida" (30).
Neste sentido são absolutamente fundamentais os anos da formação quer a remota, vivida em família, quer sobretudo a próxima, nos anos do Seminário, verdadeira escola de amor, na qual, como a comunidade apostólica, os jovens seminaristas se estreitam à volta de Jesus na expectativa do dom do Espírito para a missão.
"A relação do sacerdote com Jesus Cristo e, n'Ele, com a Sua Igreja situa-se no próprio ser do presbítero, em virtude da sua consagração/unção sacramental, e no seu agir, isto é, na sua missão ou ministério"(31). O sacerdócio mais não é do que um "viver intimamente unidos a Ele"(32), numa relação de íntima comunhão que é descrita "com o matiz da amizade"(33).
A vida sacerdotal é, no fundo, aquela forma de existência que seria inconcebível se Cristo não existisse. Precisamente nisto consiste a força do Seu testemunho: a virgindade pelo Reino de Deus é um dado real, existe, porque Cristo, que a torna possível, existe.

O amor ao Senhor é autêntico quando tende para ser total: inamorar-se de Cristo significa conhecê-lo profundamente, freqüentar a Sua pessoa, identificar-se e assimilar o Seu pensamento e, finalmente, acolher sem reservas as exigências radicais do Evangelho. Só podemos ser testemunhas de Deus se fizermos uma experiência profunda de Cristo; da relação com o Senhor depende toda a existência sacerdotal, a qualidade da sua experiência de martyria, do seu testemunho.


Testemunha do Absoluto é unicamente aquele que tem Jesus por amigo e Senhor, que goza da Sua comunhão. Cristo não é apenas objeto de reflexão, tese teológica ou recordação histórica; Ele é o Senhor presente, é vivo porque Ressuscitado e nós somos vivos só na medida em que participamos cada vez mais profundamente da Sua vida.
Sobre esta fé explícita funda-se toda e existência sacerdotal. Por isso a Encíclica diz: "O sacerdote aplique-se antes de tudo a cultivar com todo o amor que a graça lhe inspira a sua intimidade com Cristo, aprofundando o seu mistério inexorável e beatificante; adquire um sentido cada vez mais profundo do mistério da Igreja, fora do qual o seu estado de vida correria o risco de parecer inconsistente e incongruente"(34).


Além da formação e do amor a Cristo, elemento essencial para preservar o celibato é a paixão pelo Reino de Deus, que significa a capacidade de trabalhar ativamente e sem se poupar para que Cristo seja conhecido, amado e seguido. Como o camponês que, tendo encontrado a pérola preciosa, vende tudo para comprar o campo, assim quem encontra Cristo e emprega toda a sua existência com e para Ele, não pode não viver trabalhando para que outros O possam encontrar.


Sem esta perspectiva, qualquer "impulso missionário" destina-se à falência, as metodologias transformam-se em técnicas de conservação de um aparato, e até as orações poderão tornar-se técnicas de meditação e de contacto com o sagrado, nas quais se dissolvem quer o eu humano quer o Tu de Deus.


Uma ocupação fundamental e necessária do sacerdote, como exigência e tarefa, é a oração que, ao contrário, é insubstituível na vida cristã e por conseguinte na sacerdotal. A ela deve ser reservada uma atenção particular: a celebração eucarística, o Ofício divino, a confissão freqüente, a relação afetuosa com Maria Santíssima, os Exercícios Espirituais, a recitação quotidiana do Santo Rosário, são alguns dos sinais espirituais de um amor que, se faltasse, arriscaria inexoravelmente a substituição com os sucedâneos, com freqüência desprezíveis, da imagem, da carreira, do dinheiro, da sexualidade.


O sacerdote é homem de Deus porque é chamado por Deus a sê-lo e vive esta identidade pessoal na pertença exclusiva ao seu Senhor, que se documenta também na opção celibatária. É homem de Deus porque vive d'Ele, a Ele fala, com Ele discerne e decide, em obediência filial, os passos da sua existência cristã.
Quanto mais os sacerdotes forem radicalmente homens de Deus, através de uma existência totalmente teocêntrica, como foi ressaltado pelo Santo Padre Bento XVI nos votos de Natal à Cúria Romana no passado dia 22 de Dezembro de 2006, tanto mais eficaz e fecundo será o seu testemunho, e o seu ministério rico de frutos de conversão. Não há oposição entre a fidelidade a Deus e a fidelidade ao homem mas, ao contrário, a primeira é condição de possibilidade para a segunda.


Conclusão: uma vocação santa


A Pastores dabo vobis, falando da vocação do padre à santidade, depois de ter ressaltado a importância da relação pessoal com Cristo, expressa outra exigência: ao sacerdote, chamado à missão do anúncio, é confiada a Boa Nova para a doar a todos. Contudo, ele é chamado a acolher o Evangelho antes de tudo como dom oferecido à sua existência, à sua pessoa e como acontecimento salvífico que o compromete a uma vida santa.

Nesta perspectiva João Paulo II falou do radicalismo evangélico que deve caracterizar a santidade do sacerdote; portanto é possível indicar nos conselhos evangélicos tradicionalmente propostos pela Igreja e vividos nos estados de vida consagrada os itinerários de um radicalismo vital ao qual também, a seu modo, o sacerdote é chamado a ser fiel.

A exortação afirma: "Expressão privilegiada da radicalidade são os diversos "conselhos evangélicos", que Jesus propõe no Sermão da Montanha e, entre estes, os conselhos, intimamente coordenados entre si, da obediência, pobreza e castidade: o sacerdote é chamado a vivê-los segundo as modalidades, e mais profundamente segundo as finalidades e significado original, que derivam e exprimem a identidade própria do presbítero"(35).

E ainda, retomando a dimensão ontológica sobre a qual o radicalismo evangélico se funda: "O Espírito, consagrando-o e configurando-o a Jesus Cristo Cabeça e Pastor, cria uma ligação que, situada no próprio ser do sacerdote, precisa de ser assimilada e vivida de maneira pessoal, isto é, consciente e livre, mediante uma comunhão de vida e de amor cada vez mais rica e uma partilha sempre mais ampla e radical dos sentimentos e das atitudes de Jesus Cristo. Neste liga-me entre o Senhor Jesus e o padre, liga-me ontológico e psicológico, sacramental e moral, está o fundamento e, ao mesmo tempo, a força para aquela "vida segundo o Espírito" e aquela "radicalidade evangélica", à qual é chamado todo o sacerdote, e que é favorecida pela formação permanente no seu aspecto espiritual"(36).


A nupcialidade do celibato eclesiástico, precisamente por esta relação entre Cristo e a Igreja que o sacerdote é chamado a interpretar e a viver, deveria dilatar o seu espírito, iluminando a sua vida, acendendo o seu coração. O celibato deve ser uma oblação feliz, uma necessidade de viver com Cristo para que Ele derrame no sacerdote aquelas efusões da sua bondade e do seu amor que são inefavelmente plenas e perfeitas.


A este propósito, são iluminadoras as palavras do Santo Padre Bento XVI: "O verdadeiro fundamento do celibato pode estar contido numa só frase: Dominus pars (mea) Tu és a minha terra. Pode ser apenas teocêntrico. Não pode significar o permanecer privados de amor, mas deve significar deixar-se tomar pela paixão por Deus, e aprender depois, graças a um estar mais intimamente com Ele, a servir também os homens. O celibato deve ser um testemunho de fé: a fé em Deus torna-se concreta naquela forma de vida que tem sentido só a partir de Deus. Apoiar a vida n'Ele, renunciando ao matrimônio e à família, significa que acolho e experimento Deus como realidade e por isso posso levá-lo aos homens"(37).


Notas
1. Cf. I. de la Potterie, Il fondamento biblico del celibato sacerdotale, em Solo per amore. Riflessioni sul celibato sacerdotale, Cinisello Balsamo 1993, pp. 14-15.
2. Cf. A.M. Stickler, em Ch. Cochini, Origines apostoliques du Célibat sacerdotal, Preface, p. 6.
3. Cf. H. Denzinger, Enchiridion symbolorum definitionum et declarationum de rebus fidei et morum, ed., P. Hünermann., Bolonha 1995, nn. 118-119, p. 61.
4. Id., Op. Cit., n. 185, p. 103.
5. Id., Op., Cit., n. 711, p. 405.
6. Id., Op., Cit., n. 1809, p. 739.
7. Conc. Vat. II, Decr. Presbyterorum ordinis, n. 16.
8. Enchiridion do Sínodo dos Bispos, 1.1965-1988, edd. Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos, Bolonha 2005, nn. 755-855; 1068-1114; sobretudo nn. 1100-1105.
9. Codex Iuris canonici, Cân. 277 1.
10. João Paulo II, Exort. Apost. Pastores dabo vobis, 25 de Março de 1992, n. 44.
11. Catecismo da Igreja Católica, n. 1579.
12. Paulo VI, Carta Enc. Sacerdotalis caelibatus, n. 1.
13. Id., n. 14.
14. Id., n. 17.
15.Id., n. 19.
16. Id., n. 20.
17. Id., n. 21.
18. Cf. Conc. Vat. II, Const. Dogm. Lumen gentium, n. 5.
19. Ibidem.
20. Paulo VI, Carta Enc. Sacerdotalis caelibatus, n. 26.
21. Id., n. 30.
22. Cf. Id., nn. 27-29.
23.Jo 21, 15.
24. Paulo VI, Carta Enc. Sacerdotalis caelibatus, n. 24.
25.Mt 19, 11.
26. Conc. Vat. II Decr. Presbyterorum ordinis, n. 16.
27.Cf. 1 Cor 7, 32-33.
28. Conc. Vat. II, Decr. Presbyterorum ordinis, n. 16.
29. Paulo VI, Carta Enc., Sacerdotalis caelibatus, n. 21
30. João Paulo II, Pastores dabo vobis, n.42.
31. Id., n. 16.
32. Id., n. 46.
33.Ibidem.
34. Paulo VI, Carta Enc., Sacerdotalis caelibatus, n. 75.
35. João Paulo II, Pastores dabo vobis, n.27.
36. Id., n. 72.
37. Bento XVI, Discurso por ocasião da Audiência à Cúria Romana para a apresentação dos votos de Natal, 22 de Dezembro de 2006.



quinta-feira, 14 de agosto de 2008

São Maximiliano Kolbe



Hoje é o dia em que lembramos São Malimiliano Kolbe - de sua vida é somente conhecida a última parte, em que ele dá a sua vida por um pai de família, no campo de concentração de Auschwitz, mas tem muito mais a ser conhecido. Segue um pouco mais desse Grande Santo, exemplo de vida para todos nós.
São Maximiliano Kolbe, rogai por nós!
********************


Maximiliano Kolbe Patrono da imprensa
Por Maria Auristela B. Alves
Raimundo Kolbe nasceu no dia 8 de janeiro de 1894, em Zdunska Wola, na Polônia, numa família de operários profundamente religiosos, que lhe deram pouco conforto material, mas proporcionaram-lhe um ambiente de fé e acolhida da vontade de Deus.
Por volta dos nove anos, ajoelhado diante do oratório na modesta casa de seus pais, apareceu-lhe a Virgem Maria, segurando uma flor branca – representando a virgindade – e uma vermelha – simbolizando o martírio – e perguntou-lhe qual preferia; ele, angustiado pela difícil escolha, respondeu: “As duas”.
Aos 13 anos, entrou no seminário dos Frades Menores Conventuais e, emitindo sua profissão religiosa, recebeu o nome de Maximiliano Maria.
Concluindo os estudos preliminares, foi enviado a Roma para obter doutorado em filosofia e teologia.Em 1917, movido por um incondicional amor a Maria, fundou o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada”.
A milícia seria uma ferramenta nas mãos da Medianeira Imaculada para a conversão e santificação de muitos. No ano seguinte, 1918, foi ordenado sacerdote e voltou à sua pátria, onde foi designado para lecionar no Seminário Franciscano, em Cracóvia.
Então, organizou o primeiro grupo da milícia fora da Itália.
Recebendo a permissão de seus superiores para dedicar-se mais à promoção da milícia e desejoso de que muitas almas conhecessem a Deus e amassem a Nossa Senhora, começou a evangelizar através da imprensa escrita.
Em 1922, mesmo sem dispor de recursos financeiros, fundou uma revista mensal intitulada “Cavaleiro da Imaculada”, que poucos anos depois chegava à elevada tiragem de um milhão de exemplares. A esta revista seguiram-se outras iniciativas editoriais: uma revista para crianças, “Pequeno Cavaleiro da Imaculada”; uma revista latina para sacerdotes, “Miles Immaculatae”, e um diário que chamou de “Pequeno Jornal”, com 200 mil exemplares.
O apostolado da imprensa era seu carisma.Em 1929, fundou o convento chamado “Niepokalanow”, que significa cidade de Maria. Era um verdadeiro recanto de oração e caloroso posto de trabalho para aqueles franciscanos engajados na evangelização através da imprensa. Dois anos depois, atendendo ao pedido do Santo Padre aos religiosos para auxiliar os esforços missionários da Igreja, foi para o Japão e fundou outra cidade da Imaculada, a “Mugenzai no Sono”.
Em Nagasaki fundou também a revista “Cavaleiro da Imaculada”, que, apesar do restrito meio católico, alcançou a tiragem de 50 mil exemplares.Desejava ir para a Índia e para os países árabes e, também lá, fundar revistas e jornais que propagassem a devoção à Imaculada, como instrumento de divulgação do Reino. No entanto, teve de retornar à Polônia, como diretor espiritual de Niepokalanow, em 1936.
De 1936 a 1939, início de Segunda Grande Guerra, Maximiliano Kolbe redobrou seu zelo no apostolado da imprensa, enquanto se ocupava também da direção do convento e da formação de 200 jovens. No dia 1º de setembro de 1939, as tropas nazistas tomaram a Polônia de surpresa, destruindo qualquer resistência.
Os frades foram dispersos e Niepokalanow foi saqueada. Frei Maximiliano e cerca de 40 outros frades foram levados para os campos de concentração. Na celebração da Imaculada Conceição do mesmo ano foram libertos. Para incriminar Frei Maximiliano Maria Kolbe, a Gestapo permitiu uma impressão final do “Cavaleiro da Imaculada”, em dezembro de 1940.
No dia 17 de fevereiro de 1941, foi preso e levado à prisão Pawiak, na Varsóvia, e, ao fim de maio do mesmo ano, foi transferido para o campo de extermínio de Auschwitz, perto de Cracóvia. Era um campo de horrores. Lá foram mortos, depois de incríveis sofrimentos, quatro milhões de seres humanos. Os judeus e os padres eram os mais perseguidos. Os judeus tinham o direito de viver duas semanas, e os padres católicos, um mês.
Em resposta ao ódio dos guardas da prisão, Frei Maximiliano era obediente e sempre pronto a perdoar. E aconselhava os colegas prisioneiros a confiar na Imaculada, a perdoar, a amar os inimigos e orar pelos perseguidores: “O ódio não é a força criativa; a força criativa é o amor”.
Era notado pela generosidade em dar o seu alimento aos outros, apesar dos prejuízos da desnutrição que sofria, e por ir sempre ao fim da fila da enfermaria, apesar da tuberculose aguda que o afligia.
Na noite de 3 de agosto de 1941, um prisioneiro escapou com sucesso da mesma seção onde Frei Maximiliano estava detido. Em represália, o comandante ordenou a morte por inanição de 10 prisioneiros, escolhidos aleatoriamente. O sargento Franciszek Gajowniczek, que fora escolhido para morrer, gritou lamentando que nunca mais veria a esposa e os filhos. Então, saiu da fila o prisioneiro nº 16670, pedindo ao comandante o favor de poder substituir aquele pai de família.
O comandante perguntou, aos berros, quem era aquele “louco”, e, ao ouvir ser um padre católico, aquiesceu ao pedido. Os 10 prisioneiros, despidos, foram empurrados numa pequena, úmida e totalmente escura cela dos subterrâneos, para morrer de fome.
Durante 10 dias Frei Maximiliano conduziu os outros prisioneiros com cânticos e orações, e os consolou um a um na hora da morte. Após esses dias, como ainda estava vivo, recebeu uma injeção letal e partiu para o paraíso. Era o dia 14 de agosto de 1941.
O corpo de Maximiliano Kolbe foi cremado e suas cinzas atiradas ao vento. Numa carta, quase prevendo seu fim, escrevera: “Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo”.
Ao final da Guerra, começou um movimento pela beatificação do Frei Maximiliano Maria Kolbe, que ocorreu em 17 de outubro de 1971, pelo Papa Paulo VI.
Em 1982, na presença de Franciszek Gajowniczek, que sobreviveu aos horrores do campo de concentração, São Maximiliano foi canonizado pelo Papa João Paulo II, como mártir da caridade. Por seu intenso apostolado, é considerado o patrono da imprensa.

Fonte: Comunidade Shalom

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Pecado, Purgatório e Indulgências

Vamos entender um pouco mais sobre a nossa fé? Entendendo as Indulgências.


(... )
ANTES porém de falar sobre o que é uma INDULGÊNCIA ou como consegui-la, é preciso primeiro que saibamos alguma coisa sobre o pecado e sobre as suas conseqüências. E perguntamos:

a) Que é o pecado?

Todo o pecado seja ele VENIAL ou leve, seja MORTAL ou grave, é sempre uma ofensa que nos priva da comunhão com Deus e é também uma ofensa aos irmãos, na medida em que fere também a Igreja, o corpo místico de Cristo e por isso tem uma dupla conseqüência, isto é, a Culpa e o Dano, o chamado "REATO".

1 - A culpa é a causada perante Deus, por qualquer pecado cometido por nós, pois ele sempre representa uma ofensa a Deus, que é puríssimo e é perfeitíssimo, e sendo pecado mortal, nos priva inclusive da vida eterna;

2 - O dano é causado a nossos irmãos, porque qualquer pecado cometido, tanto ofende a Deus, quanto afeta ou atinge a cada um de nós que somos o Corpo Místico de Cristo e vivemos em comum união.

Isto significa que o pecado de uns é a causa dos males que acontecem a outros. Ou seja, por causa de qualquer pecado que eu cometo, outra pessoa deixa de receber uma graça, ou é prejudicada em sua vida ou sua alma; o pecado de uns prejudica a todo o Corpo Místico.
Então a perfeita justiça divina exige, que este dano seja reparado, para o bem da alma da pessoa que o cometeu. Como nada podemos fazer para Deus, diretamente, que apague este dano, se não nos desculpamos diretamente e sanamos o mal causado, aliando a isso um profundo arrependimento e um firme propósito de emenda, devemos reparar este dano nos purificando no purgatório. Então perguntamos:

b) Como isso funciona?

A culpa:
É apagada perante Deus pela confissão e a absolvição, feitas apenas por um sacerdote, que para isso recebeu do próprio Jesus o poder de perdoar pecados, (Jo 20,23)e é mais ou menos como se Deus dissesse: Para Mim filho, você não deve mais nada; vai e não tornes a pecar!(Jo 8,11). Assim, Deus SEMPRE perdoa a todos aqueles que a Ele recorrem contritos, humildes e profundamente arrependidos. Quer dizer: Deus NÃO pode perdoar, a quem a ELE deixa de recorrer, através do seu sacerdote, até sob pena de se contradizer, pois Jesus outorgou aos sacerdotes este poder. Há apenas um momento, o da morte, onde alguma coisa acontece ainda entre a alma e o Criador, que não conseguimos explicar.
São Bernardo diz inclusive, que "entre o momento da morte e a eternidade existe um abismo de misericórdia". Sabe-se que a alma, mesmo aquela renegada, recebe de Deus a graça de, naquele último milésimo de segundo ainda decidir por Ele. Mas não vale a pena "pagar para ver", porque nestes casos o purgatório é quase infinito, ou seja, um "quase inferno", eis que a "distância" entre ambos é de "milímetros ".
Segundo revelações particulares, um dos sofrimentos mais angustiosos das almas que estão no mais profundo purgatório, "é ouvir os gritos lancinantes das almas condenadas" eternamente no inferno.

Desta forma, ainda que só se percam aqueles que assim o quiserem e aqueles que acham seu pecado maior que a misericórdia divina, o tal "pecado contra o Espírito Santo" e que não tem perdão, é melhor construirmos AQUI, em vida, a nossa "PONTE", edificando sob Jesus e conquistando AQUI os méritos e as graças, (ou "pedras") necessárias para cimentar a estrada que nos leva direto aos braços do Pai Eterno, no exato momento da morte.

O dano:
Ora, sabemos que o pecado é a causa de todo o mal. Quer dizer, o pecado de cada um é fonte do mal que acontece a todos, pois se não houvesse nenhum pecado no mundo, não haveria mal nem maldade e nenhum mal atingiria ninguém, sob nenhuma forma. Como conseqüência, mesmo depois de havermo-nos confessado e recebido a absolvição, resta ainda o dano a ser sanado ou reparado.
A Justiça Divina precisa ser satisfeita, pela reparação completa do mal causado aos irmãos, pois todos fazemos parte do Corpo Místico de Cristo. E isso nem sempre se consegue, apenas pelo cumprimento da penitência imposta pelo sacerdote, porque quase nunca há uma contrição verdadeira e um arrependimento profundo e sincero.
Resta quase sempre, ainda um saldo de dano a ser reparado. Assim, no fim da vida, a soma destes danos acumulados e a gravidade deles é que vai determinar o tipo de expiação exigida e a duração e a intensidade da pena que devemos pagar no purgatório, após a nossa morte.

Na prática é mais ou menos o seguinte: Se eu roubo alguma coisa, roubo de alguém! Certo? Então não basta eu receber o perdão de Deus através do sacerdote. É preciso que eu devolva o bem roubado e peça perdão ao meu irmão. Como quase ninguém faz isso em vida, fica o dano a ser reparado no purgatório, logo após a morte da pessoa.

c) Quanto tempo se fica no purgatório?

Pode ser por apenas um segundo... como pode ser também de um milênio. No livro da Maria Sima, consta o caso de um sacerdote que estava há mais de 1.500 anos no purgatório. Já santa Francisca disse que: "as almas passam no purgatório, em média 30 anos". E isso é terrível!

Que acontece então? Se a pessoa em vida reza o suficiente, sacrifica-se, isto é, "toma a sua cruz e segue a Jesus", sem reclamar, no momento da morte terá o suficiente em graças ou méritos alcançados para "contrabalançar" os danos a serem reparados e nada restará a pagar.
Por outro lado, se a pessoa não reza o suficiente em vida, não vive a caridade e foge de todas as formas de sofrimento, isto é, da sua cruz diária, coisas absolutamente necessárias para obter as "pedras" ou "graças" capazes de saldar aqui todas as suas dívidas para com a perfeita Justiça Divina, quando vai a eternidade precisa antes expiar essas faltas, porque ninguém chega impuro, diante da pureza infinita de Deus.
Eis então que a espera o purgatório, para que a alma se purifique plenamente. Como no purgatório ela não pode rezar por si mesma, torna-se "mendiga" de graças e se não rezam daqui por ela pode passar até séculos sofrendo. Se rezam, vai ao céu mais rápido! É por isso que se reza ou se manda celebrar Santas Missas pelas almas após a morte.

Um coisa porém temos que ter em mente. "O amor é a medida de todas as coisas!" Isto é, depende do amor que temos a uma oração ou à Santa Missa, o valor da graça alcançada. Quem reza sem vontade ou sem devoção, tem os méritos muito diminuídos e portanto recebe poucas graças. Quem durante a vida não teve amor profundo à Santa Missa nem amou a Eucaristia, ou assiste o Santo Sacrifício sem devoção, de nada lhe adiantará mandar celebrar missas depois de morto, embora esta seja a maior das orações. Temos pois que amar profundamente aqui, para ter-mos méritos lá.

Vê-se então que o purgatório, longe de ser um castigo divino, é um verdadeiro abismo da divina misericórdia, pois se o Pai não permitisse este intercâmbio incrível de graças, entre padecentes, glorificados e nós os militantes, quase não haveria santos no céu. Haveria sim é um inferno intensamente povoado.

d) E onde entram as Indulgências?

Entram exatamente aqui!
A Igreja, detentora dos méritos únicos e exclusivos, resultantes da Paixão e da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, é coletora e despenseira das graças dela resultantes, provenientes das orações de todos os fiéis, dos seus sacrifícios, penitências e reparações.
Ou seja, a soma das orações, dos sacrifícios, das penitências e das poderosíssimas Santas Missas e tantos outros meios de salvação que nos foram deixados por Jesus, passam a fazer parte do tesouro da Igreja.
Este tesouro, pode ser canalizado por ela e, mais facilmente através de Maria que é medianeira de "todas as graças", para Jesus nosso Redentor e Salvador, único caminho de salvação e Dele ao Pai, para a quitação dos "débitos" da almas, com a perfeita justiça de Deus. Jesus deu este poder a Sua Igreja!

Assim, ao conceder uma indulgência, seja através da participação de um ato litúrgico, seja de um canto, ou de uma oração, a Igreja nada mais faz do que retirar de seu tesouro uma parte dele e canaliza-lo para quitar o débito da pessoa, que cumpre perfeitamente o ritual imposto para se conseguir a indulgência.

e) Como pode ser a indulgência?

1) PARCIAL:
Significa a remissão de parte do tempo que a pessoa deveria permanecer no purgatório, 10 dias, cem dias etc.
Exemplo: Antigos cânones da Igreja, nunca revogados e portanto em pleno vigor, dão 7 (sete) dias de remissão de pena de purgatório, para cada vez que você pronuncia com devoção os Santíssimos nomes de Jesus e de Maria; Quanto representa um terço? E um rosário? Faça as contas!
Estes mesmos cânones prescrevem, sete, dez ou até quinze anos de purgatório, por apenas um pecado mortal. Este é apenas um exemplo. Eis porque o Rosário, depois da Santa Missa é a oração mais indulgenciada. Vemos assim, que a indulgência parcial, redime apenas parte do dano, diminuindo o tempo de purgatório, conforme o mérito de quem consegue a graça.

2) PLENÁRIA:
Significa obter a remissão TOTAL, de todas as penas devidas, por TODOS os pecados da pessoa, já perdoados quanto a culpa através da confissão, até aquele dia e aquela hora da indulgência obtida;
Quer dizer, se a pessoa morresse naquela hora, iria direto ao céu, sem ter que passar nem um minuto pelo purgatório. Incrível!
Se então, como diz a grande Santa Francisca, a média de as pessoas passarem no purgatório é de trinta anos, vemos que trinta anos de sofrimento podem ser evitados por um simples ato de obediência e humildade. Por um simples ato de fé, porque é preciso acreditar na misericórdia divina e é preciso cumprir plenamente os pré requisitos exigidos e as condições impostas pela Igreja para que a pessoa alcance o mérito da indulgência.
A Plenária elimina e repara então TODO o dano e toda a culpa devida, por todos os pecados, até aquele dia. Se acreditamos na Igreja, se sabemos que a ela foi conferido o poder de conceder indulgências, porque iremos deixar de buscar estas preciosas graças?

ENFIM:
Preparemo-nos, pois "ninguém sabe o dia nem a hora". Os tempos são maus e tudo pode acontecer de repente. Tenhamos pois nossas "lâmpadas cheias de azeite, pois o Noivo se aproxima". E quanto menos contas tivermos a pagar, tanto mais carinhosamente Ele nos acolherá em Seus braços, e menor será nosso sofrimento!

LIVROS INDICADOS:
(Tenha todos em casa. Eles valem um tesouro infinito!)

1) CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – Editora Vozes Ltda – 1993. (Ed. Loyola – Fone: 011 914-1922)
2) MANUAL DAS INDULGÊNCIAS – Editora Paulus – 1990 – Fone: 011 5084-3066
3) O QUE SÃO AS INDULGÊNCIAS – Prof. Felipe Aquino – Editora Cléofas – 1998 – Fone: 012 552-6566

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Feliz dia dos Pais

Ontem celebramos o Dia dos Pais... e não poderia deixar de homenagear a todos os Pais!


Pai é aquele que demonstra, aqui na Terra, uma parcela do amor que o Pai do Céu tem por nós...


Pela intercessão de São José, peço hoje a Deus para que todos os Pais busquem a Deus, e O levem pra casa, para que seus filhos também O conheçam!


Além da educação, do alimento, do estudo e tantas outras coisas que ficam a cargo dos pais, temos uma essencial, e que é deixada para trás muitas vezes: a formação Cristã!


Fale sobre Deus com seus filhos.

Vá à missa, e leve-os com você.

Reze o terço com eles. Reze antes das refeições, louve a Deus pelo dia que se findou, e pelo que acaba de começar.

Entregue, junto de seus filhos, suas dificuldades aos pés da Cruz... reze por eles, impondo suas mãos, quando estiverem doentes e mesmo quando estiverem dormindo... e tenha a certeza de que terá filhos cheios do Espírito Santo.

Abraços fraternos.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Sofrimento silencioso dos que ainda não nasceram

Voltamos hoje ao tema do Aborto. Segue um texto para ler no fim de semana, e partilhar com a família.


Abraços fraternos,


João Batista




****************




Eles não são estranhos à dor, revela um livro




Por Pe. John Flynn, LCROMA




Um tópico que está recebendo mais atenção recentemente em debates sobre o aborto é a questão se um feto pode sofrer e sentir dor. Um livro recém publicado trás de volta uma variedade de evidências de especialistas, principalmente italianos, sobre o tema.




«Neonatal Pain: Suffering, Pain and the Risck of Brain Damage in the Fetus and Unborn» (Springer) é editado por Giuseppe Buonocore e Carlo Bellieni, ambos membros do departamento de pediatria, obstetrícia e medicina reprodutiva da Universidade de Siena.




Os textos de um grande número de especialistas que contribuíram para o livro concordam em afirmar que um feto pode sentir dor antes de nascer, os dois editores explicam em seu ensaio introdutório. «Reconhecer a dignidade humana e o sofrimento humano da vida no útero é um dever clínico na busca do melhor tratamento», declaram.




Uma das contribuições, um esforço conjunto de nove especialistas, olha as evidências obtidas com técnicas de ultra-som. A introdução da ultrasonografia em três e quatro dimensões permitiu avaliações mais detalhadas do feto, permitindo então a observação de como ele reage a estímulos específicos, observam.




O útero é um meio ambiente protegido, mas não isolado, e o tato é o primeiro sentido que o feto desenvolve. Na décima semana de gestação uma criança pode ser observada levando as mãos à sua cabeça, abrindo e fechando a boca, e engolindo.




Da mesma forma, experimentos recentes mostram que os recém-nascidos têm memória funcional, desenvolvida enquanto estavam no período intra-uterino. Os autores dizem que, de fato, os recém-nascidos se lembram de sabores e odores percebidos no útero e essas percepções podem ter uma influência nas futuras preferências. Sons, também, são ouvidos pelo nascituro, incluindo a voz da mãe. Os recém-nascidos sempre parecem mostrar que reconhecem uma música que a mãe ouvia durante a gestação.




Protagonista




Outro artigo examina a questão específica da dor fetal. O grupo de especialistas médicos que escreveram o artigo começam por se referir que o nascituro é um protagonista, promovendo o intercâmbio celular com a mãe, e então o feto precisa ser considerado como um paciente, cujo bem-estar é levado em consideração pelos médicos.




Há evidências, eles observam, que dores agudas ou crônicas, ou mesmo stress prolongado, pode ser perigoso para o feto, especialmente se acontece durante um período crítico de desenvolvimento cerebral. Possíveis efeitos negativos vão desde uma pequena dor inicial até uma crescente perda de memória de acordo com a idade.




Baseado em experiências com primatas, o artigo diz que a dor fetal pode ainda danificar o funcionamento do sistema imunológico corporal, com implicações de longo prazo com infecções e doenças auto-imunes.




Sobre o stress, os autores citam um estudo de um grupo de mães que sofreram stress, comparadas com um grupo de controle. Os filhos das mães estressadas foram caracterizados pelo baixo peso ao nascer, menor circunferência da cabeça e baixa idade gestacional ao nascer quando comparados com os filhos do grupo de controle.




Os autores observam que alguns especialistas médicos não consideram que o feto possa sentir dor porque ele não está consciente, e também porque ele está normalmente adormecido no útero. O artigo sobre dor neo-natal do livro de Buonocore e Bellieni responde a isso ao dizer que existem consideráveis evidências científicas demonstrando que os fetos são sensíveis a uma variedade de sensações no útero: sons, mudanças de luz, toque e pressão, e mudanças de equilíbrio.




Entretando, mesmo que um feto não reconheça a dor conscientemente como nós sentimos, ela ainda permanece como uma experiência desagradável para o nascituro, acrescentam.




Efeitos do Stress




Outro capítulo do livro é dirigido a outros efeitos do stress sobre o feto. Dois membros do Instituto de Biologia Reprodutiva e Desenvolvimento do Imperial College London, Kieran O’Donnel e Vivette Glover, explicam que o stress maternal está muito relacionado com o desenvolvimento do feto. E mais, em casos de intervenção médica realizada nos fetos, existem evidências mostrando uma resposta a estímulos invasivos desde a décima-sexta semana de gestação.




Mesmo com 12 semanas o feto se moverá se for tocado. Não obstante, O’Donnel e Glover admitem que nós ainda não sabemos exatamente quando o feto começa a sentir dor ou quando ele se torna consciente.




Em um capítulo conclusivo, Mariana Enrichi dirige os leitores para valorizar a vida pré-natal. Um conhecimento melhor sobre as condições pré-natais e o desenvolvimento do feto trará junto consigo a percepção de que a vida fetal é algo precioso, resultando em um maior respeito para com o embrião em desenvolvimento e à mulher que o carrega, ela argumenta.




Uma das conseqüências disso, argumenta Enrichi, é que todos nós e a própria sociedade começará a desejar criar um meio-ambiente mais seguro para o nascituro e para a mãe.




Sistema nervoso




Os especialistas italianos não são os únicos convencidos da necessidade de se prestar mais atenção à dor e ao sofrimento do nascituro. Em 10 de fevereiro, o New York Times trouxe um grande artigo falando sobre as descobertas de outros médicos sobre o tema.O artigo começa por citar a experiênca de Kanwaljeet Anand, que quando era médico residente em um hospital Britânico viu significantes danos causados a bebês prematuros quando eles eram operados sem anestesia.




Há vinte e cinco anos atrás, os médicos diziam que o sistema nervoso dos bebês era muito subdesenvolvido para sentir dor. Através de tentativas, Anand claramente mostrou que isso não ocorria em todos os casos e naqueles que os bebês recebiam anestesia, a taxa de mortalidade caia de 25% para 10%.




O alívio da dor para bebês prematuros começa a se tornar padrão, diz o artigo. Anand continua suas observações nesta área e notou que os bebês com menos de 22 semanas de gestação demonstraram uma reação à dor mesmo quando penetrados por uma agulha.




A conseqüência desta observação foi a consideração que o feto pode sentir dor. Isto se torna uma importante questão com o desenvolvimento da cirurgia fetal, já que o feto sente dor há uma importante consideração para a cirurgia.




Anand, agora professor da Universidade de Medicina de Arkansas e pediatra no Arkansas Children’s Hospital em Little Rock, disse ao New York Times que acredita que os fetos podem sentir dor já na vigésima semana de gestação, e possivelmente ainda mais cedo.




O artigo também cita Nicholas Fisk, um especialista em medicinal fetal e diretor do Centro de Pesquisa Clínica da Universidade de Queensland, na Austrália. Fisk realizou uma pesquisa mostrando que fetos com menos de 18 semanas reagem a procedimentos invasivos com um aumento nos hormônios do stress e uma mudança do fluxo sangüíneo através do cérebro. Esta é uma reação também presente em crianças e adultos e é designada a proteger um órgão vital de uma ameaça.




O artigo do New York Times entende que a questão do feto sentir dor tem óbvias implicações sobre o debate em relação ao aborto. De fato, as evidências médicas estão mostrando que eles sentem dor, e com o passar do tempo os pesquisadores estão baixando mais e mais a estimativa da idade na qual o feto é afetado pela dor.




Admitir que o feto sente dor, entretanto, é difícil para os que defendem o aborto, ainda que exista mais algumas evidências provando quão errado eles estão sobre negar ao nascituro uma chance de viver.




«Uma vez que deve ser tratado como pessoa desde a concepção, o embrião terá de ser defendido na sua integridade, tratado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano», segundo o número 2274 do Catecismo da Igreja Católica.




Reconhecer que o feto de fato sentir dor é um passo no caminho do seu reconhecimento como uma pessoa.




Fonte: Cleofas
Foto do Site Veritatis Splendor

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Cristãos... Católicos... Autênticos

Bom dia,


Assistindo na última terça feira ao programa Trocando Idéias da Canção Nova (terças feiras às 21:15h), onde são respondidas inúmeras questões sobre a Doutrina Católica, Catecismo, e outros, cheguei à conclusão que o grande problema dos católicos é a falta de informação.


Simplesmente não conhecemos nossa religião, nossa fé. A maioria de nós católicos se acomodou - estudamos, nos especializamos para ter um futuro melhor e usamos nosso tempo para buscar melhorar profissionalmente, e isso é ótimo. Entretanto, falta-nos disposição para buscar conhecimento religioso, para a busca da nossa salvação - acabamos deixando isso de lado... "depois eu penso nisso", mas convenhamos, depois pode ser tarde demais.


Esse blog nasceu para formar, dizer a verdade, num mundo que prega tanta mentira. Ouvimos que religião está fora de moda, que temos que pensar em nós mesmos, subir na vida, acumular bens... e deixar de lado os valores religiosos, deixar de lado Cristo que nos trouxe a Salvação. Deixar de lado as verdades imutáveis do que Ele ensinou, e do que a Tradição dos Apóstolos trouxe até nós, por meio da Igreja.


Esses dias comentaram comigo que esse Papa não é político - ele teve aquele mal entendido com os muçulmanos, depois provocou a irritação de muitos evangélicos ao dizer que a Igreja Católica é unica. Na verdade, como já comentamos algumas vezes aqui, a Igreja não é uma democracia. Seguimos às verdades de Cristo e da Tradição dos Apóstolos, não os nossos próprios "achismos" - eu acho isso, eu acho aquilo...


Pode parecer brusco o que vou dizer agora, mas ninguém é obrigado a ser católico... mas os que se dizem, devem no mínimo, buscar conhecer melhor essa doutrina que dizemos seguir, e o motivo pelo qual existem ainda muitos "nãos" incompreendidos pela maioria da população (a camisinha, a pílula do dia seguinte, o aborto, as células tronco, só pra citar alguns dos mais comentados....)


O que ocorre, é que muitos católicos vivem por aí fazendo propaganda contra... falando que é católico mas não concorda com isso e com aquilo... no lugar de entender o porquê disso e daquilo.


Voltando ao Papa, ele não é político pois tem um compromisso com a Verdade. Ele entregou sua vida ao Cristo, e se não for autêntico em seu Ministério está colocando a nossa Salvação, e a dele em risco.


Jesus foi crucificado, pois o mundo não aceitou Sua Verdade... Hoje, cristãos pelo mundo são perseguidos, assassinados, humilhados... mas Jesus não disse que seria diferente: Entrai pela porta estreita"...


Ouvi do Padre Jonas uma homilia que foi repetida no domingo passado, onde ele dizia que ser Cristão é ser diferente, é nadar contra a maré... não é fazer o que todo mundo faz... Ele comentava que antigamente, os reis iam para as guerras, e ele lutava junto com seu exército, e existia uma parte do exército, que era a "tropa de elite" - esses eram os melhores de todo o reino, e lutavam ao lado do rei, o defendendo a todo momento, e dando suas vidas para salvar a dele.


Hoje, somos chamados a fazer parte dessa tropa. A defender nosso Rei nesse mundo que insiste em O crucificar a cada dia, em crucificar nossos padres e missionários, em crucificar o representante dEle na terra que é o Papa... Aqui no Brasil, pela graça de Deus não precisamos da espada, mas da inteligência, da Bíblia, do Catecismo, do conhecimento... e é por meio dessas armas que defenderemos o nosso Rei até a morte.


Chega desse comodismo de seguir ao sabor da correnteza. É muito fácil se abster, deixar de comentar, ficar na sua...Sejamos autênticos cristãos, sejamos fortes e corajosos, a nadar contra as ondas, a não agir como "todo mundo", mas como Tropas de Cristo, por mais difícil que seja!


Convido cada um a fazer sua parte, seja buscando informações para disseminá-las, seja simplesmente encaminhando e-mails como esse que você recebeu ao se cadastrar nesse blog, para seus amigos, parentes e conhecidos, seja participando de uma pastoral, mas acima de tudo: buscando informações, para conhecer verdadeiramente a sua fé, e não ir "na onda".


Chega do "deixa a vida me levar", assumamos o "leme" da nossa vida com Deus, e façamos nossa parte, pela nossa salvação, pela salvação das nossas famílias, dos nossos amigos e do mundo todo.


Como diz a turma do Site Catholics Come Home dos EUA : Volta pra casa!!! Volta pra sua religião, abraça a causa de Cristo, e sigamos juntos, em busca da Salvação!!!
Abra a porta do seu coração pra Jesus, e junto com Ele, vamos transformar muitas vidas!


Grande abraço!!

João Batista


"Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus."

Mateus 10,32

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Duvidas respondidas

Seguem duas interessantes dúvidas respondidas pelo prof. Felipe Aquino.
Espero que sejam úteis.
Abraço e bom dia!


Qual significado das letras JHS inscritas nas hostias?

JHS: Monograma de Cristo que significa "Iesus* Hominun Salvator" (Jesus Salvador dos Homens), e não Jesus Homem Salvador como alguns erroneamente traduzem.
Este monograma de Cristo corresponde as tres primeras letras de "Ihsus" que é como se escreve Jesus em grego (também aparece escrito como Ihcus). Grego esse no qual foram escritos os evangelhos de Marcos e Lucas.
O "J" em paleografia corresponde ao pronúncia do "I" na antiguidade, da mesma forma que o "V" era empregado como "U".


O que fazer com imagens de santos quebradas?
Essas imagens devem ser enterradas em um lugar onde não sejam profanadas; pode-se também colocá-las em um lugar escondido onde não sejam pegas pelas pessoas.
Prof. Felipe Aquino
Fonte: Cléofas

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Religiosos

Seguindo com o dia do padre, semana do padre, achei um texto que vale a pena ler, que fala não só do padre, mas de todos os religiosos e religiosas.
Esses dias, uma amiga blogueira e leitora desse blog me pediu pra falar um pouco sobre a falta de padres hoje em dia... ao ler esse texto, que partilho com vocês abaixo, cheguei à seguinte conclusão:
Primeiro, é uma "vocação", que nem todos têm - somente alguns chamados e convidados por Deus. Mas entre esses escolhidos, existem sérias dificuldades: a secularização e relativismo do momento em que vivemos, as facilidades do mundo que atraem muitos jovens para longe de Deus, mas tem mais um ponto, interessante: hoje, poucos jovens seguem esse caminho por não terem a coragem de entregar sua vida por Jesus... porque, convenhamos, não é, nem de longe, uma vida fácil, muito pelo contrário... por isso, nossos sinceros parabéns a todos aqueles que seguem essa bela missão.
Claro que não poderia deixar de mencionar: também não é fácil para o leigo praticante, que busca seguir e servir a Deus com sua família, na obediência à vontade de Deus. Parabéns a todos os que, como eu buscam essa santidade a cada dia no matrimônio, no trabalho e na vida familiar.
Abraços e um ótimo dia!
João Batista
****************************




“O habito não faz o monge”, diz o provérbio, mas sem dúvida chama um pouco, ou muita, atenção. Talvez uma criança curiosa tenha nos incomodado com perguntas inocentes querendo saber: por que aquela pessoa estava vestida daquele jeito?
Claro que podemos sair da pergunta com uma resposta curta e grossa: é uma freira, é um frei. E se a criança insistir, querendo saber mais, saberíamos responder à altura e com gosto? Ou nos esconderíamos atrás do banal “deixa pra lá”, equivalente a não saber ou ao não querer responder?
Tenho certeza: digam o que quiserem, finjam não ver, ignorem a presença deles e delas, mas os religiosos e as religiosas chamam atenção. Não porque queiram isso. Mas, ou por usarem o hábito, ou pelo jeito, obrigam-nos a perguntar porque eles e elas escolheram aquela forma de viver.
Por quê? Insisto sobre os questionamentos pelo fato de a vida religiosa também ter mudado. A freira que anda pelas casas do bairro pobre, é formada em pedagogia e está estudando ciências sociais. O monge, que abre a porta do convento e acolhe os mendigos, é mestre em letras pela PUC de São Paulo. O frei que anda de bicicleta, evitando os buracos e a lama da periferia, é advogado.
A irmãzinha, que cuida da creche, é enfermeira diplomada e continua estudando medicina de noite. O irmão, que está no acampamento dos sem-terra, é doutor em teologia. E assim poderíamos continuar.
Quem tem uma imagem dos irmãos e das irmãs como de “coitadinhos” meio perdidos e fora do tempo, está muito enganado. Não somente porque eles e elas, hoje, estudam mais, mas porque continuam sabendo muito bem o que querem. Eles têm um grande projeto de vida. Querem ser felizes vivendo o Evangelho. Querem contribuir com a sociedade de hoje, seguindo as pegadas de Jesus Cristo.
Se a vida religiosa podia parecer, no passado, um refúgio para ter uma “certa” tranqüilidade, ou uma fuga por medo das coisas perigosas do mundo, hoje é exatamente o contrário. Vida religiosa não é para pessoas fracas. É cada vez mais exigente.
O celibato para o Reino de Deus e a virgindade consagrada, dizem, são coisas para sexualmente frustrados. A pobreza é considerada excesso de loucura e inaptidão administrativa. A obediência, uma inútil inibição dos projetos pessoais, uma afronta à liberdade individual. Essas coisas são bobagens, claro, mas só para os acomodados, os que ficam alucinados e iludidos pelas coisas do mundo, para os que adoram encontrar defeitos nos outros e só sabem criticar.
Por isso, a vida religiosa sempre será questionada e sempre chamará atenção. O caminho é difícil e a porta estreita. É preciso empurrar para entrar, não é para todos.
Se não entendemos tudo isso, ou não sabemos responder bem às perguntas acima, tenhamos ao menos o bom senso de não falar à toa e, quem sabe, aprendamos a agradecer a essas pessoas, que pagam com a própria vida as suas escolhas. Se não fosse assim, a Irmã Dorothi não teria morrido. O Padre Bossi, do PIME, não teria sido seqüestrado, lá nas Filipinas.
Os religiosos e as religiosas podem ter muitos defeitos, como todos, mas não são nem bobos e nem ingênuos. A chamada crise da vida religiosa pode ser pela quantidade, com certeza não é pela qualidade.
Talvez aos jovens, hoje, falte coragem. Estão sendo vencidos pelo medo de seguir, até o fim, o projeto de Jesus. Sentem medo de parecer diferentes ou de incomodar aos outros; de começar a mudar a história, mudando a própria vida.
Por isso Jesus repetiu tantas vezes aos discípulos: não tenham medo… E o repete ainda em nossos dias. Para nós todos.
Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

Disponivel em: