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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (12)

VIRTUDES CARDEAIS


As virtudes humanas se arraigam nas virtudes teologais que adaptas as faculdades do homem à participação da natureza divina. São disposições estáveis do entendimento e da vontade que regulam nossos atos, ordenam nossas paixões e guiam nossa conduta segundo a razão e a fé.

As virtudes morais crescem mediante a educação, mediante os atos deliberados e esforço perseverante. A graça divina as purifica e eleva. São quatro:

1. Prudência

Dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e eleger os meios justos para realizá-lo.


2. Justiça

Consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.

3. Fortaleza

Assegura, nas dificuldades, a firmeza e a constância na prática do bem.

4. Temperança

Modera a atração pelos prazeres sensíveis e procura a moderação no uso dos bens criados.

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (11)

OS DONS DO ESPÍRITO SANTO


São os dons que pertencem em plenitude a Cristo e que nos levam a cumprir com amor a vontade de Deus.

Os sete dons do Espírito Santo pertecem em plenitude a Cristo, Filho de Davi. Completam e levam à perfeição as virtudes daqueles que as recebem. Tornam os fiéis dóceis para obedecer com prontidão às inspirações divinas.


1. Sabedoria

Nos faz compreender a maravilha insondável de Deus e nos impulsiona a buscá-lo sobre todas as coisas, em meio ao nosso trabalho e obrigações.

2. Inteligência

Nos apresenta, com maior clareza, as riquezas da fé.

3. Conselho

Nos assinala os caminhos da santidade, o querer de Deus em nossa vida diária, nos animando a seguir a solução que mais concorda com a glória de Deus e o bem dos demais irmãos.

4. Fortaleza

Nos alenta continuamente e nos ajuda a superar as dificuldades que sem dúvida encontramos em nosso caminho para Deus.


5. Ciência

Nos leva a julgar retamente as coisas criadas e a manter nosso coração em Deus e naquilo que foi criado, à medida que nos conduz até Ele.

6. Piedade

Nos move a tratar Deus com a mesma confiança que um filho trata seu Pai.

7. Temor de Deus

Nos induz a fugir das ocasições de pecar, a não ceder à tentação, a evitar todo mal que possa entristecer o Espírito Santo, a temer radicalmente a separação d'Aquele a quem amamos e constitui nossa razão de ser e viver.

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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (10)

OS MANDAMENTOS DA IGREJA


Os mandamentos da Igreja se situam na linha de uma vida moral referente à vida litúrgica e que se alimenta dela. O caráter obrigatório destas leis positivas promulgadas pela autoridade eclesiástica tem por finalidade garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor a Deus e ao próximo.


Os mandamentos são cinco:

  1. Ouvir Missa inteira aos domingos e festas de preceito
    Exige que os fiéis participem da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, no dia em que se comemora a Ressurreição do Senhor e nas principais solenidades litúrgicas em que se comemoram os mistérios do Senhor, da Virgem Maria e dos santos.
  2. Confessar os pecados mortais pelo menos uma vez ao ano; em perigo de morte; e se quer comungar.
    Assegura a preparação para a Eucaristia através da recepção do sacramento da reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão obtidas pelo Batismo.
  3. Comungar por ocasião da Páscoa da Ressurreição.
    Garante um mínimo para a recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em relação ao tempo pascal, origem e centro da liturgia cristã.
  4. Jejuar e abster-se de comer carne quando manda a Santa Madre Igreja
    Assegura os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as solenidades litúrgicas; contibuem para que possamos adquirir o domínio sobre os nossos instintos e a liberdade do coração.
  5. Ajudar a Igreja em suas necessidades
    Assinala a obrigação de ajudar, cada um conforme as suas possibilidades, a subvencionar as necessidades materiais da Igreja.


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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 2041-2043.


Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5155
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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (9)

AS VIRTUDES TEOLOGAIS

As virtudes teologais[1] referem-se diretamente a Deus. Dispõem os cristãos a viver em relação com a Santíssima Trindade. Têm como origem, razão e objeto a Deus, conhecido pela fé, esperado e amado por Ele mesmo. Fundam, animam e caracterizam o comportamento moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para torná-los capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São a garantia da presença e ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano.


Por ela, cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe como objeto de fé, porque Ele é a própria verdade.

Esperança

Por ela, aspiramos ao Reino dos Céus e à vida eterna como felicidade nossa, colocando nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas nos auxílios da graça do Espírito Santo. Pela virtude da esperança, desejamos e esperamos de Deus, com uma firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la.

Caridade

Por ela, amamos a Deus sobre todas as coisas e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus. É o "vínculo da perfeição" e a forma de todas as virtudes.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1813-1814; 1817; 1842-1844.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Celibato

Quantas vezes a TV tem mostrado reclamações a respeito do celibato dos padres nessas últimas semanas... a perseguição declarada à Igreja Católica continua...
Oremos por nossos padres, para que, apesar de tanta perseguição, consigam manter-se em suas promessas a Jesus, e seguindo com amor, sua vocação!!!

Celibato é dom e carisma, diz bispo
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MARINGÁ, sexta-feira, 21 de novembro de 2008 (ZENIT.org).- Diante de polêmicas levantadas pela mídia brasileira sobre a questão do celibato, um arcebispo explica que o celibato sacerdotal «é dom e carisma, para poder servir mais e melhor».
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Dom Anuar Battisti, arcebispo de Maringá-PR (Brasil), afirma que o chamado ao sacerdócio «deve ser coroado pela entrega total como pessoa, mas vivido em comunhão com os demais membros do presbitério».
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«O ministro consagrado vive livremente a sua entrega, na solidão fecunda, alimentada na oração pessoal, na Eucaristia, na Palavra e no amor pastoral a todos que encontrar pelo caminho», afirma, em mensagem difundida hoje pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
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O arcebispo recorda a carta Celibato Sacerdotal, publicada por Paulo VI em 1967, que afirma que o ‘sacerdote configura-se mais perfeitamente a Cristo, também no amor com que o eterno Sacerdote amou a Igreja seu Corpo, oferecendo-se inteiramente por ela, para a tornar Esposa sua, gloriosa, santa e imaculada’.
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De acordo com Dom Anuar, a Igreja tem consciência da escassez de sacerdotes em relação às necessidades da população do mundo.
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«Ela sabe também que não é abolindo o celibato que vai resolver o problema. Hoje, há igrejas onde os ministros são casados e sentem a mesma dificuldade», afirma.
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«Posso dizer, olhando a nossa realidade, que temos um bom número de sacerdotes, cinco em missão em outras Igrejas, e mais de trinta jovens se preparando para assumir a missão de evangelizar como sacerdotes celibatários.»
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O arcebispo afirma que a promessa do Senhor –“Vos darei Pastores segundo o meu coração” (Jr 3,15)– «não falha».
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«Vamos orar como disse Jesus: ‘a Messe é grande, os operários poucos, pedi ao Senhor que envie operários para sua messe’», recomenda Dom Anuar.
Fonte: Zenit. Org

Resumo da Vida Católica (8)

O QUE TODO CATÓLICO DEVE CRER


Estamos obrigados a conhecer e crer que:
  • Existe um Deus, criador do céu e da terra; que é eterno, supremo e infinito.
  • Há um céu e um inferno, conforme foi revelado por Jesus Cristo.
  • Os justos serão recompensados por Ele com a vida eterna e os pecadores que não se arrependam antes de morrer serão castigados para sempre no inferno.
  • Na Santíssima Trindade há três Pessoas, coeternas e coiguais.

Estamos também obrigados a:

  • Conhecer o Símbolo dos Apóstolos.
  • Conhecer os Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja; e os Sacramentos, especialmente da necessidade do Batismo para a salvação e da Eucaristia como garantia da glória futura.
  • Crer na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, que formam um único depósito sagrado da Palavra de Deus.
  • Conhecer o Pai Nosso e a Ave Maria.
  • Crer em tudo o que Deus nos ensina através da Santa Madre Igreja, que não pode se enganar nem nos enganar. "O Romano Pontífice, cabeça do Colégio Episcopal, goza desta infalibilidade em virtude de seu ministério quando, como Pastor e Mestre de todos os fiéis que confirma na fé, proclama, por um ato definitivo, a doutrina em questões de fé e moral (...) A infalibilidade prometida à Igreja reside também no Corpo Episcopal, quando exerce o magistério com o sucessor de Pedro, sobretudo em um Concílio Ecumênico"[1].

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 261 e 265.


Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5155


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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (7)

OS DEZ MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS


"Que deverei fazer de bom para obter a vida eterna? - Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos"[1].

Por seu modo de agir e pregar, Jesus testemunhou o valor perene do Decálogo. O Decálogo contém uma expressão privilegiada da Lei Natural. O reconhecemos pela Revelação Divina e pela razão humana.


Os Dez Mandamentos, em seu conteúdo fundamental, enunciam obrigações graves. No entanto, a obediência a estes preceitos implica também obrigações cuja matéria é, por si mesma, leve.

1. Amarás a Deus sobre todas as coisas.

2. Não usarás o nome de Deus em vão.

3. Santificarás os dias de guarda (Guardar domingos e festas).

4. Honrarás o teu pai e a tua mãe.

5. Não matarás.

6. Não cometerás atos impuros (Não pecar contra a castidade).

7. Não roubarás.

8. Não prestarás falso testemunho nem mentiras.

9. Não consentirás pensamentos nem desejos impuros (Não desejar a mulher do próximo).

10. Não cobiçarás os bens alheios.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 2075-2081.

http://www.veritatis.com.br/article/5155

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (6)

CHAMAMENTO À SANTIDADE


"Todos os fiéis, de qualquer estado ou regime de vida, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade". Todos somos chamados à santidade: "Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito"[1]. Se queremos corresponder ao chamamento universal à santidade, devemos colocar empenho em ser piedosos, com um plano concreto de orações e devoções que nos levará, sem percebermos, a ter uma vida contemplativa.

"Os leigos, entregues a Cristo e ungidos pelo Espírito Santo, estão maravilhosamente chamados e preparados para produzir sempre os frutos mais abundantes do Espírito. Com efeito, todas as suas obras, orações, tarefas apostólicas, a vida conjugal e familiar, o trabalho diário, o descanso espiritual e corporal, se realizadas no Espírito - inclusive as moléstias da vida, se assumidas com paciência - se convertem em sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo, que são oferecidas com toda piedade a Deus Pai na celebração da Eucaristia, unindo-se à oferenda do Corpo do Senhor". Desta forma, também os leigos dão glória a Deus em todas as partes, por meio de seu bom exemplo, "consagrando o proprio mundo a Deus"[2].

De maneira particular, a participal da missão de santificação dos pais: "impregnando de espírito cristão a vida conjugal e procurando dar educação cristã aos filhos"[3].

Para nos santificar em nossa vida cotidiana, precisamos crescer na vida espiritual, sobretudo através da oração, mortificação e trabalho.


Vida de Oração

Convém orar todo tempo e não desanimar[4]


1. "Se Deus é vida para nós, não devemos estranhar que nossa existência de cristãos seja entretida com a oração. Porém não penseis que a oração é um ato que se cumpre e logo se abandona.


O justo encontra na lei de Javé sua complacência e tende a acomodar-se a essa lei durante o dia e durante a noite. Pela manhã penso em ti; e pela tarde se dirige até ti a minha oração como o incenso. Toda a jornada pode ser tempo de oração: da noite à manhã e da manhã à noite. Mais ainda: como nos recorda a Sagrada Escritura, também o sono deve ser oração.

A vida de oração deve se fundamentar, ademais, em alguns momentos diários, dedicados exclusivamente à relação com Deus; momentos de colóquio sem ruído de palavras, junto ao Sacrário sempre que possível, para agradecer ao Senhor essa espera - e tão somente - de 21 séculos. Oração mental é esse diálogo com Deus, de coração a coração, em que intervém toda a alma: a inteligência e a imaginação, a memória e a vontade. Uma meditação que contribui para dar valor sobrenatural à nossa pobre vida humana, nossa vida diária corrente"[5]

2. "Aprendemos a orar em certos momentos escutando a Palavra do Senhor e participando de seu Mistério Pascal; porém, a todo momento, nos acontecimentos de cada dia, seu Espírito nos oferece para que faça brotar a oração.


O ensinamento de Jesus sobre a oração dirigida ao nosso Pai está na mesma linha que a da Providência: o tempo está nas mãos do Pai; o encontramos no presente; nem ontem nem amanhã, mas apenas hoje: Oxalá ouvireis hoje a sua voz: 'não endureçais vosso coração'"[6].


Vida de Sacrifício


"Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga"[7].

1. "O caminho da perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual implica luta e mortificação, que conduzem gradualmente a viver em paz e no gozo das bem-aventuranças: 'Aquele que sobe não cessa nunca de ir de começo em começo, mediante começos que não têm fim. Jamais o que sobe deixa de desejar o que já conhece'"[8].

2. "Ouçamos o Senhor que nos diz: quem é fiel no pouco, também o é no muito; e quem é injusto no pouco, também o é no muito. É como se Deus nos recordasse: luta a todo instante nesses detalhes, pequenos em aparência, mas grandes perante os meus olhos; vive com pontualidade o cumprimento do dever; agrade a quem precisa, mesmo que tenhas a alma dolorida; dedica, sem desvios, o tempo necessário para a oração; socorre quem te procura; pratica a justiça, ampliando-a com a graça da caridade"[9].


Vida de Trabalho



O homem foi criado para trabalhar:


1. "O trabalho humano procede diretamente de pessoas criadas à imagem de Deus e chamadas a prolongar, unidas e para mútuo benefício, a obra da criação, dominando a terra. O trabalho é, portanto, um dever: 'Se alguém não quer trabalhar, que também não coma'. O trabalho honra os dons do Criador e os talentos recebidos. Pode ser também redentor. Suportando o peso do trabalho, em união com Jesus, o carpinteiro de Nazaré e o crucificado do Calvário, o homem colabora de certa maneira com o Filho de Deus em sua obra redentora. Mostra-se como discípulo de Cristo carregando a cruz de cada dia, na atividade que foi chamado a realizar. O trabalho pode ser um meio de santificação e de animação das realidades terrenas no Espírito de Cristo".


2. "No trabalho, a pessoa exerce e aplica uma parte das capacidades inscritas em sua natureza. O valor primordial do trabalho pertence ao próprio homem, que é seu autor e destinatário. O trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho"[10].

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Notas:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2013.
[2] Cf. Catec. Igr. Cat. § 901.
[3] Cf. Catec. Igr. Cat. § 902.
[4] Lucas 18,1.
[5] Josemaría Escrivá de Balaguer, "É Cristo que Passa" 119, Editoriall Rialp, Madrid.
[6] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2659.
[7] Mateus 16,24.
[8] Catec. Igr. Cat. § 2015.
[9] Cf. Josemaría Escrivá, obra citada, 77.
[10] Catec. Igr. Cat. §§ 2427-2428.

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5155

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (5)

OBRAS DE MISERICÓRDIA



São as obras com as quais ajudamos nossos próximo em suas necessidades corporais e espirituais.


As obras de misericórdia são ações caritativas mediante as quais ajudas nosso próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Entre estas obras, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus:


"Aquele que tem duas túnicas, que as reparta com quem não tem; o que tem para comer, que faça o mesmo. Dai em esmola o que tens e assim todas as coisas vos serão puras. Se um irmão ou irmã estão desnudos e carecem do sustento diário e algum de vós lhes disser: 'Ide em paz, vos esquentai e fartai-vos', mas não lhe derdes o necessário para o corpo, de que adiantará?"[1].



Obras Espirituais



- Ensinar aquele que não sabe.
- Dar bom conselho ao que necessita.
- Corrigir ao que erra.
- Perdoar as injúrias.
- Consolar o triste.
- Sofrer com paciência os defeitos do próximo.
- Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.



Obras Corporais



- Visitar e cuidar dos enfermos.
- Dar de comer a quem tem fome.
- Dar de beber a quem tem sede.
- Oferecer pousada ao peregrino.
- Vestir o desnudo.
- Redimir o cativo.
- Enterrar os mortos.


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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2447; Lucas 3,11; 11,41; Tiago 2,15-16; 1João 3,17.

Fonte: http://www.veritatis.com.br/article/5155

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (4)

AS INDULGÊNCIAS


O que são as indulgências? O que é a "remissão temporal" das penas? "O que é "lucrar"? Eis aqui um guia básico acerca das indulgências[1].

A doutrina das indulgências na Igreja está estreitamente ligada aos efeitos do sacramento da Penitência.


O que são as Indulgências


A indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal pelos pecados já perdoados - enquanto culpa - que um fiel disposto e cumprindo certas condições consegue por intermédio da Igreja, a qual, como administradora da redenção, distribui e aplica com autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos.

A indulgência é parcial ou plenária segundo libere em parte ou totalmente a pena temporal devida aos pecados.

Todo fiel pode lucrar para si mesmo ou aplicar pelos defuntos, à maneira de sufrágio, as indulgências tanto parciais quanto plenárias.



A Remissão Temporal das Penas do Pecado

Para entender esta doutrina e prática da Igreja, é preciso recordar que o pecado acarreta uma dupla conseqüência:

1. O pecado grave nos priva da comunhão com Deus e, por isso, nos torna incapazes da vida eterna, cuja privação se chama "a pena eterna do pecado".

2. Por outro lado, todo pecado, inclusive venial, implica em apego desordenado às criaturas, as quais têm necessidade de purificarem-se, seja aqui nesta terra, seja depois da morte, no estado chamado "Purgatório". Esta purificação liberta do que se chama "pena temporal do pecado".

Estas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida exteriormente por Deus, mas como algo que brota da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma calorosa caridade pode chegar à total purificação do pecados, de modo que não subsistiria pena alguma.


Condições para Lucrar Indulgências

As indulgências se obtêm pela Igreja que, em virtude do poder de ligar e desligar que lhe foi concedido por Cristo, intervém em favor de um cristão e lhe abre o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos, para obter do Pai da misericórdia a remissão das penas temporais devidas pelos seus pecados.

A Igreja não quer apenas acudir em ajudar este cristão, mas também impulsioná-lo a fazer obras de piedade, de penitência e de caridade.

Para ser capaz de lucrar indulgências, é necessário ser batizado, não ter sido excomungado e encontrar-se em estado de graça ao final das obras prescritas.

No entanto, para que o sujeito capaz as lucre, deve ter ao menos intenção de consegui-las, cumprir as obras prescritas dentro do tempo determinado e da maneira devida segundo o teor da concessão.


Requisitos para a Indulgência Plenária

1. Realização da obra enriquecida com a indulgência

- Exceto em caso de morte, só é possível lucrar uma indulgência plenária por dia.

2. Confissão sacramental, comunhão eucarísticas e oração pelas intenções do Papa (Pai Nosso e Ave Maria)

- Embora possam ser cumpridas alguns dias antes ou depois da realização da obra prescrita, é conveniente que sejam efetuadas no mesmo dia em que se concluiu a obra.

- Com uma única confissão é possível lucrar muitas indulgências plenárias; cada comunhão eucarística oferece lucro de apenas uma única indulgência plenária.


3. Exclusão de todo afeto ao pecado, inclusive venial.


Algumas Concessões de Indulgência Plenária

- Adoração ao Santíssimo Sacramento por pelo menos meia-hora.

- Bênção apostólica para o momento da morte.

- Fazer a primeira comunhão ou assisti-la recebendo piedosamente a Sagrada Eucaristia.

- Rezar o Santo Rosário em alguma igreja, em um oratório ou em família.

- Leitura espiritual da Sagrada Escritura por pelo menos meia-hora.

- Exercício da Via Sacra, percorrendo as 14 estações e meditando a Paixão e morte do Senhor; os doentes ou impedidos podem simplesmente ler e meditar cada uma das estações.

- Visitar qualquer igreja, cemitério ou oratório no dia 2 de novembro (aplicável somente em favor dos defuntos). Na visita, deve-se recitar o Pai Nosso e o Credo.

- Visitar a igreja paroquial no dia de festa do padroeiro, ou no dia 2 de agosto (quando se celebra a indulgência da "Porciúncula"), ou em outro dia mais oportuno estabelecido pelo Ordinário. Tais indulgências, desde que tenham a permissão do Ordinário, podem ser lucradas no domingo anterior ou posterior. Na visita, deve-se recitar o Pai Nosso e o Credo.

- Dias de retiro espiritual (pelo menos três dias inteiros).


Algumas Concessões de Indulgência Parcial

- O emprego, com devoção, de algum objeto de piedade (crucifixo, cruz, rosário, escapulário ou medalhas), devidamente abençoado por qualquer sacerdote. Se for abençoado pelo Sumo Pontífice ou qualquer bispos, pode-se lucrar uma indulgência plenária na festa dos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de junho) se acrescido pela reza do Credo.


- A reza de orações vocais como:

1. Adoro te Devote — Orações jaculatórias
2. Angelus ou Regina Caeli — Comunhões espirituais
3. Acordaos — Oração mental
4. Símbolo dos Apóstolos — uma litania aprovada
etc.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 992-994; 996; 1471-1473; 1478; cf. Cód. Dir. Can. 1135-1136 .
Leia mais sobre as indulgências:

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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (3)

DIAS DE PENITÊNCIA


São os dias mais apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações como sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, e a comunicação cristã de bens (obras de caridade e missionárias)."
A conversão se realiza na vida cotidiana mediante atos de reconciliação, a atenção aos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, pelo reconhecimento de nossas faltas ante os irmãos, a correção fraterna, a revisão de vida, o exame de consciência, a direção espiritual, a aceitação dos sofrimentos e o padecer a perseguição por causa da justiça. Tomar a cruz de cada dia e seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitência"[1].
Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da Quaresma, todas as 6ª-feiras em memória da morte do Senhor), são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações como sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola e a comunicação cristã de bens (obras caritativas e missionárias).
Todos os fiéis, cada um a seu modo, estão obrigados por Lei Divina a fazer penitência; no entanto, para que todos se unam em alguma prática comum de penitência, foram fixados alguns dias penitenciais, nos quais os fiéis se dedicam de maneira especial à oração, realizam obras de piedade e caridade, e se negam a si mesmos, cumrindo com maior fidelidade as suas próprias obrigações e, sobretudo, observando o jejum e a abstinência[2].
Na Igreja universal, são dias e tempos penitenciais todas as 6ª-feiras do ano e o tempo da Quaresma.Nesses dias, deve-se guardar
1. Abstinência de comer carne
Todas as 6ª-feiras, a não ser que coincidam com alguma solenidade, devemos guardar a abstinência de carne. A Conferência Episcopal pode substituir isto por outro sacrifício.
2. Jejum e abstinência
A 4ª-Feira de Cinzas e a 6ª-Feira Santa
A Lei eclesiástica obriga a guardar abstinência aqueles que já completaram 14 anos de idade e a praticar o jejum todos os maiores de idade (18 anos) até que completem 60 anos.
Os pastores de almas e os padres cuidarão para que também se forme um autêntico espírito de penitência naqueles que, por ainda não terem atingido a idade, não estão ainda obrigados ao jejum e à penitência.
Os bispos diocesanos podem assinalar dias especiais de festa ou de penitência para as suas dioceses ou lugares, porém mediante apenas por ato (em ocasiões especiais).
A Conferência Episcopal pode determinar em maiores detalhes o modo de se observar o jejum e a abstinência, assim como substituí-los no todo ou em parte por outras formas de penitência, sobretudo por obras de caridade e práticas de piedade.
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Notas:[1] Catec. Igr. Cat. §§ 1435, 1438; cf. Amós 5,24, Isaías 1,17, Lucas 9:23.[2] Cf. Cód. Dir. Can. 1244-1245, 1249-1253* * *

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (2)

A ORAÇÃO


A oração[1] nem sempre surge fácil e com freqüência não sabemos fazê-la. Aqui você encontrará os tipos de oração, oração vocal, oração meditada, oração contemplativa e o combate na oração.

A oração e a vida crista são inseparáveis, porque se trata do próprio amor e da própria renúncia que procede do amor. "Orai continuamente" (1Tessalonicenses 5,17). Orar é sempre possível. É, inclusive, uma necessidade vital.


Tipos de Oração


A Igreja convida os fiéis a uma oração regrada: orações diárias, liturgia das horas, Eucaristia dominical, solenidades do ano litúrgico.

A tradição cristã contém três importantes expressões da vida de oração. As três têm em comum o recolhimento do coração:


1. Oração vocal

Fundamentada na união do corpo com o espírito na natureza humana, associa o corpo à oração interior do coração a exemplo de Cristo que ora a seu Pai e ensina o "Pai Nosso" aos seus discípulos.

2. Meditação

É uma busca orante, que faz intervir o pensamento, a imaginação, a emoção, o desejo. Tem por objeto a apropriação fiel da realidade considerada, que é confrontada com a realidade da nossa vida.

3. Oração contemplativa[2]

É a expressão simples do mistério da oração. É um olhar de fé, fixado em Jesus; uma escuta da Palavra de Deus; um amor silencioso. Realiza a união com a oração de Cristo à medida que nos faz participar de seu mistério.

Recordai o que narram os Evangelhos acerca de Jesus: às vezes, passava a noite inteira ocupado em colóquio íntimo com seu Pai. Como os primeiros discípulos amavam a figura do Cristo orante!

São Lucas rapidamente retrata o comportamento dos primeiros fiéis: animados por um mesmo espírito, perseveravam unidos na oração.

O templo de bom cristão se adquire, com a graça, na forja da oração. E este alimento da prece, por ser vida, não se desenvolve de uma hora para outra. O coração se desafogará habitualmente com palavras nessas orações vocais ensinadas pelo próprio Deus (o Pai Nosso) ou seus anjos (a Ave Maria). Outras vezes nos utilizaremos das orações transmitidas pelo tempo, as quais se converteram em piedade de milhões de irmãos na fé: as da liturgia (Lex orandi), as que nasceram da paixão de um coração apaixonado, como tantas antífonas marianas (Sub tuum praesidium, Memorare, Salve Regina...).

Em outras ocasiões, nos bastarão duas ou três expressões, lançadas ao Senhor como Saeta, Iaculata: jaculatórias, que aprendemos na leitura atenta da história de Cristo: "Domine, si vis, potes me mundare" - "Senhor, se queres, podes me curar"; "Domine, tu omnia nosti, tu scis quia amo te" - "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo"; "Credo, Domine, sed adiuva incredulitatem meam" - "Creio, Senhor; porém ajuda na minha incredulidade, fortalece a minha fé"; "Domine, non sum dignus" - "Senhor, eu não sou digno"; "Dominus meus et Deus meus" - "Meu Senhor e meu Deus"... ou outras frases, breves e afetuosas, que brotam do fervor íntimo da alma, e respondem a uma circunstância concreta.

Graças a esses momentos de meditação - às orações vocais, às jaculatórias - saberemos converter nossa jornada, com naturalidade e sem espetáculo, em um contínuo louvor a Deus. Nos manteremos em sua presença, como os apaixonados dirigem continuamente seu pensamento à pessoa que amam; e todas as nossas ações - mesmo as mais pequeninas - se encherão de eficácia espiritual.

Por isso, quando um cristão segue por este caminho de relação ininterrupta com o Senhor - e é um caminho disponível para todos e não apenas um grupo de privilegiados - a vida interior cresce, segura e firme; e se afiança no homem esta luta, amável e exigente por sua vez, para se realizar até o fundo a vontade de Deus.

Orar nos acontecimentos de cada dia e de cada instante é um dos segredos o Reino revelados aos "pequeninos", aos servidores de Cristo, aos pobres das bem-aventuranças. É justo e bom orar para que a vinda do Reino de justiça e paz influa na marcha da História; porém, também é importante impregnar de oração as humildes situações cotidianas. Todas as formas de oração podem ser o fermento com que o Senhor compara o Reino (cf. Lucas 13,20-21).


O Combate da Oração


A oração supõe um esforço e uma luta contra nós mesmos e contra as astúcias do Tentador. O combate da oração é inseparável do "combate espiritual" necessário para agir habitualmente segundo o Espírito de Cristo: ora-se como se vive porque vive-se como se ora.

As principais dificuldades que encontramos no exercício da oração são:

- A distração;

- A frieza.

O remédio para isto encontra-se na fé, na conversão e na vigilância do coração:

As tentações que frequentemente ameaçam a oração são:

- A falta de fé

- A acídia, que é uma espécie de depressão ou de preguiça devida ao relaxamento da ascese e que leva ao desânimo.

- Devemos também combater as concepções errôneas, as diversas correntes de mentalidade e a experiência de nossos fracassos.

A estas tentações, que colocam em dúvida a utilidade ou a própria possibilidade da oração, convém responder com humildade, confiança e perseverança.

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Notas:
[1] [1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 720-1724; 2752-2755; 2760;
[2] Cf. FG, 119.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Resumo da Vida Católica (1)

UM PLANO PARA A VIDA


Eis alguns bons propósitos que o levarão a relacionar-se continuamente com Deus e a cumprir com suas obrigações de família, de trabalho e de sociedade com uma enorme alegria.

A prática de certos atos de piedade nos levam, sem que percebamos, a possuir uma vida contemplativa em meio aos afazeres cotidianos.

A primeira coisa que devemos fazer para ser bons cristãos é procurar viver na graça de Deus, evitando assim todo pecado mortal; e como queremos amar a Deus sobre todas as coisas, devemos também procurar evitar, inclusive, todo pecado venial.

Um plano de vida cristã vivido com seriedade e interesse pode ser o meio para conseguirmos que nossa vida não seja inútil nem estéril, de tal maneira que viveremos como verdadeiros filhos de Deus


Todo Dia[1]
  • Ter uma hora certa para dormir e acordar.
  • Oferecer a Deus o trabalho do dia sob a intercessão da Virgem Maria.
  • Realizar um instante de oração mental (15 minutos), de preferência antes da Missa.
  • Assistir a Santa Missa e receber a comunhão sempre que for possível; é o melhor sacrifício que se pode oferecer a Deus.
  • Ao meio-dia, rezar o "Angelus" (e, durante o tempo pascal, o "Regina Caeli").
  • Rezar o Santo Rosário, se possível em família.
  • Ler e meditar, durante alguns minutos, o Novo Testamento ou algum livro de espiritualidade.
  • Antes de ir descansar, dedicar alguns minutos para refletir rapidamente sobre como vai indo o dia.
  • Trabalhar intensamente; a santificação do trabalho cotidiano é a meta primordial do cristão.
  • O domingo é o Dia do Senhor: a Santa Missa deve ser o centro da jornada; é também um dia dedicado especialmente à família, ao descanso e ao próprio enriquecimento espiritual.

Se durante a semana não foi possível receber a comunhão, é bom ao menos fazê-lo aos domingos e dias de preceito.


Todo Mês

  • Confessar-se, com verdadeiro arrependimento, ainda que não possua pecados mortais, para receber a graça sacramental.
  • Receber direção espiritual de algum sacerdote sábio, prudente e experiente[2].
  • Realizar um dia de retiro espiritual: dedicar algumas horas para refletir sobre a relação com Deus (diante do Santíssimo Sacramento sempre que isto for possível).


Todo Ano

  • Dedicar alguns dias de retiro ou exercícios espirituais: dois ou três dias em silêncio, conversando apenas com Deus (o que proporciona uma grande oportunidade para uma nova conversão; a alma, assim como o corpo, precisa de férias).


A Todo Instante

  • Manter a presença de Deus mediante jaculatórias, comunhões espirituais e atos de amor e reparação.
  • Considerar que somos filhos de Deus, de modo a agradar-lhe em tudo o que fazemos (assim como uma criança tenta agradar o seu pai).
  • Agradecer a Deus tudo o que Ele nos dá.
  • Fazer tudo por amor a Deus: purificar nossa intenção através de atos de contrição e desagravo pelos próprios pecados e também os alheios.
  • Tentar viver como gostaríamos de fazê-lo na hora da morte (assim, não teremos medo da morte e morreremos da mesma maneira com que vivemos).


Devoções para a Semana

Domingo: a Santíssima Trindade
Assistir com fervor a Santa Missa e receber a comunhão se possível.


2ª-Feira: as almas do Purgatório
Rogar pelas almas dos seus parentes, amigos e benfeitores.


3ª-Feira: os anjos protetores
Aproximar-se dos anjos protetores, pedindo-lhes auxílio. Rezar especialmente ao anjo da guarda.


4ª-Feira: São José
Invocá-lo como patrono da boa morte.


5ª-Feira: a Santíssima Eucaristia
Fazer frequentes comunhões espirituais ao longo do dia e, se for possível, uma visita ao Santíssimo.


6ª-Feira: a Paixão e morte de Jesus Cristo
Refletir sobre a Paixão e morte do Senhor, utilizando, por exemplo, a Via Sacra.


Sábado: a Santíssima Virgem Maria
Rezar a "Salve Rainha" ou outra devoção mariana.


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Notas:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 2659-2660.
[2] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2690.



Fonte: Veritatis Splendor

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Catequisando os Católicos

Ouço muitas pessoas falando mal da doutrina católica, bem como dizendo que só encontraram com Cristo quando foram para alguma Igreja evangélica. Não digo que lá não O encontramos, mas digo que aqui deveríamos tê-lo encontrado se seguíssemos realmente o que nossa Igreja ensina.

Interessante que, muitas pessoas que eram “católicas não praticantes”, que só participavam de missas de sétimo dia ou nem isso, hoje se dizem “convertidos” pois se encontraram na Igreja Evangélica. Pergunto: por que, antes de “se converter”, não buscou sua real conversão dentro de sua casa?

Hoje em dia, temos muitos católicos “mornos”... e é a esses que eu falo, não aos que já “debandaram”, mas aos que ficaram, mas ainda não conseguiram sentir o que é ser católico.

Quando começamos com o trabalho nesse blog, a intenção era formar os Católicos. Nossa Igreja é carente de formação... não temos conhecimento das coisas, e por isso, acabamos mudando de idéia rapidamente.

A partir de amanhã, faremos publicações pequenas sobre a Vida Católica – o que é ser católico, e como viver sua fé. Convido aos que não as praticam para buscar a grande maravilha que está nesses tesouros de nossa religião.
Só posso falar daquilo que conheço... antes de sair por aí falando mal da nossa fé, é importante praticarmos. Aí, sim posso dizer que gostei mais de outra, depois de conhecer a fundo uma e outra.
Pode parecer duro para alguns essas palavras, mas recebemos duras criticas de "ex-católicos" que não conheciam em nada a doutrina da Igreja, não viviam o Catolicismo e, ao abandonarem o barco vêm dar de dedo numa instituição de mais de 2.000 anos...
Por isso, convido a você, que está pensando e deixar a Mãe Igreja, que aprenda um pouco mais a respeito dela, para só então, tomar sua decisão consciente.
Convido aos que recebem as publicações por e-mail, a encaminhar a seus amigos... vamos divulgar nossa fé, vamos trazer outros católicos de volta pra casa! Para viver a fé, para ser feliz, encontrando a alegria do Cristo Ressuscitado, a mesma alegria que os apóstolos viveram, e que chega até nós hoje, pela vivência da fé e da doutrina apostólica!
É com muito amor que digo isso, amor pela nossa Igreja Católica Apostólica Romana, essa para quem Jesus prometeu que "as portas do inferno não prevalecerão sobre ela"... essa cujo Papa é sucessor de São Pedro, a Pedra sobre a qual Jesus a edificou, essa que tem Cristo como cabeça, e por isso está em pé até hoje, essa que tem como membros, homens, duros, pecadores, e que por isso, cometeu e comete erros no decorrer dos séculos. Mas esses erros não a impedem de levar avante a mensagem de Cristo!
É essa Igreja que eu te convido a amar... mas só se ama quem se conhece, então, convido-te primeiramente a conhecê-la, e a levar outros também contigo nessa caminhada rumo ao céu!


Abraços fraternos.
João Batista

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Paulo de Tarso

Como estamos em Ano Paulino, um leitor nos sugeriu a publicação sobre obras de São Paulo. Achei muito interessane a sugestão e procurei por diversos autores que nos mostrassem um pouco sobre esse que foi essencial para que a mensagem de Cristo chegasse até nós hoje. E escolhi um texto, que apesar de ser um pouco longo, vale a pena ser lido, pois seu autor sabe melhor do que ninguém falar sobre esse grande homem de Deus!
Desejo a você uma ótima leitura!!
João Batista
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PAULO DE TARSO

Por Papa Bento XVI

Paulo, perfil do homem e do apóstolo

Queridos irmãos e irmãs!

Concluímos as nossas reflexões sobre os doze Apóstolos chamados directamente por Jesus durante a sua vida terrena. Iniciamos hoje a aproximar as figuras de outras personagens importantes da Igreja primitiva. Também elas dedicaram a sua vida ao Senhor, ao Evangelho e à Igreja. Trata-se de homens, e também de mulheres que, como escreve Lucas no Livro dos Actos, "expuseram as suas vidas pelo nome de Nosso Senhor Jesus Cristo" (15, 26).

O primeiro deles, chamado pelo próprio Senhor, pelo Ressuscitado, para ser também ele um verdadeiro Apóstolo, é sem dúvida Paulo de Tarso. Ele brilha como estrela de primeira grandeza na história da Igreja, e não só da primitiva. São João Crisóstomo exalta-o como personagem superior até a muitos anjos e arcanjos (cf. Panegirico, 7, 3).
Dante Alighieri na Divina Comédia, inspirando-se na narração de Lucas feita nos Actos (cf. 9, 15), define-o simplesmente "vaso de eleição" (Inf. 2, 28), que significa: instrumento pré-escolhido por Deus. Outros chamaram-no o "décimo terceiro Apóstolo" e realmente ele insiste muito para ser um verdadeiro Apóstolo, tendo sido chamado pelo Ressuscitado ou até "o primeiro depois do Único".
Sem dúvida, depois de Jesus, ele é o personagem das origens sobre a qual estamos mais informados. De facto, possuímos não só a narração que dele faz Lucas nos Atos dos Apóstolos, mas também um grupo de Cartas que provêm directamente da sua mão e sem intermediários nos revelam a sua personalidade e o seu pensamento.
Lucas informa-nos que o seu nome originário era Saulo (cf. Act 7, 58; 8, 1, etc.), aliás em hebraico Saul (cf. Act 9, 14.17; 22, 7.13; 26, 14), como o rei Saul (cf. Act 13, 21), e era um judeu da diáspora, estando a cidade de Tarso situada entre a Anatólia e a Síria. Tinha ido muito cedo a Jerusalém para estudar profundamente a Lei moisaica aos pés do grande Rabi Gamaliel (cf. Act 22, 3). Tinha aprendido também uma profissão manual e áspera, era fabricante de tendas (cf. Act 18, 3), que sucessivamente lhe permitiu sustentar-se pessoalmente sem pesar sobre as Igrejas (cf. Act 20, 34; 1 Cor 4, 12; 2 Cor 12, 13-14).

Para ele foi decisivo conhecer a comunidade dos que se professavam discípulos de Jesus. Por eles tinha sabido a notícia de uma nova fé um novo "caminho", como se dizia que colocava no seu centro não tanto a Lei de Deus, quanto a pessoa de Jesus, crucificado e ressuscitado, com o qual estava relacionada a remissão dos pecados. Como judeu zeloso, ele considerava esta mensagem inaceitável, aliás escandalosa, e por isso sentiu o dever de perseguir os seguidores de Cristo também fora de Jerusalém.
Foi precisamente no caminho para Damasco, no início dos anos 30, que Saulo, segundo as suas palavras, foi "alcançado por Cristo" (Fl 3, 12). Enquanto Lucas narra os fatos com riqueza de pormenores de como a luz do Ressuscitado o alcançou e mudou fundamentalmente toda a sua vida, ele nas suas Cartas vai diretamente ao essencial e fala não só da visão (cf. 1 Cor 9, 1), mas de iluminação (cf. 2 Cor 4, 6) e sobretudo de revelação e de vocação no encontro com o Ressuscitado (cf. Gl 1, 15-16).
De fato, definir-se-á explicitamente "apóstolo por vocação" (cf. Rm 1, 1; 1 Cor 1, 1) ou "apóstolo por vontade de Deus" (2 Cor 1, 1; Ef 1, 1; Col 1, 1), para realçar que a sua conversão não era o resultado de um desenvolvimento de pensamentos, de reflexões, mas o fruto de uma intervenção divina, de uma imprevisível graça divina. A partir daquele momento, tudo o que antes constituía para ele um valor tornou-se paradoxalmente, segundo as suas palavras, perda e lixo (cf. Fl 3, 7-10). A partir daquele momento todas as suas energias foram postas ao serviço exclusivo de Jesus Cristo e do seu Evangelho.

Agora a sua existência será a de um Apóstolo desejoso de "se fazer tudo em todos" (1 Cor 9, 22) sem reservas.

Isto constitui para nós uma lição muito importante: o mais importante é colocar no centro da própria vida Jesus Cristo, de modo que a nossa identidade se distinga essencialmente pelo encontro, pela comunhão com Cristo e com a sua Palavra. À sua luz todos os outros valores são recuperados e ao mesmo tempo purificados de eventuais impurezas.
Outra lição fundamental oferecida por Paulo é o alcance universal que caracteriza o seu apostolado. Vendo a agudeza do problema do acesso dos Gentios, isto é dos pagãos, a Deus, que em Jesus Cristo crucificado e ressuscitado oferece a salvação a todos os homens sem excepções, dedicou-se totalmente a dar a conhecer este Evangelho, literalmente "boa notícia", isto é, anúncio de graça destinado a reconciliar o homem com Deus, consigo mesmo e com os outros. Desde o primeiro momento ele tinha compreendido que esta era uma realidade que não dizia respeito só aos judeus ou a um certo grupo de homens, mas que tinha um valor universal e se referia a todos, porque Deus é o Deus de todos.

O ponto de partida para as suas viagens foi a Igreja de Antioquia da Síria, onde pela primeira vez o Evangelho foi anunciado aos Gregos e onde também foi cunhado o nome de "cristãos" (cf. Act 11, 20.26), isto é, de crentes em Cristo. Dali ele dirigiu-se primeiro para Chipre e depois várias vezes para as regiões da Ásia Menor (Pisídia, Licaónia, Galácia), depois para as da Europa (Macedónia, Grécia). Mais relevantes foram as cidades de Éfeso, Filipos, Tessalônica, Corinto, sem contudo esquecer Beréia, Atenas e Mileto.

No apostolado de Paulo não faltaram dificuldades, que ele enfrentou com coragem por amor de Cristo. Ele mesmo recorda ter agido "pelos trabalhos... pelas prisões... pelos açoites, pelos frequentes perigos de morte... três vezes fui açoitado com varas, uma vez apedrejado; três vezes naufraguei... viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus concidadãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre os falsos irmãos; trabalhos e fadigas, repetidas vigílias com fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! E além de tudo isto, a minha obsessão de cada dia: cuidado de todas as Igrejas" (2 Cor 11, 23-28).
De um trecho da Carta aos Romanos (cf. 15, 24.28) transparece o seu propósito de chegar até à Espanha, às extremidades do Ocidente, para anunciar o Evangelho em toda a parte, até aos confins da terra então conhecida. Como não admirar um homem como este? Como não agradecer ao Senhor por nos ter dado um Apóstolo desta estatura?
É claro que não lhe teria sido possível enfrentar situações tão difíceis e por vezes desesperadas, se não tivesse havido uma razão de valor absoluto, perante a qual nenhum limite se podia considerar insuperável. Para Paulo, esta razão, sabemo-lo, é Jesus Cristo, do qual ele escreve: "O amor de Cristo nos impulsiona... para que, os que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Cor 5, 14-15), por nós, por todos.

De facto, o Apóstolo dará o testemunho supremo do sangue sob o imperador Nero aqui em Roma, onde conservamos e veneramos os seus despojos mortais. Assim escreveu acerca dele Clemente Romano, meu predecessor nesta Sede Apostólica nos últimos anos do século I: "Por causa dos ciúmes e da discórdia Paulo foi obrigado a mostrar-nos como se obtém o prémio da paciência... Depois de ter pregado a justiça a todo o mundo, e depois de ter chegado até aos extremos confins do Ocidente, sofreu o martírio diante dos governantes; assim partiu deste mundo e chegou ao lugar sagrado, que com isso se tornou o maior modelo de perseverança" (Aos Coríntios, 5).
O Senhor nos ajude a pôr em prática a exortação que nos foi deixada pelo Apóstolo nas suas Cartas: "Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo" (1 Cor 11, 1).

CRISTOCENTRISMO

Na catequese precedente, há quinze dias, procurei traçar os aspectos essenciais da biografia do apóstolo Paulo. Vimos como o encontro com Cristo pelo caminho de Damasco revolucionou literalmente a sua vida.
Cristo tornou-se a sua razão de ser e o motivo profundo de todo o seu trabalho apostólico. Nas suas cartas, depois do nome de Deus, que aparece mais de 500 vezes, o nome que é mencionado com mais frequência é o de Cristo (380 vezes). Por conseguinte, é importante que nos apercebamos de quanto Jesus Cristo possa incidir na vida de um homem e portanto também na nossa própria vida. Na realidade, Jesus Cristo é o ápice da história salvífica e, desta forma, o verdadeiro ponto discriminante também no diálogo com as outras religiões.

Olhando para Paulo, poderíamos formular assim a pergunta fundamental: como acontece o encontro de um ser humano com Cristo? E em que consiste a relação que dele deriva? A resposta de Paulo pode ser compreendida em dois momentos.
Em primeiro lugar, Paulo ajuda-nos a compreender o valor absolutamente fundante e insubstituível da fé. Eis quanto escreve na Carta aos Romanos: "Pois estamos convencidos de que é pela fé que o homem é justificado, independentemente das obras da lei" (3, 28).
E também na Carta aos Gálatas: "O homem não é justificado pelas obras da Lei, mas unicamente pela fé em Jesus Cristo; por isso, também nós acreditámos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei; porque pelas obras da Lei nenhuma criatura será justificada" (2, 16).
"Ser justificados" significa ser tornados justos, isto é, ser acolhidos pela justiça misericordiosa de Deus, e entrar em comunhão com Ele, e por conseguinte poder estabelecer uma relação muito mais autêntica com todos os nossos irmãos: e isto com base num perdão total dos nossos pecados. Pois bem, Paulo diz com muita clareza que esta condição de vida não depende das nossas eventuais boas obras, mas de uma mera graça de Deus: "Sem o merecerem, são justificados pela sua graça, em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus" (Rm 3, 24).

Com estas palavras São Paulo expressa o conteúdo fundamental da sua conversão, o novo rumo da sua vida que resultou do seu encontro com Cristo ressuscitado. Paulo, antes da conversão, não tinha sido um homem afastado de Deus e da sua Lei. Ao contrário, era um observante, com uma observância fiel até ao fanatismo.
Mas à luz do encontro com Cristo compreendeu que com isso tinha procurado edificar-se a si mesmo, à sua própria justiça, e que com toda essa justiça tinha vivido para si mesmo. Compreendeu que era absolutamente necessária uma nova orientação da sua vida. E encontramos expressa nas suas palavras esta nova orientação: "E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2, 20).

Por conseguinte, Paulo já não vive para si, para a sua própria justiça. Vive de Cristo e com Cristo: entregando-se a si mesmo, não mais procurando e construindo-se a si mesmo. Esta é a nova justiça, a nova orientação que o Senhor nos deu, que a fé nos deu. Diante da cruz de Cristo, expressão extrema da sua autodoação, não há ninguém que possa vangloriar-se a si, à própria justiça feita por si e para si! Noutra carta Paulo, fazendo eco a Jeremias, expressa este pensamento escrevendo: "Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor" (1 Cor 1, 31 = Jr 9, 22s); ou: "Quanto a mim, porém, de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo" (Gl 6, 14).

Refletindo sobre o significado de justificação não pelas obras mas pela fé, chegamos ao segundo aspecto que define a identidade cristã descrita por São Paulo na própria vida. Identidade cristã que se compõe precisamente por dois elementos: este não procurar-se por si, mas receber-se de Cristo e doar-se com Cristo, e desta forma participar pessoalmente na vicissitude do próprio Cristo, até se imergir n'Ele e partilhar quer a sua morte quer a sua vida. É quanto escreve Paulo na Carta aos Romanos: "fomos baptizados na sua morte... fomos sepultados com Ele na morte... estamos integrados n'Ele... Assim vós também: considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus" (Rm 6, 3.4.5.11).
Precisamente esta última expressão é sintomática: para Paulo, de facto, não é suficiente dizer que os cristãos são batizados ou crentes; para ele é de igual modo importante dizer que eles são "em Cristo Jesus" (cf. também Rm 8, 1.2.39; 12, 5; 16, 3.7.10; 1 Cor 1, 2.3, etc.). Outras vezes ele inverte as palavras e escreve que "Cristo está em nós/vós" (Rm 8, 10; 2 Cor 13, 5) ou "em mim" (Gl 2, 20).
Esta mútua compenetração entre Cristo e o cristão, característica do ensinamento de Paulo, completa o seu discurso sobre a fé. A fé, de fato, mesmo unindo-nos intimamente a Cristo, realça a distinção entre nós e Ele. Mas, segundo Paulo, a vida do cristão tem também um componente que poderíamos dizer "místico", porque obriga a uma nossa identificação com Cristo e de Cristo connosco. Neste sentido, o Apóstolo chega até a qualificar os nossos sofrimentos como os "sofrimentos de Cristo em nós" (2 Cor 1, 5), de modo que "trazemos sempre no nosso corpo a morte de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifesta no nosso corpo" (2 Cor 4, 10).

Devemos inserir tudo isto na nossa vida quotidiana seguindo o exemplo de Paulo que viveu sempre com este grande alcance espiritual. Por um lado, a fé deve manter-nos numa atitude constante de humildade perante Deus, aliás, de adoração e de louvor em relação a ele.
De fato, o que nós somos como cristãos devemo-lo unicamente a Ele e à sua graça. Dado que nada nem ninguém pode ocupar o seu lugar, é preciso portanto que não tributemos a nada nem a ninguém a homenagem que a Ele prestamos.
Ídolo algum deve contaminar o nosso universo espiritual, porque neste caso, em vez de gozar da liberdade adquirida cairíamos de novo numa espécie de escravidão humilhante. Por outro lado, a nossa pertença radical a Cristo e o fato que "existimos n'Ele" deve infundir-nos uma atitude de total confiança e de imensa alegria.
Para concluir, de fato, devemos exclamar com São Paulo:"Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?" (Rm 8, 31). E a resposta é que ninguém "poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso" (Rm 8, 39). Por conseguinte, a nossa vida cristã baseia-se na rocha mais estável e segura que se possa imaginar. E dela tiramos toda a nossa energia, como escreve precisamente o Apóstolo: "De tudo sou capaz naquele que me dá força" (Fl 4, 13).

Enfrentemos portanto a nossa existência, com as suas alegrias e com os seus sofrimentos, amparados por estes grandes sentimentos que Paulo nos oferece. Fazendo deles experiência poderemos compreender como é verdadeiro o que o próprio Apóstolo escreve: "sei em quem acredito e estou persuadido de que Ele tem poder para guardar, até aquele dia, o bem que me foi confiado" (2 Tm 1, 12) do nosso encontro com Cristo Juiz, Salvador do mundo e nosso.

O ESPÍRITO SANTO

Também hoje, como nas duas catequeses precedentes, voltamos a São Paulo e ao seu pensamento. Estamos diante de um gigante não só a nível do apóstolo concreto, mas também da doutrina teológica, extraordinariamente profunda e estimulante. Depois de ter meditado na semana passada sobre o que Paulo escreveu acerca do lugar central que Jesus Cristo ocupa na nossa vida de fé, vemos hoje o que ele diz sobre o Espírito Santo e sobre a sua presença em nós, porque também aqui o Apóstolo tem algo muito importante para nos ensinar.

Conhecemos o que São Lucas nos diz do Espírito Santo nos Actos dos Apóstolos, descrevendo o evento do Pentecostes. O Espírito pentecostal traz consigo um vigoroso estímulo a assumir um compromisso da missão para testemunhar o Evangelho pelos caminhos do mundo. De fato, o Livro dos Atos narra uma série de missões realizadas pelos Apóstolos, primeiro na Samaria, depois ao longo da Palestina, e depois, em direcção à Síria.
São narradas sobretudo as três grandes viagens missionárias realizadas por Paulo, como já recordei num precedente encontro de quarta-feira. Mas São Paulo, nas suas Cartas fala-nos do Espírito também sob outra perspectiva.

Ele não se detém a ilustrar apenas a dimensão dinâmica e operativa da terceira Pessoa da Santíssima Trindade, mas analisa também a presença na vida do cristão, cuja identidade é marcada por ele. Em outras palavras, Paulo reflete sobre o Espírito expondo a sua influência não só no agir do cristão, mas também no seu ser. De fato, ele diz que o Espírito de Deus habita em nós (cf. Rm 8, 9; 1 Cor 3, 16) e que "Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho" (Gl 4, 6).

Portanto, para Paulo o Espírito conota-nos até às nossas profundezas pessoais mais íntimas. Em relação a isto, eis algumas das suas palavras de importante significado: "A lei do Espírito que dá a vida libertou-te, em Cristo Jesus, da lei do pecado e da morte... Vós não recebestes um Espírito que vos escravize e volte a encher-vos de medo; mas recebestes um Espírito que faz de vós filhos adoptivos. É por Ele que clamámos: Abbá, ó Pai!" (Rm 8, 2.15), porque somos filhos, podemos chamar "Pai" a Deus.
Portanto, vemos bem que o cristão, ainda antes de agir, já possui uma interioridade rica e fecunda, que lhe é concedida nos sacramentos do Batismo e da Confirmação, uma interioridade que o estabelece num relacionamento objectivo e original de filiação em relação a Deus.

Eis a nossa grande dignidade: a de não ser apenas imagem, mas filhos de Deus. Trata-se de um convite a viver esta nossa filiação, a estarmos cada vez mais conscientes de que somos filhos adotivos na grande família de Deus. É um convite a transformar este dom objetivo numa realidade subjetiva, determinante para o nosso pensar, para o nosso agir, para o nosso ser. Deus considera-nos seus filhos, tendo-nos elevado a uma tal dignidade, mesmo se não é igual, à do próprio Jesus, o único Filho em sentido pleno. Nele é-nos dada, ou restituída, a condição filial e a liberdade confiante em relação ao Pai.

Assim descobrimos que para o cristão o Espírito já não é apenas o "Espírito de Deus", como se diz normalmente no Antigo Testamento e se continua a repetir na linguagem cristã (cf. Gn 41, 38; Êx 31, 3; 1 Cor 2, 11.12; Fl 3, 3; etc.). E também não é apenas um "Espírito Santo" entendido em sentido genérico, segundo o modo de expressar-se do Antigo Testamento (cf. Is 63,10.11; Sl 51, 13), e do próprio Judaísmo nos seu escritos (Qunram, rabinismo).

De fato, pertence à especificidade da fé cristã a confissão de uma original partilha deste Espírito por parte do Senhor ressuscitado, o qual se tornou Ele mesmo "Espírito que dá vida" (1 Cor 15, 45). Precisamente por isso São Paulo fala diretamente do "Espírito de Cristo" (Rm 8, 9), do "Espírito do Filho" (Gl 4, 6) ou do "Espírito de Jesus Cristo" (Fl 1, 19). É como se quisesse dizer que não só Deus Pai é visível no Filho (cf. Jo 14, 9), mas que também o Espírito de Deus se expressa na vida e nas ações do Senhor crucificado e ressuscitado!

Paulo ensina-nos também outra coisa importante: ele diz que não existe verdadeira oração sem a presença do Espírito em nós. De fato, escreve: "O Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos de pedir como é verdade que não sabemos como falar com Deus! ; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que examina os corações conhece as intenções do Espírito, porque é de acordo com Deus que o Espírito intercede pelos santos" (Rm 8, 26-27).
É como dizer que o Espírito Santo, isto é, o Espírito do Pai e do Filho, é como a alma da nossa alma, a parte mais secreta do nosso ser, de onde se eleva incessantemente a Deus um dístico de oração, da qual nem sequer podemos esclarecer as palavras.

De fato, o Espírito sempre ativo em nós, supre às nossas carências e oferece ao Pai a nossa adoração, juntamente com as nossas aspirações mais profundas. Naturalmente isto exige um nível de maior comunhão vital com o Espírito. É um convite a ser cada vez mais sensíveis, mais atentos a esta presença do Espírito em nós, a transformá-la em oração, a ouvir esta presença e a aprender assim a rezar, a falar com o Pai como filhos no Espírito Santo.

Há também outro aspecto típico do Espírito que nos foi ensinado por São Paulo: é a sua ligação com o amor. De fato, São Paulo escreve: "A esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5, 5).
Na minha Carta encíclica "Deus caritas est" citei uma frase muito eloquente de Santo Agostinho: "Se vês a caridade, vês a Trindade" (n. 19), e prossegui explicando: "O Espírito é aquela força que harmoniza seus corações [dos crentes] com o coração de Cristo e leva-os a amar os irmãos como Ele os amou" (ibid.). O Espírito insere-nos no próprio ritmo da vida divina, que é vida de amor, fazendo-nos pessoalmente partícipes dos relacionamentos existentes entre o Pai e o Filho. Não é sem significado que Paulo, quando elenca as várias componentes da frutificação do Espírito, coloque em primeiro lugar o amor: "O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, etc." (cf. Gl 5, 22).

E dado que por definição o amor une, isto significa antes de tudo que o Espírito é criador de comunhão no âmbito da comunidade cristã, como dizemos no início da Santa Missa com uma expressão paulina: "... a comunhão do Espírito Santo [ou seja, a que é realizada por ele] esteja com todos vós!" (2 Cor 13, 13).
Mas, por outro lado, é também verdade que o Espírito nos estimula a estabelecer relacionamentos de caridade com todos os homens. Dado que, quando amamos damos espaço ao Espírito, permitimos que se expresse em plenitude. Compreende-se assim por que Paulo coloca na mesma página da Carta aos Romanos as duas exortações: "deixai-vos inflamar pelo Espírito" e "não pagueis a ninguém o mal com o mal" (Rm 12, 11.17).

Por fim, o Espírito segundo São Paulo é um penhor generoso que nos é dado pelo próprio Deus como antecipação e ao mesmo tempo como garantia da nossa herança futura (cf. 2 Cor 1, 22; 5, 5 Ef 1, 13-14). Aprendemos assim de Paulo que a ação do Espírito orienta a nossa vida para os grandes valores do amor, da alegria, da comunhão e da esperança. Compete a nós fazer deles experiência quotidiana acompanhadas pelas sugestões interiores do Espírito, ajudados no discernimento pela orientação iluminadora do Apóstolo.

A VIDA NA IGREJA

Completamos hoje os nossos encontros com o apóstolo Paulo, dedicando-lhe uma última reflexão. De fato, não podemos despedir-nos dele, sem considerar uma das componentes decisivas da sua atividade e um dos temas mais importantes do seu pensamento: a realidade da Igreja.
Devemos antes de tudo constatar que o seu primeiro contato com a pessoa de Jesus se realiza através do testemunho da comunidade cristã de Jerusalém. Foi um contato conturbado. Tendo conhecido o novo grupo de crentes, ele tornou-se imediatamente um seu orgulhoso perseguidor. Ele mesmo o reconhece nas suas três Cartas: "Persegui a Igreja de Deus", escreve (1 Cor 15, 9; Gl 1, 13; Fl 3, 6), quase como a apresentar este seu comportamento como o pior dos crimes.

A história mostra-nos que se alcança normalmente Jesus através da Igreja! Num certo sentido, isto verificou-se, dizíamos, também para Paulo, o qual encontrou a Igreja antes de encontrar Jesus.

Mas este contato, no seu caso, foi contraproducente, não causou a adesão, mas uma violenta repulsa. Para Paulo, a adesão à Igreja foi propiciada por uma intervenção direta de Cristo, o qual, tendo-se-lhe revelado no caminho de Damasco, se identificou com a Igreja e lhe fez compreender que perseguir a Igreja era perseguir o Senhor.
De fato, o Ressuscitado disse a Paulo, o perseguidor da Igreja: "Saulo, Saulo, porque me persegues?" (Act 9, 4). Perseguindo a Igreja, perseguia Cristo. Então Paulo converteu-se, ao mesmo tempo, a Cristo e à Igreja.
Disto compreende-se depois porque a Igreja tenha estado tão presente nos pensamentos, no coração e na atividade de Paulo. Em primeiro lugar, porque ele fundou literalmente muitas Igrejas nas várias cidades onde foi para evangelizar. Quando fala da sua "solicitude por todas as Igrejas" (2 Cor 11, 28), ele pensa nas várias comunidades cristãs suscitadas de cada vez na Galácia, na Iónia, na Macedónia e na Acaia.
Algumas daquelas Igrejas também lhe deram preocupações e desgostos, como aconteceu por exemplo nas Igrejas da Galácia, que ele viu seguir "outro Evangelho" (Gl 1, 6), ao que se opôs com firme determinação. Contudo ele sentia-se ligado às Comunidades por ele fundadas de maneira não fria nem burocrática, mas intensa e apaixonada.
Assim, por exemplo, define os Filipenses "meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa e alegria" (4, 1). Outras vezes compara as várias Comunidades com uma carta de apresentação única no seu género: "A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens" (2 Cor 3, 2).
Outras vezes ainda mostra em relação a eles um verdadeiro sentimento não só de paternidade mas até de maternidade, como quando se dirige aos seus destinatários interpelando-os como "Meus filhos, por quem sinto outra vez as dores de parto, até que Cristo se forme entre vós!" (Gl 4, 19; cf. também 1 Cor 4, 14-15; 1 Ts 2, 7-8).

Nas suas Cartas Paulo ilustra-nos a sua doutrina sobre a Igreja como tal. Portanto, é muito conhecida a sua original definição da Igreja como "corpo de Cristo", que não encontramos noutros autores cristãos do I século (cf. 1 Cor 12, 27: Ef 4, 12; 5, 30; Cl 1, 24).
A raiz mais profunda desta surpreendente designação da Igreja encontrámo-la no Sacramento do corpo de Cristo. Diz São Paulo: "Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo" (1 Cor 10, 17).
Na mesma Eucaristia Cristo dá-nos o seu Corpo e faz-nos seu Corpo. Neste sentido São Paulo diz aos Gálatas: "todos sois um em Cristo" (Gl 3, 28). Com tudo isto Paulo faz-nos compreender que existe não só uma pertença da Igreja a Cristo, mas também uma certa forma de equiparação e de identificação da Igreja com o próprio Cristo.
Portanto, é daqui que deriva a grandeza e a nobreza da Igreja, ou seja, de todos nós que a ela pertencemos por sermos membros de Cristo, quase uma extensão da sua presença pessoal no mundo. E daqui se origina, naturalmente, o nosso dever de viver realmente em conformidade com Cristo.
Daqui derivam também as exortações de Paulo a propósito dos vários carismas que animam e estruturam a comunidade cristã. Todos eles reconduzem a uma única fonte, que é o Espírito do Pai e do Filho, sabendo bem que na Igreja ninguém está desprovido dele, porque, como escreve o Apóstolo, "a cada um é dada a manifestação do Espírito, para proveito comum" (1 Cor 12, 7). Mas é importante que todos os carismas cooperem juntos na edificação da comunidade e não se tornem ao contrário motivo de dilaceração.
A este propósito, Paulo pergunta retoricamente: "Estará Cristo dividido?" (1 Cor 1, 13). Ele sabe bem e ensina-nos que é necessário "manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, assim como a vossa vocação vos chamou a uma só esperança" (Ef 4, 3-4).

Sem dúvida, realçar a exigência da unidade não significa afirmar que se deva uniformizar ou nivelar a vida eclesial segundo um único modo de agir. Noutro texto Paulo ensina a "não apagar o Espírito" (1 Ts 5, 19), isto é, a dar generosamente espaço ao dinamismo imprevisível das manifestações carismáticas do Espírito, o qual é fonte de energia e de vitalidade sempre nova.
Mas se há um critério do qual Paulo não prescinde é a mútua edificação: "que tudo se faça de modo a edificar" (1 Cor 14, 26). Tudo deve concorrer para construir ordenadamente o tecido eclesial, não só sem estagnação, mas também sem fugas ou excepções.
Depois, há outra Carta paulina que chega a apresentar a Igreja como esposa de Cristo (cf. Ef 5, 21-33). Com isto retoma-se uma antiga metáfora profética, que fazia do povo de Israel a esposa do Deus da aliança (cf. Os 2, 4.21; Is 54, 5-8): com isto pretende-se dizer quanto sejam íntimas as relações entre Cristo e a sua Igreja, quer no sentido de que ela é objeto do amor mais terno da parte do seu Senhor, quer também no sentido de que o amor deve ser recíproco e que, por conseguinte também nós, como membros da Igreja, devemos demonstrar fidelidade apaixonada em relação a Ele.

Definitivamente, está em jogo a relação de comunhão: a vertical entre Jesus Cristo e todos nós, e também a horizontal entre todos os que se distinguem no mundo pelo fato de "invocar o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Cor 1, 2). Esta é a nossa definição: nós pertencemos àqueles que invocam o nome do Senhor Jesus Cristo.
Portanto compreende-se bem quanto seja desejável que se realize o que o próprio Paulo deseja ao escrever aos Coríntios: "Mas se todos começarem a profetizar e entrar ali um descrente qualquer ou simples ouvinte, há-de sentir-se tocado por todos, julgado por todos; os segredos do seu coração serão desvendados e, prostrando-se com o rosto por terra, adorará a Deus, proclamando que Deus está realmente no meio de vós" (1 Cor 24-25). Assim deveriam ser os nossos encontros litúrgicos. Um não cristão que entra numa assembleia nossa, no final deveria poder dizer: "Verdadeiramente Deus está convosco". Peçamos ao Senhor que sejamos assim, em comunhão com Cristo e em comunhão entre nós.
Papa Bento XVI
Santa Sé

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Fonte: Vaticano

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Justificar o Aborto é raciocínio nazista

Justificar o aborto é um raciocínio nazista, lembra Arcebispo de Nova Iorque


NOVA IORQUE, 28 Out. 08 / 11:28 pm (ACI).


Em um enérgico artigo publicado junto a uma fotografia de um feto no ventre materno, o Cardeal Edward Egan, Arcebispo de Nova Iorque, compara a tolerância para o aborto com o raciocínio de Adolf Hitler e Joseph Stalin para justificar os assassinatos maciços.


O Cardeal dedicou a este tema sua recente coluna semanal do periódico “Catholic New York”. “A imagem desta página é uma fotografia sem retoques de um ser que esteve no ventre de sua mãe durante 20 semanas. Por favor, olhe-a com cuidado”, pede o Cardeal Egan e pergunta ao leitor: "Tem alguma dúvida de que se trata de um ser humano?”


Depois de precisar que se trata de um ser humano inocente, o Cardeal questiona ao leitor sobre o dever das autoridades em uma sociedade civilizada de proteger a este ser humano diante de quem quer matá-lo.


A partir este raciocínio, sustenta o Arcebispo, “não há muito mais que dizer sobre a questão do aborto em nossa sociedade. É um engano, e não pode –nem deve- ser tolerado”.


Para o Cardeal Egan, se alguém está convencido de que nesta imagem há um simples grupo de tecidos, essa pessoa tem um problema que vai reconhecer a maldade do aborto.


O Arcebispo recordou que “Hitler se convenceu e persuadiu a seus seguidores para considerar que os judeus e os homossexuais não eram seres humanos. Joseph Stalin fez o mesmo com os cossacos e os aristocratas russos. E isto apesar de que (ambos) viam com seus próprios olhos a judeus e homossexuais”.


“É tempo de deixar de atuar como se não soubéssemos o que permite e apóia nossa nação, com o assassinato anual de mais de 1.6 milhões de seres humanos inocentes no ventre de sua mãe.



Sabemos muito bem que matar a quem claramente é visto como um ser humano inocente ou a quem não pode provar ser outra coisa senão que é um ser humano inocente, é tão mau como se pode ser mau”, explicou o Cardeal.


“Faça-me um favor. Olhe a fotografia de novo. Olhe e decida com honestidade e decência o que o Senhor espera de você e de mim, enquanto o horror do aborto ‘legalizado’ segue erodindo a honra de nossa nação. Olhe, e não se absolva a si mesmo se se negar a agir”, concluiu.


Fonte: ACI

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Santidade: uma estreita união com Deus

Santidade: uma estreita união com Deus


A santidade é basicamente a estreita união do homem com Deus; desse contacto resulta a perfeição moral. Deus é santo por natureza; os homens são santos na medida em que se aproximam d’Ele. No céu todos os bem-aventurados estão intimamente unidos ao Senhor pela visão imediata d’Ele. Isso é chamado de “visão beatífica”. Todos os que estão no céu atingiram a santidade perfeita.

Um santo canonizado foi alguém que na terra praticou a bondade heróica em todas as suas ações. Note: “em todas as suas ações”. Um homem ou uma mulher não é canonizado por ter uma só virtude. Não é suficiente que ele não tenha faltas salientes. Mesmo uma pequena fraqueza é uma grande falta num santo. Um santo tem um controle perfeito de todas as virtudes. Ninguém tem de desculpá-lo dizendo que ele é um homem bom de coração, mas um homem difícil de suportar; ou que ele tem um senso inflamado da justiça social, mas não é muito de oração.

O santo não faz da sua vida um espetáculo. Começa pelas virtudes sólidas, comuns da vida cristã, e depois as desenvolve até um grau extraordinário. São Vicente de Paulo costumava dizer que “um cristão não deveria fazer coisas extraordinárias, mas sim fazer extraordinariamente bem as coisas ordinárias”.

Seres humanos chegam a ser santos travando batalha consigo, com a carne e com o demônio. Partem do triste estado da nossa fraqueza comum, porém, antes de morrerem, atingem a santidade pela graça de Deus. E isso é possível a todos os batizados.

Os santos não foram pessoas raras e especiais que viveram numa só terra ou numa só época particular. Pertencem a todas as épocas e a todas as nacionalidades. São Policarpo, natural da Ásia Menor, viveu no século II; já São Pio X foi um italiano e um Papa do século XX. Os quatro homens que são chamados os Padres do Ocidente, isto é, Santo Agostinho, São Jerônimo, Santo Ambrósio e São Gregório Magno, eram respectivamente da África do Norte, da Iugoslávia e da Itália, e viveram entre os séculos quarto e sexto. Santa Francisca Cabrini era uma freira italiana que fundou hospitais em Nova York e em Chicago, nos Estados Unidos.

Houve mártires em Nagassaki, no Japão, e padres na Rússia, que foram declarados santos pela Igreja Católica. O que é talvez mais surpreendente é a enorme variedade de personalidades entre esses santos. Eram reis e rainhas, sapateiros e agricultores, sacerdotes, bispos, freiras, soldados, juristas, professores, donas-de-casa e mulheres profissionais que se elevaram às alturas da santidade. Nenhuma classe tem o monopólio da santidade, embora talvez bispos e religiosos, por força da sua profissão, tenham chegado mais freqüentemente à santidade.

Então, quando a Igreja Católica pronuncia de modo solene que alguém é um santo, não se apóia apenas na prudência humana, mas pela evidência disso na forma de milagres operados por Deus pela intercessão deste [santo]. Esse é o selo da aprovação divina sobre a santidade da pessoa investigada.

Cristo disse à sua Igreja: “Eis que eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28, 20). E prometeu à Igreja no Cenáculo, na Última Ceia: “Quando vier o Espírito Santo, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16,13).
Essas são promessas especiais de Cristo para auxílio divino para a Instituição criada por Ele. Por causa dessas promessas, ao canonizar um santo, a Igreja Católica é infalível; isto é, não pode cometer erro – não pode ser transviada por inteiro. Jesus disse a Pedro: “Tudo o que ligares na terra será ligado no céu” (Mt 16, 18).

Felipe Aquino
Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

CONVERSANDO SOBRE A VIDA E A MORTE

Bom dia!!

Recebi essa "catequese" por e-mail de um querido leitor do blog, e como achei muito completo e interessante, e com tudo a ver com o tempo que estamos - semana de Finados... estou partilhando com você.
Uma ótima quinta feira, na paz do Senhor!

João Batista


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CONVERSANDO SOBRE A VIDA E A MORTE
( Pe. Cristovam Iubel )


01. O que é a morte ?

A morte é o fim da peregrinação terrestre; ela separa a alma do corpo. O corpo volta ao pó; a alma vai para Deus. No final dos tempos (1 Ts 4,l6;Jo 6,39-40;44.54; 11,24) o corpo e a alma voltarão a se unir, pelo poder de Deus, para o julgamento final (Mt 25,3l-46).


02. Quantas vezes nós morremos?

Morremos apenas uma vez (Hb 9,27) , porque vivemos apenas uma única vez. A nossa existência é única e para sempre.

03. A morte é o fim de tudo?

Não, a morte não é o fim de tudo (Lc 23,43), e sim passagem para uma nova vida (2 Cor.5,6-8). A vida prossegue depois da morte!


04. Deus é o "autor" da morte?

Deus não é o autor da morte. A morte não agrada a Deus; o nosso Deus é Deus da vida, e não da morte (Mt 22,3l-32; Jo 10,10).

05. Como a morte entrou no mundo?

A morte entrou no mundo com o pecado (Rm 6,23). Embora tivessem uma natureza mortal, o homem e a mulher estavam destinados por Deus a não morrer (Gn 2,15-17).

06. Quem pode vencer a morte ?

Só Deus pode vencer a morte (Rm 5, l7). E a morte já foi vencida, com a ressurreição de Cristo (Rm 6, 8-11; 1Cor.l5,20-22); No final dos tempos, sendo destruída para sempre (l Cor.l5,26).

07. Por que Jesus morreu ?

Jesus morreu porque assumiu em tudo a condição humana; carregou nossos pecados ( 1 Pd 2,24), viveu o drama do sofrimento e da angústia (Mc l4, 32-34), e assumiu a morte livremente (Jo 10,l7-l8), para dela nos libertar, (2 Tm 2,11).

08. O que aconteceu com Jesus depois de sua morte ?

Depois de entregar a sua vida nas mãos do Pai (Lc 23,46), Jesus foi retirado da cruz e sepultado (Lc 23,50-56), mas ao terceiro dia ressuscitou (Lc 24,1-12).

09. Por que Jesus desceu à "mansão dos mortos" ?

"Jesus conheceu a morte como todos os seres humanos e com sua alma esteve com eles na Morada dos mortos. Mas foi como salvador, proclamando a boa noticia aos espíritos que alí estavam aprisionados" (Catecismo da Igreja Católica 632). Assim, Jesus abriu as portas do Paraíso aos que haviam morridos antes Dele (1 Pd 3,18-19).

10. Como Jesus venceu a morte ?

Jesus venceu a morte pelo poder de Deus (At.2,24).

11. Jesus foi o primeiro a ressuscitar ?

Sim, Jesus foi o primeiro a ressuscitar para nunca mais morrer (1 Cor l5,20). Outros antes Dele, haviam sido ressuscitados, mas para voltar à vida e depois tornar a morrer (Mc 5, 21-42;Lc 7,11-17; Jo 11). Jesus no poder de Deus, vence a morte para sempre!

12. O que é a ressurreição ?

É a passagem da morte para a vida (Jo20,1-18), do nada para o tudo, do não ser para o ser. Ressuscitar é reviver gloriosamente para não mais tornar a morrer.

13. Se Cristo ressuscitou, também nós vamos ressusci-
tar?


Sim, nós vamos ressuscitar porque Cristo ressuscitou.
Foi Ele quem nos livrou da morte eterna (1Cor l5,22).

14. Quem vai ressuscitar no último dia ?

Todos irão ressuscitar no último dia: os bons, para a vida; os maus, para o julgamento (Jo 5,28-29).

15. Quando acontecerá a nossa ressurreição ?

Quando Cristo vier, em poder e glória, no final dos tempos. Não sabemos quando isso acontecerá (Mt 24,36).

16. O que é o juízo particular ?

A partir do momento da morte, cada um recebe, num juízo particular, a retribuição eterna, seja para a purificação, seja para entrar de imediato na felicidade do céu, seja para condenar-se de imediato para sempre (Catecismo da Igreja Católica, 1022).

17. O que é o juízo final ?

No juízo final, que acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo, todos os mortos ressuscitarão, e será então revelada, até as últimas consequência, o que cada um tiver feito de bem e de mal (Catecismo da Igreja Católica, 1039).

18. Devemos ter medo da morte ?

A morte sempre assusta, porque nos coloca em contato com o fim último de nossa vida. Porém, em lugar de ter medo, devemos é estar preparados para quando ela acontecer (Mc 13,33-37).

19. Faz sentido rezar pelos mortos ?

Sim, devemos rezar pelos mortos, tendo em vista que muitos deles, embora salvos, ainda necessitam de purificação para poderem entrar no Paraíso ( 1 Pd 1,3-9).
A oração os ajuda a ficarem livres das consequências do pecado (2Mac 12,46).

20. Devemos rezar na intenção de quem já está salvo ou condenado ?

Não sabemos quem está no Paraíso (a exceção dos santos que lá estão com certeza), e nem se há alguém que esteja condenado para sempre. Não nos cabe fazer tal julgamento. Por isso, devemos rezar por todos os mortos, pedindo que estejam na glória de Deus.

21. É possível conversar com os mortos ?

Não, não é possível conversar ou ter qualquer tipo de contato com os mortos (Lc l6,19-30). Quem o faz não é com os mortos que conversa, e sim consigo mesmo. O médium espírita nada mais faz do que dialogar com o próprio psiquismo.

22. Os mortos podem nos fazer algum mal ?

Os mortos não têm como interferir em nossa vida, a não ser por meio de Deus, quando rogam por nós e, nesse caso, sempre para nos fazer o bem, e nunca o mal.

23. Existe a reencarnação ?

Não, a reencarnação não existe! (Hb 9,27). Morremos uma só vez, e não muitas vezes. Temos uma única chance: daí que devemos aproveitá-la ao máximo, fazendo o bem e vivendo o amor.

24. É certo dizer que quando alguém morre, morre pela vontade de Deus ?

Não, Deus não é criminoso; Ele não mata ninguém!.
A morte é sempre consequência ou do pecado, ou da limitação humana, mas nunca da vontade de Deus.

25. É bom levar flores e acender velas no cemitério ?

As flores e as velas são sinais do nosso amor e carinho para com aqueles que "adormeceram" em Cristo, e como tais, podem ser oferecidas. Mas nem as velas e nem as flores salvam por si sós.

26. Como se comporta o cristão diante da morte de um ente querido ?

O cristão sente, chora, se angustia, fica triste, mas não se desespera. No seu coração, em meio à tristeza profunda, sobra um espaço para a fé; ele sabe que a morte é só a passagem para uma vida melhor (Ap 21,4)

27. Como se comporta o ateu diante da morte de um ente querido ?

O ateu sente, chora, fica triste, se angustia e se desespera, porque vê na morte o fim de tudo. Para quem não crê, a morte é uma grande desgraça, e não o começo de uma nova vida.


PARA REFLETIR

"Pela morte, a alma é separada do corpo, mas na ressurreição Deus restituirá a vida incorruptível ao nosso corpo transformado, unindo-o novamente à nossa alma. Assim como Cristo ressuscitou e vive para sempre, todos nós ressuscitaremos no último dia."
(Catecismo da Igreja Católica, 1016).