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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Aborto e morte de crianças

E SE TIVESSE SIDO UM ABORTO?





No começo deste mês de abril de 2008 estava navegando na Internet, assistindo o vídeo "Silent Scream", apresentado pelo Dr. Bernard Nathanson, médico e ex-abortista que passou a lutar a favor da vida. Esse vídeo mostra um ultra-som ao vivo de um bebê sendo abortado, e revela que ele se move, tenta fugir do instrumento utilizado para quebrar e sugar as partes de seu corpo, e abre a boca como num grito de desespero. Fiquei um bom tempo refletindo sobre o sofrimento daquele pequeno ser humano.



Algum tempo depois decidi dar uma olhada nas notícias do dia, e me deparei com um caso horrendo: uma menina tinha caído de um prédio, supostamente atirada pelo pai ou pela madrasta. Imediatamente imaginei o sofrimento daquela pobre criança, e não pude deixar de lembrar-me do sofrimento daquele bebê abortado no vídeo do Dr. Nathanson. Uma pergunta começou a me incomodar: "Meu Deus, qual a diferença entre os dois casos?"



Isabella sofreu; o bebê abortado também sofreu. Isabella supostamente foi morta pelos seus responsáveis legais (na hipótese de se confirmarem as acusações); o bebê abortado também foi morto por aqueles que deveriam ser os primeiros responsáveis pelo seu bem estar. Isabella teve sua vida interrompida numa fase de desenvolvimento; o aborto é a interrupção deliberada do processo de desenvolvimento de um ser humano. Ou seja, de certo modo, caso se confirmem as denúncias, poderemos dizer que a menina teve sua vida "abortada". Isto é terrivelmente trágico, e merece toda comoção e atenção que está recebendo da sociedade. Mas por que cada um dos casos de aborto no Brasil não merece a mesma atenção?



De fato, o que causou indignação e espanto na sociedade no terrível caso do padecimento desta menina não foi o fato da morte de uma criança em si. Várias crianças morrem cotidianamente no Brasil, e isso não chama a atenção da grande imprensa. Nesse caso, creio, o que causou um verdadeiro clamor nacional foi a forte suspeita de que os assassinos foram o próprio pai ou a madrasta da criança.



Sabemos que o grande desejo de todos nós é que o autor da lamentável fatalidade seja punido, mas deixemos que a justiça faça seu trabalho e desvende a verdade. Não cabe a mim nem a ninguém especular sobre o que realmente aconteceu. Por outro lado, se as acusações contra os responsáveis legais da menina se confirmarem, ficaria me perguntando: "Em que isto diferiria de um aborto"?



Sabe-se que a maioria dos abortos é realizada quando o cérebro do feto já está em atividade (ele sente emoções!), e quando seu coração já está batendo. E se Isabella estivesse ainda na barriga de sua mãe, fosse abortada, e logo em seguida atirada pela janela? Será que causaria a mesma comoção nacional? Lembremo-nos que a menina que foi morta é a mesma Isabella que um dia esteve no ventre de sua mãe...



A verdade é que os valores da nossa sociedade estão invertidos de tal modo que os chamados "direitos reprodutivos" – que muitas vezes não passam de justificativa para a manutenção de comportamentos sexuais desenfreados, até mesmo imorais, e hoje em dia disseminados na sociedade – se tornaram mais importantes que a própria vida humana.



De fato, o ser humano tem impulsos sexuais, que são parte constituinte de sua psique. Porém eles não podem ser priorizados como bem maior a buscar, em detrimento de tudo o mais, inclusive da vida dos outros. Eles devem ser subordinados ao bem comum, podendo até mesmo serem tranqüilamente relegados a um plano secundário, em prol de um ideal de vida, como no caso do celibato dos religiosos.



Mas, para a mentalidade de hoje, negar a supostamente intangível e premente necessidade humana de ter relações sexuais parece ser algo tão execrável que não é sequer cogitado. E muitas vezes, o fruto destas relações (o filho), acaba sendo abortado, após um período difícil de escolha, que deixa marcas para o resto da vida nas mulheres que por ele passam. Um processo em que muitas vezes se decide, infelizmente, pelo mal maior: o fim da vida de um novo ser humano. E assim vai-se passando por cima da vida humana, não sem conseqüências deletérias.



Enquanto a sociedade continuar teimando em não enxergar a realidade do que é um aborto, crianças continuarão sendo vitimadas de maneira similar à pequena Isabella sem merecer sequer uma pequena notinha no jornalzinho do bairro...


*****


Para citar este artigo:
PINHEIRO, Daniel. Apostolado Veritatis Splendor: E SE TIVESSE SIDO UM ABORTO?. Disponível em http://www.veritatis.com.br/article/5063. Desde 8/18/2008.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Por que o celibato do sacerdote?



Jesus Cristo é o verdadeiro sacerdote e foi celibatário; então, a Igreja vê Nele o Modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou claro a sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda.” (Mateus 19,12)



Nisto Cristo está dizendo que os sacerdotes devem assumir o celibato, como Ele o fez, “por amor ao Reino de Deus”. O sacerdote deve ficar livre dos pesados encargos de manter uma família, educar filhos, trabalhar para manter o lar; podendo assim dedicar-se totalmente ao Reino de Deus. É por isso que desde o ano 306, no Concilio de Elvira, na Espanha, o celibato se estendeu por todo o Ocidente, ate´ que em 1123 o Concílio universal de Latrão I o tornou obrigatório.



É preciso dizer que a Igreja não impõe a celibato a ninguém; ele deve ser assumido livremente, e com alegria, por aqueles que têm essa vocação especial de entregar-se totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. É uma graça especial que Deus concede aos chamados ao sacerdócio e à vida religiosa. Assim, o celibato é um sinal claro da verdadeira vocação sacerdotal.



No inicio do Cristianismo a grandeza do celibato sacerdotal ainda não era possível; por isso São Paulo escreve a Timóteo, que S. Paulo colocou como bispo de Éfeso, dizendo: “O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher” (1Tm 3, 2). Estaria, por isto, o padre hoje obrigado a casar-se? Não. O Apóstolo tinha em vista uma comunidade situada em Éfeso cujos membros se converteram em idade adulta, com muitos já casados. Dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados).



Já no ano 56, São Paulo, que optou pelo celibato, escrevia aos fiéis de Corinto (1Cor 7,25-35) enfatizando o valor do celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem”. (1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. O Apóstolo se refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos filhos…). E Paulo enfatiza:



“Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido”. “Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda” (1Cor 7, 38). A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.



O último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia, confirmou o celibato e o Papa Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal, “Sacramentum Caritatis”, de 22 fev 2007. Disse o Papa:



“Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo… é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem no celibato (…)



Com efeito, nesta opção do sacerdote encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito.


Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Antes de mais, semelhante opção é esponsal: a identificação com o coração de Cristo Esposo que dá a vida pela sua Esposa. Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina.



O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade.”(n.24) O Mahatma Ghandi, hindu, tinha grande apreço pelo celibato. Ele disse: “Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto… “Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa”. (Tomás Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed. Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974)



Alguns querem culpar o celibato pelos erros de uma minoria de padres que se desviam do caminho de Deus. A queda desses padres no pecado não é por culpa do celibato, e sim por falta de vocação, oração, zelo apostólico, mortificação, etc; tanto assim que a maioria vive na castidade e por uma longa vida. Quantos e quantos padres e bispos vivendo em paz e já com seus cabelos brancos!



O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes. Não nos iludamos, casados, eles teriam todos os problemas que os leigos têm, quando se casam. O primeiro é encontrar, antes do diaconato, uma mulher cristã exemplar que aceite as muitas limitações que qualquer sacerdote tem em seu ministério. Essa mulher e mãe teria de ficar muito tempo sozinha com os filhos. Depois, os padres casados teriam de trabalhar e ter uma profissão, como os pastores protestantes, para manter a família. Quantos filhos teria? Certamente não todos que talvez desejasse. Teria certamente que fazer o controle da natalidade pelo método natural Billings, que exige disciplina. A esposa aceitaria isso?



Além disso, podemos imaginar como seria nocivo para a Igreja e para os fiéis o contra-testemunho de um padre que por ventura se tornasse infiel à esposa e mãe dos seus filhos! Mais ainda, na vida conjugal não há segredos entre marido e mulher. Será que os fiéis teriam a necessária confiança no absoluto sigilo das confissões e aconselhamentos com o padre casado? Você já pensou se um dos filhos do padre entrasse pelos descaminhos da violência, da bebedeira, das drogas e do sexo prematuro, com o possível engravidamento da namorada?



Tudo isso, mas principalmente a sua conformação a Jesus Cristo, dedicado total e exclusivamente ao Reino de Deus, valoriza o celibato sacerdotal.



Prof. Felipe Aquino – http://www.cleofas.com.br/

sexta-feira, 24 de abril de 2009

POR QUE “SE DESBATIZAR”?

“O Estado de S.Paulo” do dia 13.04.2009, pág. A-14, publicou que na Argentina, algumas ONGs estão propondo um “desbatismo” coletivo para as pessoas que foram batizadas quando eram bebês na Igreja Católica e não desejam mais participar oficialmente dela, já que são atéias, agnósticas ou genericamente religiosas, mas indiferentes aos preceitos católicos.
O movimento denominado “No em mi nombre”, ou seja, “Não em meu nome”, propõe aos argentinos que não se consideram mais católicos que enviem cartas aos bispos das cidades em que foram batizados para que “conste oficialmente dos registros da Igreja que não integram mais o rebanho”. Informa ainda o referido periódico que os ateus constituem um grupo em rápido crescimento naquele país, congregando 11,3 % da população.

Infelizmente, parece não se tratar de uma brincadeira de mau gosto, mas de um claro desejo de renegar o próprio Batismo. Inúmeras pessoas se proclamam “católicos não-praticantes” ou “católicos sem convicção”, mas, mesmo em tais casos, ninguém clara e abertamente deseja anular o ato que, quando recém-nascidos, as ligou à Igreja Católica. Portanto, trata-se de algo novo e radical, um repúdio público e notório do próprio Batismo.

Passado o primeiro choque, reparamos, no entanto, em algo curioso: se este ato coletivo de “desbatismo” provém do número crescente de ateus e agnósticos na Argentina, por que – supondo-se que o ateu não acredita em Deus, nem em Jesus Cristo, nem na Igreja Católica – formalizar o repúdio de algo que em sua descrença não existiu? Por que anular um ato em que nossos padrinhos, em nosso nome e para nosso benefício, renunciaram ao diabo, a suas pompas e obras? A menos que sejam pessoas que sabem o que significa o sacramento do Batismo e que se sentem incomodadas por terem sido batizadas, quer dizer não atéias propriamente.

Se for este, como parece, o caso, pode-se perguntar por que não querer estar unido a Alguém que passou pela Terra fazendo o bem, não ergueu a mão senão para curar, por que não querer nada com Jesus Cristo? Por que se desligarem oficialmente da Igreja, cujos Bispos são a continuidade histórica dos Apóstolos de Jesus? Quererão por acaso renegar a Cristo e voltar à servidão do Antagonista? Por que se desligarem de algo que não existe, se são ateus e incrédulos? Ou será que se esqueceram de que foi a Igreja Católica que acabou com a escravidão generalizada em todos os países pagãos da Antiguidade, que deu à mulher uma dignidade que as leis não lhe reconheciam, considerando-a mero objeto de prazer do homem? Que foi a Igreja que, cumprindo o mandato de seu Fundador, batizou e civilizou os bárbaros e construiu a Europa que hoje conhecemos?

Então, me desculpem, mas não são ateus, nem agnósticos, pois para o ateu como para o agnóstico tudo isso não tem valor algum.

Por que não desejam mais que a Igreja haja em seu nome, “Não em meu nome”? Quando a Igreja faz campanha de agasalho aos pobres, recruta missionários para cuidar dos doentes, jovens para acolherem em creches e abrigos as crianças abandonadas por seus próprios pais? Por que os adeptos do “desbatismo” não querem ter nenhuma participação nisso?

A que ponto chegamos! O desligamento da Igreja Católica sempre foi considerado uma terrível punição: os maiores potentados da História o temiam. Henrique IV, Imperador da Alemanha, esperou uma noite inteira na neve, rente às muralhas do castelo de Canossa, para que o papa São Gregório VII levantasse a excomunhão que sobre ele pesava. Na Inglaterra, o fato de ter excomungado um barão normando, amigo do rei Henrique II da Inglaterra, pela morte de um padre, levou o Arcebispo de Cantuária, São Tomás Becket a ser martirizado em sua própria catedral… Então tudo isso é perda de tempo? O que diriam os adeptos do “desbatismo”?

Conta-se do célebre romancista francês J.K. Huysmans que ele passou a acreditar na presença de Cristo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, quando, convidado por conhecidos metidos a esotéricos, assistiu a uma “missa negra”, celebrada por um padre apóstata. Tais foram os insultos e obscenidades que viu, praticadas contra a hóstia que concluiu: “Deve ser mesmo o Corpo de Cristo, senão eles não perderiam tanto tempo com uma simples rodela de pão!” E se converteu ao Catolicismo, escrevendo livros edificantes como “A Catedral“.

De quem virá a ordem “Ide e desbatizai”? Certamente daquele Príncipe deste mundo, seguido por aqueles infelizes que, na dura expressão de São Pedro Apóstolo, “como cães voltaram ao seu vomito.” (II Pedro, 2,22).

Jesus, no entanto, disse a seus discípulos, com infinito amor: “Ide e ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo” (Mt, 28,19). De Huysmans, podemos tirar uma grande lição: nosso Batismo vale muito, pois nos marca com o sinal do Filho de Deus.



*CLAUDIO DE CICCO é professor de Filosofia do Direito e Teoria Geral do Estado na PUCSP. Autor de HISTORIA DO PENSAMENTO JURIDICO E DA FILOSOFIA DO DIREITO, São Paulo, Editora Saraiva, 2009, 4ª edição.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Quebrando o silêncio - Aborto



«Quando você aborta, sente abandono e silêncio, ninguém quer escutá-la»





Entrevista com Esperanza Puente, autora de um livro-depoimento
Por Sara Martín





MADRI, segunda-feira, 6 de abril de 2009 (ZENIT.org).- Acaba de ser publicado na Espanha «Quebrando o silêncio» (Rompiendo el silencio - Editora LibrosLibres), escrito por Esperanza Puente, que abortou há 15 anos e hoje conta sua experiência de dor e solidão.





A autora também relata casos de homens e mulheres que ela conheceu e que, da mesma forma que ela, sofreram a síndrome pós-aborto. Um testemunho em primeira pessoa de uma terrível realidade oculta até a publicação deste livro.





– Por que escrever um livro contando sua própria experiência de aborto? Ajuda a fechar a ferida ou a abri-la?
– Esperanza Puente: Escrevi este livro para dar a conhecer à opinião pública uma realidade social oculta, para que se saiba o que uma mulher sofre quando aborta. Os 23 anos de existência da lei do aborto representam um fracasso e uma mácula para a sociedade. Eu também quis que, além de meu testemunho, aparecessem outros de homens e mulheres que fazem parte de minha vida e cujos casos me afetaram especialmente. São casos também representativos de diferentes âmbitos e circunstâncias. Mas, insisto, eu o escrevi sobretudo para expressar esta realidade: o que se vive e se sofre antes, durante e depois de um aborto provocado.





– E o que se sofre?
– Esperanza Puente: Antes do aborto, quando uma mulher está grávida, continua estando só, indefesa e desamparada. Ninguém explica que opções ela tem; ou que abortar não é uma solução, mas um grande problema; que há pessoas que podem lhe ajudar em suas preocupações...
Durante o próprio aborto se sente dor e ruptura. É como uma ferida mortal que nos deixa devastadas por dentro, física e mentalmente.





Depois de acabar com a gravidez, o que sente é abandono, silêncio e solidão. Ninguém se interessa em escutar a mulher e tentar ajudá-la em seu problema, e isso se acrescenta à síndrome pós-aborto que ela já sofre. No meu caso, sofrer em silêncio me levou a ser um «morto vivo»: tinha ansiedade, pesadelos, culpa, me machucava olhando as crianças... Cheguei a bater no meu próprio filho, momento no qual decidi que tinha de buscar ajuda. E meu caso não é algo isolado, cada dia falo com mulheres que passam pela mesma situação. Por isso mesmo, eu tinha que contar em um livro.





– Diante disso, o que a sociedade e o governo deveriam fazer?
– Esperanza Puente: A sociedade deveria tomar consciência, adquirir formação neste tema para não se deixar enganar com eufemismos sobre a vida e a morte.
O governo, por sua parte, também deve tomar consciência do que significa um aborto provocado para a mulher, e tem de realizar um exercício de honestidade moral e admitir que não existe uma demanda social para esta medida. A realidade do aborto está aí, todos nós vemos suas consequências.




sexta-feira, 17 de abril de 2009

MULHER CRIADA POR HOMOSSEXUAL


TESTEMUNHO DE MULHER CRIADA POR HOMOSSEXUAL




“Uma mulher canadense que foi criada em um lar homossexual se dedica agora a assistir a outras pessoas que atravessam a mesma situação e a pedir aos governos do mundo que protejam o matrimônio entre homem e mulher. Conforme informa o site: ForumLibertas.org, Dawn Stefanowicz vive em Ontario, Canadá, com seu marido de toda a vida e seus dois filhos, que educou em casa. Atualmente prepara sua autobiografia e desenvolve um ministério especial no website (em inglês): Brinda ajuda a outras pessoas que como ela cresceram a cargo de um pai homossexual e foram expostos a este estilo de vida.


Stefanowicz explica no site “como em sua infância esteve exposta a trocas de casais gays, praias nudistas e a falta de afirmação em sua feminilidade, como lhe feriu o estilo de vida no qual cresceu, e oferece ajuda, conselho e informação para outras pessoas que cresceram feridas em um ambiente de ‘família’ gay, um estilo de ‘família’ que ela não deseja para ninguém e que acredita que as leis não deveriam apoiar”.


Em seu relato, Stefanowicz explica que devido a uma doença grave de sua mãe ficou aos cuidados de seu pai homossexual quando ainda era uma menina. “Estive exposta a um alto risco de doenças de transmissão sexual devido ao abuso sexual, aos comportamentos de alto risco de meu pai e a vários casais”, relata. “Inclusive quando meu pai estava no que pareciam relações monógamas, continuava fazendo ‘cruising’ procurando sexo anônimo.


Cheguei a me preocupar profundamente, a amar e entender com compaixão o meu pai. Compartilhava comigo o que lamentava da vida. Desgraçadamente, sendo criança alguns adultos abusaram sexual e fisicamente dele. Devido a isto, viveu com depressão, problemas de controle, acessos de raiva, tendências suicidas e compulsão sexual. Tentava satisfazer sua necessidade pelo afeto de seu pai, por sua afirmação e atenção, com relações promíscuas e transitórias. Os (ex) parceiros de meu pai, com os que tratei e cheguei a apreciar com sentimentos profundos, viram suas vidas drasticamente cortadas pela AIDS e o suicídio. Tristemente, meu pai morreu de AIDS em 1991;, recorda.


Segundo Stefanowicz as “experiências pessoais, profissionais e sociais com meu pai não me ensinaram o respeito pela moralidade, a autoridade, o matrimônio ou o amor paterno. Sentia-me temerosamente sossegada porque meu pai não me permitia falar dele, seus colegas de quarto, seu estilo de vida e seus encontros nessa subcultura. Enquanto vivi em casa, tive que viver segundo suas regras”.“Sim, amava meu pai. Mas me sentia abandonada e desprezada porque meu pai me deixava freqüentemente para estar vários dias com seus companheiros. Seus parceiros realmente não se interessavam por mim. Fui danificada pelo mau trato doméstico homossexual, as tentativas sexuais com menores e a perda de parceiros sexuais como se as pessoas fossem só coisas para usar. Procurei consolo, procurei o amor de meu pai em diversos namorados a partir dos 12 anos”, sustenta.


Stefanowicz lembra que “desde tenra idade, se expôs a conversas sexualmente explícitas, estilos de vida hedonistas, subculturas GLBT e estações de férias gay. O sexo me parecia gratuito quando era menina. Expôs a manifestações de sexualidade de todo tipo incluindo sexo em casas de banho, travestismo, sodomia, pornografia, nudismo gay, lesbianismo, bisexualidade, voyeurismo e exibicionismo. Aludia-se ao sadomasoquismo e se mostravam alguns aspectos. As drogas e o álcool freqüentemente contribuíam para baixar as inibições nas relações de meu pai”. “Meu pai apreciava o vestir unissex, os aspectos de gênero-neutro, e a trocar de roupa quando eu tinha 8 anos.


Eu não via o valor das diferenças biologicamente complementares entre homem e mulher. Nem pensava sobre o matrimônio. Fiz votos de nunca ter filhos, porque não cresci em um ambiente de lar seguro, sacrificial, centrado nas crianças“, assinala. “Mais de duas décadas de exposição direta a estas experiências estressantes causaram insegurança, depressão, pensamentos suicidas, medo, ansiedade, baixa auto-estima, insônia e confusão sexual. Minha consciência e minha inocência foram seriamente danificadas. Fui testemunha de que todos os outros membros da família também sofriam“, sustenta Stefanowicz.


Ela assegura que só depois de ter tomado as decisões mais importantes de sua vida, começou a dar-se conta de como a tinha afetado crescer nesse ambiente. “Minha cura implicou olhar de frente a realidade, aceitar as conseqüências a longo prazo e oferecer perdão. Podem imaginar ser forçados a aceitar relações instáveis e práticas sexuais diversas desde curta idade e como afetou a meu desenvolvimento?.


Infelizmente, até que meu pai, seus parceiros sexuais e minha mãe morreram, não pude falar publicamente de minhas experiências“, explica. “Ao final, as crianças serão as vítimas reais e os perdedores do matrimônio legal do mesmo sexo.


Que esperança posso oferecer a crianças inocentes sem voz? Governos e juízes devem defender o matrimônio entre homem e mulher e excluir todos os outros, pelo bem de nossas crianças”, conclui”.




Fonte: Blog do Prof. Felipe Aquino (Canção Nova)


Recebido de MSG Cristã: :mailto:msg_crist%40hotmail.com

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O mundo criado para evoluir

Nas semanas passadas, enquanto se recordavam os 200 anos do nascimento do cientista inglês Charles Darwin, escreveu-se muito sobre a teoria da evolução por ele elaborada para explicar a origem das espécies. O aniversário fez também aparecer na opinião pública uma polêmica, sobretudo lá fora do Brasil, entre criacionismo e evolucionismo, vistas muitas vezes como opostas e excludentes.

Rapidamente, alguns usaram a teoria da evolução para negar a existência de Deus, ou para taxar de “lendas obscurantistas” as afirmações religiosas sobre Deus Criador; a evolução foi passada como a idéia luminosa com a qual tudo se explica... Outros, para defenderem um criacionismo absoluto, tentaram de todos os modos forçar os textos bíblicos a dizerem aquilo que eles não quiseram dizer. A Sagrada Escritura não é um livro de ciências, nem pretende explicar como é feito o mundo. Talvez ficou a impressão de que Darwin foi o grande mestre que deu o golpe final na fé em Deus e que a ciência, finalmente, triunfou sobre a religião e a razão, sobre a fé. Darwin nunca afirmou isso.

Será mesmo que as duas posições precisam excluir uma à outra? A resposta é um claro NÃO, não precisam excluir uma à outra. A criação não exclui a evolução, nem o contrário. A evolução é um fato evidente e não pode ser posta em dúvida; porém, se ela explica como as coisas se diferenciam e mudam, por diversos fatores, ela, contudo, não explica a origem absoluta dessas coisas. É um fato que somente evolui e se transforma aquilo que já existe. Donde, ou de quem cada ser recebeu a existência e a ordem interna para ser aquilo que é, e não outra coisa? Do nada? Do nada, nada surge, a não ser que algum agente “crie”, isto é, dê origem, tire do nada e faça existir algo. O acaso poderia ser este fator determinante? Como seria inteligente este acaso! A teoria do acaso é absurda. É melhor crer em Deus criador, isso não é absurdo.


A evolução explica “como” as coisas chegaram a ser aquilo que são, mas não explica o fato mesmo da existência das coisas, nem sua ordem interna e seu significado. Assim também a hipótese da “explosão inicial” (Big bang), para explicar a origem do universo, poderia ser apenas uma explicação parcial: é preciso explicar como passou a existir anteriormente um “algo”, que pudesse explodir; e explicar também a existência de uma lógica maravilhosa na origem do universo, que foi capaz de organizá-lo e de torná-lo a maravilha que ele é, em vez de ser o caos infinito e permanente. Decididamente, a evolução também não explica a própria existência do universo. Mas ela, como a ciência no seu todo, procura explicar “como” as coisas existem, são feitas, funcionam e interagem. E nisso não precisam estar contra a fé em Deus; nem precisa a fé em Deus negar a ciência. O verdadeiro cientista também pode ser profundamente religioso.

Neste debate, ressurge uma questão antiga: a relação entre fé e razão, entre ciência e religião. Trata-se de duas formas diversas de aproximação da realidade: a razão requer argumentos controlados por ela e convincentes para ela mesma; daí decorre o conhecimento científico moderno, que submete tudo ao seu método próprio e verifica a possibilidade de comprovar, com instrumentos que lhe são próprios, as afirmações sobre as realidades deste mundo. Aquilo que o método científico não verifica e comprova, também não pode ser afirmado pela ciência; mas seria falso concluir logo: portanto não existe. A realidade existente é maior que o método e nem tudo cabe dentro dos limites que o método científico impõe a si mesmo. De sua parte, o conhecimento pela fé faz afirmações baseando-se na revelação divina e vai além daquilo que a ciência pode controlar. A fé não é contra a ciência, mas vai além da ciência.


Em relação ao debate sobre a relação entre a fé e a razão, o papa João Paulo II escreveu uma encíclica importantíssima, chamada Fides et ratio (A fé e a razão), que seria bom retomar e ler neste momento. E o papa Bento XVI fala com frequência sobre este tema, defendendo a capacidade da razão humana para conhecer a verdade; certas tendências do pensamento moderno negam tanto o valor da fé quanto a capacidade racional do homem, caindo num ceticismo desorientador e angustiante. É importante que as duas capacidades humanas de conhecimento sejam devidamente valorizadas e não sejam contrapostas.

Não é preciso abandonar a fé em Deus criador para aceitar o fato da evolução, que faz parte da sabedoria criadora de Deus; é um dinamismo interno nas coisas, que faz com que o mundo não seja estático e morto, mas cheio de vitalidade, esperança e futuro.
Artigo publicado em O SÃO PAULO na ed. de 16.02.2009


Fonte: Cnbb

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Quem vos ama, a Mim ama





OVELHAS




Um criador de ovelhas convocou um pastor para que cuidasse de seu rebanho. Confiante na obediência de suas ovelhas àquele que ele mesmo escolheu, o criador partiu, prometendo que voltaria e que as reencontraria.




Antes de partir, ele ensinou ao pastor tudo o que era necessário para o bem das ovelhas. Zeloso, o pastor conservou fielmente os ensinamentos do seu senhor e fazia tudo o que estava a seu alcance para que as ovelhas, obedecendo a esses ensinamentos, permanecessem no rebanho.




Entretanto, muitas ovelhas fugiam. Não aceitavam o que o pastor lhes ordenava. Fugiam, e ainda insistiam que, mesmo fora do rebanho, continuavam pertencendo ao dono. Sim, mesmo tendo desobedecido a seus ensinamentos, que o pastor lhes transmitiu, e assim lhe desapontado, essas ovelhas ainda achavam que pertenciam ao dono, que lhe eram fiéis. Algumas chegaram a dizer que as ovelhas que ainda seguiam o pastor estavam erradas, que caíram em infidelidade a seu senhor.

Mesmo diante das acusações das desviadas, as outras ovelhas permaneceram fiéis aos ensinamentos do dono, que o pastor lhes transmitia. Quando o dono do rebanho enfim voltou, o pastor lhes devolveu todas as ovelhas que permaneceram no rebanho, e também aquelas que vieram juntar-se a ele depois. As ovelhas que, por sua própria vontade, debandaram do rebanho, ficaram de fora do reencontro com o senhor.





O PASTOR ESCOLHIDO





14 Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos Seus discípulos, depois de ter ressuscitado.
15 Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes?” Respondeu ele: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta os Meus cordeiros.”
16 Perguntou-lhe outra vez: “Simão, filho de João, amas-Me?” Respondeu-Lhe: “Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta os Meus cordeiros”.
17 Perguntou-lhe pela terceira vez: “Simão, filho de João, amas-Me?” Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: “Amas-Me?”, e respondeu-Lhe: “Senhor, Tu sabes tudo, Tu sabes que Te amo”. Disse-lhe Jesus: “Apascenta as Minhas ovelhas”. (1)





Nosso Senhor Jesus Cristo confiou os cuidados de Seu rebanho a um homem. Muitos ainda se perguntam como se pode confiar uma missão divina a um humano: a chance de fracasso é grande, seja quem for a pessoa escolhida. Nosso Senhor, ao fundar Sua Igreja, quis confiá-la a um pescador da cidade de Betsaida, a princípio rude e impulsivo, chamado Simão.
Cristo já tinha lhe prometido a autoridade sobre Sua Igreja quando, em Cesaréia de Filipe, chamando-o por um novo nome, Pedro, em hebraico Kefa, “pedra”, disse: “Tu és pedra [Pedro], e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja” (2). Hoje, quase dois mil anos depois, vendo que a Igreja ainda se sustenta, indefectível, podemos até inferir que Cristo escolheu um homem tão simples para provar ainda mais o fundamento, a presença e o amparo divinos dessa instituição.





Cuidados confiados, Nosso Senhor ascendeu aos céus. Quem considera impossível que Cristo tenha edificado Sua Igreja sobre um homem, parece achar que Ele deixou Pedro se virar sozinho com ela. Pelo contrário, já antes de Sua Paixão, Nosso Senhor ora por Simão Pedro, para que sua confiança na Palavra de Deus – o que mais poderia motivá-lo a cumprir bem tamanha missão? – não desfalecesse (3). É evidente que quando Cristo diz isso, não se refere apenas ao bem espiritual do próprio Pedro, mas ao encargo que lhe confiou: o pescador deve manter-se forte na fé para que, por sua vez, “confirme seus irmãos.” (4)


No momento em que prenunciou a fundação da Igreja, Nosso Senhor prometeu ainda que “as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela” (5): ao mesmo tempo, promete a incorruptibilidade de Sua Igreja e a edifica sobre um humano, ou seja, um ser fraco e incapaz. Uma decisão que seria incoerente, se não fosse divina.








SUCESSÃO





Depois da ascensão de Nosso Senhor, os Apóstolos se espalharam pelo mundo conhecido em missão. Pedro, depois de passar por Antioquia, sendo seu primeiro Bispo, foi a Roma, capital do Império. Não se quer aqui provar que ele foi Bispo de Roma, ou provar sua sucessão em Lino, Anacleto, Clemente e outros duzentos e sessenta e tantos homens até Bento XVI; sobre isso há muitos bons artigos, e espera-se que o leitor deste já tenha aderido a esse fato histórico.




Não faria o menor sentido Cristo dar autoridade aos Apóstolos se, com a morte deles, ela se perdesse. Do mesmo modo, a jurisdição universal dada a Pedro não deixou de existir com sua crucificação. É essa realidade que devemos enxergar.




A Pedro Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus, concedeu autoridade sobre toda a Sua Igreja: autoridade vicarial, em lugar do próprio Cristo. Essa autoridade não se perdeu, não se corrompeu nem se desviou da Sã Doutrina, em virtude da assistência divina dada a quem a exerce, prometida por Nosso Senhor.




Precisamos nos maravilhar com a conclusão disso: hoje alguém entre nós possui a autoridade de Jesus Cristo. É o Sucessor de Pedro. É o Papa.
AMAR O PAPA




Veneramos a Bem-Aventurada Virgem Maria porque quis Deus que ela recebesse a inigualável honra de ser a Mãe de Deus, e ela correspondeu a essa graça. Veneramos São José porque quis Deus que ele ocupasse a função de pai de Nosso Senhor em sua vivência entre nós, e ele correspondeu a essa graça.




Quis também Deus que Simão Pedro, Lino, Anacleto, Giuseppe Sarto, Eugenio Pacelli, Albino Luciani, Karol Wojty?a e, hoje, Joseph Ratzinger tivessem na terra Sua autoridade, fossem Seus representantes, guiassem o rebanho dos fiéis em Seu nome: Vigários de Cristo. A eles deu e dá o Espírito Santo contínua assistência.




Veneremo-lo e amemo-lo, pois! Louvemos o Senhor por nos ter dado a enorme bênção que é o Papa, um rochedo firme em que podemos sem medo nos ancorar, sinal da unidade da Igreja e da preservação da Doutrina de Cristo: “Só existe um rochedo sobre o qual vale a pena construir a própria casa. Esta rocha é Cristo. Só há uma pedra sobre a qual vale a pena fundamentar tudo. Esta pedra é aquele a quem Cristo disse: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja.’” (6)





O Santo Padre guarda a Sã Doutrina intacta, tal qual Cristo e o Espírito Santo transmitiram à Igreja; governa a Igreja na Verdade e no Amor; mantém sob si a unidade querida por Nosso Senhor para Sua Igreja; escolhe os Bispos, sem os quais não há Sacramentos nem Sacerdotes, sem os quais Cristo não vem a nós pela Eucaristia; dedica cartas encíclicas, discursos, catequeses e documentos a nos ensinar melhor a nossa Fé; vai, quando o tempo lhe permite, encontrar as ovelhas que lhe foram confiadas em diversas partes do mundo; e tantas outras coisas! Como não amá-lo? Não apenas por ser Pio, João Paulo ou Bento, mas porque é o Papa. É “o Príncipe dos Apóstolos, Vigário de Cristo, Rocha segura de salvação. Nele encontramos a estrela que nos guia e dirige (…), o mestre que nos instrui, a voz que nos convoca a uma nova evangelização, o pai que nos acolhe e fortifica.” (7)








PROVA DE AMOR




“Como se deve amar o Papa? Não por palavras somente, mas por atos e com sinceridade.” (8) Amor nunca é simplesmente um “sentimento”, algo guardado, desprovido de vontade, abstrato até. Se assim for, não é amor. Amor é doação, não sentimento. Quando verdadeiramente amamos alguém, fazemos o que lhe agrada. Assim também devemos proceder com o Papa: “Amar o Papa é amar seus ensinamentos e cumpri-los fielmente.” (9)





Em suma, quem ama obedece. Não vale nada dizer “eu amo o Papa”, e prosseguir com os métodos anticoncepcionais artificiais, com o apoio às pesquisas com células-tronco embrionárias e com a opinião de que toda religião é boa e salva. Isso é incoerência, para não dizer hipocrisia. Não é amar verdadeiramente o Papa, mas achá-lo, no máximo, um velhinho fofo. Amor se prova na obediência.





Quão mais fácil isso não será, se sabemos que a origem de sua autoridade é divina, se sabemos que, agradando-lhe, estamos agradando principalmente a Deus, já que o ensinamento do Papa é o ensinamento confiado por Deus à Igreja? “Quem vos ouve, a Mim ouve; e quem vos rejeita, a Mim rejeita” (10): pois quem ama o Papa, ama a Cristo! “O amor ao Romano Pontífice há-de ser em nós uma formosa paixão, porque nele vemos a Cristo”. (11)




Não há melhor forma de demonstrar nosso amor a Cristo ao obedecermos com amor àquele que Ele escolheu como Seu Vigário. “Na adesão e no amor ao Papa, encontramos o segredo e a forma mais genuína da nossa fidelidade a Jesus Cristo e à Igreja, pois o Santo Padre, como sucessor de Pedro, é a rocha, a pedra angular sobre a qual Cristo edifica a sua Igreja. Por isso, unidos a ele e aos bispos em comunhão com ele, permanecemos unidos ao próprio Cristo.” (!12)





A própria expressão “Papa” já vem carregada de amor: papai. Mais que um pastor, ele é um pai, nosso papai. Na terra, “o melhor e mais amável de todos os pais” (13) , reflexo do Pai Celeste. Um pai que nos ensina, um pai que nos alimenta espiritualmente, um pai que pega nossa mão e nos guia até Nosso Senhor. Um pai em quem encontramos segurança; quando vemos seitas se dizendo portadoras da Palavra de Deus, guerreando entre si e conosco, podemos com confiança nos agarrar a nosso papai, correr até seu colo, porque sabemos que ele diz a Verdade. Papai só quer o nosso bem.




DOM DE DEUS




O Vigário de Cristo, a pedra sobre a qual Ele edifica Sua Igreja, o guardião da Fé, aquele que apesar de suas fraquezas humanas possui autoridade divina, aquele a quem Deus dignou-se confiar o Seu rebanho, nosso pastor, nosso papai, o doce Cristo na terra. Diante de tudo que, pela graça de Deus, o Romano Pontífice é, não podemos deixar de dobrar os joelhos com reverência, mas principalmente com profundo amor. “O teu maior amor, a tua maior estima, a tua mais profunda veneração, a tua obediência mais rendida, o teu maior afeto hão de ser também para o Vice-Cristo na terra, para o Papa. Nós, os católicos, temos de pensar que, depois de Deus e da nossa Mãe, a Virgem Santíssima, na hierarquia do amor e da autoridade, vem o Santo Padre.” (14)




Já no século I a Igreja, por amor, rezava pelo primeiro Papa enquanto esteve preso (15). O amor ao Papa é dom de Deus. Peçamos a Ele que nos ajude a amar cada vez mais o zeloso pastor que Ele convocou para cuidar de seu rebanho. Que possamos dizer: “Obrigado, meu Deus, pelo amor ao Papa que puseste em meu coração.” (16)





Bibliografia:




(1) Jo 21, 14-17.
(2) Mt 16, 18.
(3) Cf. Lc 22, 32
(4) Id.
(5) Mt 16, 18
(6) BENTO XVI. Discurso do Santo Padre durante o encontro com os jovens da Polônia. 27.5.2006
(7) HOYOS, Darío Castrillón. Saudação aos sacerdotes. 17.05.2000
(8) SÃO PIO X. Alocução aos Padres da Confraria “A União Apostólica”. 18.11.1912
(9) SODANO, Angelo. Mensagem por ocasião da XXXVIII Assembléia Geral da CNBB. 27.04.2000
(10) Lc 10,16
(11) ESCRIVÁ, São Josemaría. Amar a Igreja, ponto 30.
(12) MACIEL, Pe. Marcial. Carta de 9.4.1986.
(13) BOSCO, São João. Epistolário.
(14) ESCRIVÁ, São Josemaría. Forja, ponto 135.
(15) Cf. At 12, 5
(16) ESCRIVÁ, São Josemaría. Caminho, ponto 573.


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Para citar:



KÖLLER, Felipe. Apostolado Sociedade Católica: Quem vos ama, a Mim ama. Disponível em: http://www.sociedadecatolica.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=454

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Declaração do bispo Williamson insuficiente

Santa Sé considera declaração do bispo Williamson «insuficiente»


A Santa Sé considera que o pedido de perdão emitido pelo bispo Richard Williamson, por declarações em que negou o alcance do Holocausto, não responde às exigências estabelecidas.
O Pe. Federico Lombardi S.J., diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, pronunciou uma declaração aos jornalistas na qual explica que «a ‘declaração’ do bispo não parece respeitar as condições estabelecidas pela nota da secretaria de Estado vaticana de 4 de fevereiro de 2009, na qual se dizia que ele teria 'de tomar distância, de modo absolutamente inequívoco e público, de suas posturas sobre a Shoá’».

O Pe. Lombardi afirma, ao mesmo tempo, que a declaração «não se trata de uma carta dirigida ao Santo Padre ou à Comissão Ecclesia Dei».

A declaração do prelado, emitida em seu regresso a Londres, nessa quinta-feira, dizia que «o Santo Padre e o meu Superior, bispo Bernard Fellay, solicitaram que eu reconsidere as observações que fiz na televisão sueca quatro meses atrás, pois suas consequências têm sido muito pesadas».

«Observando essas consequências –acrescentava–, posso verdadeiramente dizer que lamento ter feito essas observações, e que se eu soubesse de antemão todo dano e dor que elas dariam origem, especialmente para a Igreja, mas também para os sobreviventes e parentes das vítimas da injustiça sob o Terceiro Reich, eu não as teria feito. (...) Na televisão sueca, eu manifestei apenas a opinião (..."eu penso"..."eu acho"...) de uma pessoa que não é um historiador, uma opinião formada há 20 anos com base nas provas disponíveis então, e raramente expressa em público desde então – seguia dizendo a nota. No entanto, os eventos das últimas semanas e os conselhos de membros da Fraternidade São Pio X persuadiram-me da minha responsabilidade por tanto sofrimento causado.»

«Para todas as almas que ficaram verdadeiramente escandalizadas com o que eu disse, diante de Deus, peço perdão», afirmava o bispo.

Associações judaicas da Itália e da Alemanha também declararam como não aceitável o pedido de perdão.
Fonte: ZENIT.org